Alimento barato

A forragem produzida ainda é a opção mais econômica de volumoso para bovinos de corte. Veja aqui quais são as outras opções.

10.11.2015 | 21:59 (UTC -3)

As opções de volumosos tradicionalmente conhecidas e exploradas são a forragem produzida em pastagens e os volumosos suplementares, tais como as silagens de milho, de sorgo e de capineiras; os fenos, a cana-de-açúcar e as palhadas. Como inovações tecnológicas têm sido adotadas e pesquisadas as forrageiras não-convencionais para ensilagem, tais como as culturas do girassol e do milheto, de pastagens e de cana, como também tem sido adotada a pré-secagem de forrageiras provenientes de pastagens.

O corte mecânico da cana-de-açúcar pode também ser considerado um avanço tecnológico para a produção daquela forrageira, o que viabiliza também a sua ensilagem. Muitas destas opções são inovações tecnológicas no Brasil, mas não em outros países como alguns da Europa, os Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia e Austrália. Algumas opções têm sido colocadas no campo por produtores, consultores e empresas privadas e somente depois começam ser investigadas pela pesquisa, por exemplo, inoculantes microbianos e enzimas digestivas, ensilagem do milho com corte alto, ensilagem de soja. Algumas possíveis inovações tecnológicas quando investigadas pela pesquisa não foram validadas, tais como o tratamento da cana-de-açúcar com hidróxido de sódio (soda) por causa do tamanho do corte que ainda é grande para a soda promover ação hidrolítica suficiente para romper as ligações com lignina, o que só ocorre se o tamanho da partícula de cana-de-açúcar for menor do que 8 mm.

A pesquisa brasileira tem dedicado vários trabalhos ao uso de aditivos dos tipos inoculantes microbianos e enzimas digestivas na ensilagem de todas as opções volumosas possíveis de serem ensiladas.

O interesse crescente da opção cana ensilada impulsionou trabalhos de pesquisas sobre a ensilagem de cana com aditivos convencionais e inoculantes microbianos.

A indústria de máquinas também tem contribuído muito para facilitar a adoção de várias opções de volumosos com o lançamento de máquinas e implementos, tais como máquinas forrageiras para ensilagem de pastagem, para produção de pré-secados e para corte de cana-de-açúcar.

Além dos avanços nas opções de volumosos e de máquinas e implementos usados na sua colheita, um avanço que pode ser considerado importante é o cálculo do custo de produção das diferentes opções de volumosos, que tem sido publicado com certa freqüência nos trabalhos de pesquisa e em periódicos.

Entretanto, a base da pecuária de corte brasileira são as pastagens. Segundo o Anualpec (2003), mais de 95% dos animais abatidos em 2002 foram terminados em sistemas de pastejo, sendo 86,4% em pastagem não definida, 2,2% em pastagens de inverno e 6,4% em semi-confinamento. Somente 5% foram terminados em confinamento. Não aparecem dados dos animais terminados em pastagens intensivas irrigadas ou não irrigadas. Se considerarmos as fases de cria e recria é provável que quase 100% sejam exploradas em sistemas de pastagens.

Maior ênfase deve ser dada ao volumoso produzido na pastagem devido à importância deste sistema de produção para a pecuária de corte nacional. Como inovações tecnológicas em sistemas de pastejos, poderiam ser destacados o lançamento de cultivares de espécies forrageiras exóticas e nativas, o interesse pela consorciação de pastagens sendo renovado pela pesquisa e pelos produtores, a integração agricultura-pecuária, impulsionada pela crescente adoção do sistema de plantio direto, a intensificação da pastagem pelo uso intensivo do pastejo, o uso de modelagem para recomendações de adubação, o manejo da adubação após o pastejo, a intensificação da produção através da irrigação da pastagem, o manejo do pastejo orientado pela estrutura do relvado.

Sobre a análise da viabilidade econômica das opções de volumosos podemos destacar como uma inovação tecnológica o levantamento de custos de produção e análise econômica da atividade. Planilhas em Excel e softwares específicos têm facilitado este árduo trabalho.

Os levantamentos dos custos de produção resultaram que o volumoso de menor custo é a forragem produzida em pastagens extensivas, seguido em ordem crescente pelos custos em integração agricultura-pecuária, pastagem intensiva, pastagem intensiva irrigada, cana com corte mecânico, corte irrigada com corte mecânico, cana com corte manual, cana irrigada com corte manual, silagens em geral, pré-secados e fenos (Tabela 1 -

).

Adilson de Paula Almeida Aguiar

FAZU / UNIUBE / CONSUPEC

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