Drosófila-da-asa-manchada: importância dos inimigos naturais

No combate à drosófila-da-asa-manchada, uma das principais ameaças fitossanitárias a pequenas frutas e frutas nativas, inimigos naturais tem papel importante. Por controlar a espécie praga através da morte do hosp

03.03.2017 | 20:59 (UTC -3)

A recente ocorrência de Drosophila suzukii (Matsumura, 1931) (Diptera: Drosophilidae), também conhecida como drosófila-da-asa-manchada causando danos em cultivos de pequenas frutas (amora-preta, framboesa, mirtilo e morango) e frutas nativas, tornou-se uma das principais ameaças fitossanitárias para essas culturas (Santos, 2014, Schlesener et al., 2014, Nava et al., 2015). A espécie, que é nativa do continente asiático, expandiu-se rapidamente pela América do Norte e Europa (Cini et al., 2012, Asplen et al., 2015) e, mais recentemente, pelo Brasil (Santos, 2014, Andreazza et al., 2016, Benito et al., 2016; Santos, 2016).

Dentre as espécies de insetos pertencentes à família Drosophilidae, D. suzukii é a única em que as fêmeas apresentam o aparelho ovipositor do tipo serrilhado, que permite a realização de postura no interior dos frutos, causando danos em frutos íntegros de casca fina (Dreves et al., 2009, Poyet et al., 2014, Lee et al., 2015). Em morangueiro as perdas são ainda mais acentuadas, pois além dos danos em decorrência da oviposição de D. suzukii, possibilitam a infestação da mosca-do-figo Zaprionus indianus Gupta, 1970 (Diptera: Drosophilidae),(Bernardi et al., 2016a, Bernardi et al., 2016b).

Para evitar danos econômicos e diminuir os índices populacionais destes insetos-praga, o controle químico tem sido o método de manejo mais utilizado mundialmente, realizado principalmente com inseticidas fosforados, piretroides e espinosinas (Beers et al., 2011, Bruck et al., 2011, Van Timmeren & Isaacs, 2013, Haye et al., 2016, Andreazza et al., 2017). Além do controle químico, outras medidas são indispensáveis para um adequado manejo da praga, merecendo destaque:

i) Redução no intervalo de colheita, minimizando a oferta de frutos maduros, mais suscetíveis ao ataque da praga, além de eliminar os estragados da área de cultivo;

ii) Destruição dos frutos descartados, seja enterrando-os no solo a uma profundidade mínima de 20cm da superfície, macerando-os e distribuindo-os em uma superfície para a exposição direta ao sol, ou ainda expondo-os no interior de sacos plásticos e, posteriormente, deixando-os ao sol por um período de três dias;

iii) Eliminação de folhas velhas das plantas de morangueiro para melhorar o arejamento, penetração da luz e diminuição da umidade entre as plantas, uma vez que D. suzukii prefere zonas abrigadas e úmidas;

iv) Utilização de telas (rede de exclusão com malha 0,80mm a 0,98mm), como por exemplo, em cultivo semi-hidropônico de morangueiro, para evitar ou reduzir a entrada da praga no interior do cultivo;

v) Eliminação das folhas velhas das plantas de morangueiro melhorando o arejamento, penetração da luz e diminuição da umidade das plantas, uma vez que D. suzukii prefere zonas abrigadas e úmidas;

vi) Uso do fungo entomopatogênicos Beauveria bassiana para o controle de adultos quando ocorre elevação nos níveis de captura de adultos nas armadilhas de monitoramento.

Além destas práticas para o manejo de

há potencial para o controle biológico com o emprego de parasitoides (Chabert et al., 2012, Asplen et al., 2015, Daane et al., 2016). Os parasitoides são inimigos naturais responsáveis por controlar a espécie praga, matando o hospedeiro antes que ocorra a sua emergência (Asplen et al., 2015).

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