Energia nuclear na agricultura

Através da técnica, tenta-se conseguir variedades de arroz com raízes mais longas, com maior tolerância ao estresse hídrico.

10.11.2015 | 21:59 (UTC -3)

A energia nuclear, quando usada para fins pacíficos, possui um vasto campo de contribuição positiva para a humanidade. Além de sua utilização como fonte de energia em geral e também na medicina e na engenharia, entre outros, tem sido bastante empregada na agricultura, especialmente por provocar o aumento da variabilidade genética nas plantas e, portanto, tornar mais efetiva a busca por melhor produtividade, qualidade e adaptabilidade ao meio ambiente.

Por outro lado, estudos desenvolvidos por instituições internacionais têm indicado que, devido ao aumento da população e degradação dos recursos naturais, um dos maiores problemas a ser enfrentado pelo homem no próximo milênio será a escassez de água consumível.

Na Europa, Ásia e África, a carência de água potável está aumentando acentuadamente nas últimas décadas, existindo regiões nesses continentes onde a disponibilidade desse importante líquido já não é mais suficiente para atender a demanda da população.

No Brasil, com o uso intensivo e descontrolado da irrigação na agricultura, já se faz notar a falta de água nos períodos críticos das culturas em várias regiões do País, principalmente nas áreas dos cerrados.

Umas das maneiras mais eficientes e econômicas de reduzir o problema da escassez de água na agricultura ou mesmo sanar essa questão é através do uso pelos agricultores de plantas mais tolerantes à deficiência hídrica do solo. Nesse sentido, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), através da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), vem financiando investigações científicas que tenham como objetivo a criação de plantas com sistema radicular mais eficiente na extração da água do solo.

Recentemente, o projeto da Embrapa Arroz e Feijão: “Seleção de mutantes de arroz in vitro para aumentar a tolerância do sistema radicular à seca” foi aprovado pela IAEA e está sendo desenvolvido com a colaboração de instituições que pesquisam o arroz de terras altas no Brasil.

A Embrapa Arroz e Feijão vem trabalhando, por meio do emprego da mutação induzida com raios gama, para obter plantas de arroz com raízes mais longas e mais grossas e, assim, capazes de penetrar nas camadas mais profundas do solo, explorando-o e retirando a água necessária para o crescimento e produção.

Embrapa Arroz e Feijão

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