As tecnologias emergentes do agronegócio

​Por Ubirantan Resende, diretor geral da VIA Technologies no Brasil

06.12.2017 | 21:59 (UTC -3)

Na mesma proporção em que cria oportunidades, a tecnologia gera novos desafios e demandas. O agronegócio é dos setores mais avançados tecnologicamente da economia brasileira. Prova disso foi seu pioneirismo na adoção de maquinário autônomo. Veículos como tratores, colheitadeiras, moedoras, entre outros, trafegam pelo campo sem condutores, por trajetos milimetricamente traçados por computadores, possibilitando assim a prática da chamada agricultura de precisão.

Se por um lado essa automação propicia um ganho significativo de produtividade e redução de gastos necessários ao setor, a ausência de pessoas nesse tipo de operação faz com que uma árvore não mapeada ou um animal desgarrado ou invasor se tornem fatores que podem resultar em acidentes e comprometer um bem de elevado valor. A ausência de funcionários também faz com que invasores passem desapercebidos, particularmente em grandes extensões de terra.

Familiarizado com novas tecnologias, o agronegócio acabou por recorrer a soluções utilizadas por outros segmentos. Uma delas é o sistema de monitoramento frotas. As soluções oferecidas pelo segmento vão, hoje, muito além da identificação do local onde o veículo se encontra. Há disponíveis no país sistemas que, além de transmitirem em tempo real em uma única imagem de 360° tudo o que se passa ao redor do maquinário, são capazes de identificar fatores de risco e alertar os gestores.

Soluções antes utilizadas apenas pela indústria também ganham espaço no agronegócio brasileiro. A Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) e a tecnologia embarcada já integram o dia a dia da agricultura há algum tempo, seja para controle de produção e averiguação das condições do maquinário, seja para monitoramento de funcionalidades ou mesmo da disponibilidade de combustível em tratores ou colheitadeiras – o que se faz ainda mais necessário quando da utilização de maquinário autônomo. Por conta da extrema possibilidade de customização dessas tecnologias, a pecuária recorre cada vez mais a essas soluções.

A tecnologia embarcada possibilita a gestores realizarem o acompanhamento individual de cada animal de seus rebanhos. Com a instalação de sensores, o administrador pode conhecer a localização de cada um de seus bois e, mais do que isso, seu peso. Para tanto, dispõe-se de uma balança conectada a uma gateway em um ponto de passagem obrigatória. Dessa forma, o gestor recebe, no celular e em tempo real, a identificação e dados de pesagem de cada animal. Também é possível saber o tempo que cada um permanece junto ao tratador se alimentando e, quando necessário, intensificar o processo de engorda de determinados animais.

A automação chegou ao campo. A economia brasileira sempre o agronegócio como seu principal expoente. Mais do que as vastas extensões de terra do país, a adoção da tecnologia é o que garantirá a importância do setor, tanto no PIB nacional quanto como fornecedor global de alimentos.


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