Híbridos de arroz de terras altas em Roraima: estratégia para aumentar a produtividade

Alternativas que aumentem a produtividade média da cultura, tanto em cultivos em terras altas (sequeiro) como em várzeas irrigadas são fundamentais para que a atividade se mantenha sustentável.

10.11.2015 | 21:59 (UTC -3)

O arroz é um dos produtos mais importantes do setor agrícola de Roraima, por isso alternativas visando aumentar a produtividade média da cultura, tanto em cultivos em terras altas (sequeiro) como em várzeas irrigadas são fundamentais para que a atividade se mantenha sustentável.

Neste sentido, o desenvolvimento de cultivares híbridas é estratégico, considerando que esses podem obter rendimentos em torno de 20% acima do potencial das cultivares comerciais hoje cultivadas. Assim, o objetivo deste trabalho foi o de avaliar o desempenho produtivo de híbridos de arroz de terras altas em três densidades de semeadura em comparação com cultivares testemunhas em área de cerrado de Roraima.

Foram avaliados dois híbridos de arroz de terras altas provenientes do convênio Embrapa e CIRAD/França: H1 (CIRAD 464(M)x SBT 67(F)) e H2 (CIRAD 464(M) x SBT 106 (F)) combinados em três densidades: 15, 30 e 50 kg/ha de sementes, que foram comparados às cultivares testemunhas BRS Sertaneja(C1) (ciclo precoce) e BRSMG Curinga(C2) (ciclo médio), cujas densidades de semeadura foram fixas, ou seja, em torno de 50 kg/ha. Foi utilizado delineamento experimental de blocos ao acaso com oito tratamentos (H1D1;H1D2;H1D3;H2D1;H2D2;H2D3; C1;C2) e cinco repetições totalizando 40 tratamentos.

As parcelas tiveram as dimensões de 2,00 x 5,00 m (10 m2), com espaçamento de 30 cm entre linhas. A área útil constou das quatro linhas centrais, eliminando-se 0,50 m das extremidades (1,20m x 4,00 m). A adubação foi de 350 kg/ha da fórmula 04-28-20+Zn, no plantio, e 150 kg/ha de uréia em cobertura, divididos em duas partes iguais e aplicados aos 15 e 45 dias após a emergência. As sementes foram tratadas com Furadan 350 TS na dosagem recomendada pelo fabricante. A característica avaliada foi a produtividade de grãos em kg/ha.

Dados de produtividade de grãos (kg/ha) dos Híbridos nas três densidades em comparação com as cultivares testemunhas são apresentados na Tabela 1. Ressalta-se, que, o ciclo dos híbridos foi de 110 dias da emergência à maturação, um pouco mais tardio que as cultivares, BRS Sertaneja (100 dias) e BRSMG Curinga (105 dias), entretanto, compatível com as condições locais.

Na Tabela 2 estão relacionados dados de produtividade comparativos entre os Híbridos H1 e H2 nas três densidades avaliadas e o comparativo entre as densidades independente do Híbrido.

Os dois híbridos foram superiores em produtividade às duas cultivares testemunhas, sendo que, a BRSMG Curinga foi mais produtiva em torno de 20,57% em relação à BRS Sertaneja (Tabela 1)

Os dois híbridos mostraram-se promissores para cultivo em cerrado de Roraima, pois mesmos nas menores densidades foram superiores em produtividade às duas cultivares testemunhas. Em média, o H1 produziu de 24 a 50% a mais que a C1 e de 3 a 24% a mais que C2. Já o H2, produziu, em média, de 56 a 88% a mais que a C1 e de 29 a 56% a mais que a C2 (Tabela 1).As produtividades dos híbridos H1 e H2 cresceram com o aumento da densidade de semeadura, sendo que com a densidade de 50 kg/ha as produtividades tanto de H1 como de H2 foram cerca de 20% superiores à menor densidade ,e em torno de 4 a 10% em relação a densidade de 30 kg/ha(Tabela 2)

O híbrido H2 apresentou, em média, produtividade superior em 23% à obtida pelo híbrido H1, independentemente das densidades utilizadas (Tabela 2).

Os híbridos H1 e H2 são promissores para cultivo em cerrado de Roraima.

Antonio Carlos Centeno Cordeiro

Eng. Agr., Dr. Pesquisador da Embrapa Roraima

Confira esse artigo, com as tabelas, no link abaixo:

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