Pneu certo no pivô

Em geral, a seleção correta de pneus é enfatizada apenas para o trator agrícola. Os mesmos critérios e cuidados, porém, devem ser observados para outras máquinas e equipamentos agrícolas equipados co

10.11.2015 | 21:59 (UTC -3)

Além das condições peculiares de tal aplicação, tais como trânsito repetido no mesmo local e trânsito sobre superfícies de solo freqüentemente umedecido, que favorecem a compactação localizada, é importante mencionar que, o tipo de solo e, sobretudo, o peso com água do vão do pivô.podem influenciar na seleção adequada de pneumáticos.

Consultando alguns fabricantes de equipamentos de irrigação, verifica-se que os pneumáticos mais utilizados são pneus de tração com medidas 12.4-24, 14.9-24, 12.4-28, 14.9-28 e 12.4-38 os quais normalmente equipam o rodado dianteiro de tratores com tração dianteira auxiliar. Como se vê, são basicamente duas medidas de largura (12.4 e 14.9) para três medidas de diâmetro do aro (24, 28 e 38). Eventualmente, um pneu de medida 16.9, poderia ser usado. Aos pneus de medidas 12.4 e 14.9 correspondem a larguras aproximadas de 31,5 e 38,0 cm, respectivamente. Por óbvio que pareça, vale ressaltar que os pneus com banda de rodagem estreita deixam rastros estreitos e pneus largos deixam rastros largos.

Equipamentos pesados e solos arenosos requerem rodados mais largos, pois permitem respectivamente, melhor distribuição de pressão no solo (no caso de equipamentos pesados) e melhor flutuação (no caso de solos arenosos). Pneus estreitos proporcionam maiores valores de pressão no solo, o que favorece a compactação.

Por outro lado, os solos argilosos requerem pneus mais estreitos que permitem melhor penetração no solo e facilitam a passagem de outras máquinas sobre os sulcos deixados sistematicamente pelos pneus, a intervalos regulares. Marcas profundas ou largas representam depressões no terreno por onde máquinas de cultivo e de colheita devem passar.

CUIDADOS PARA CONSERVAÇÃO

Uma particularidade dos pneus que equipam sistemas de irrigação em pivô central é o fato de estarem permanentemente expostos aos efeitos do clima, qualquer que seja seu tempo de funcionamento. Essa exposição excessiva causa ressecamento que favorece o surgimento de rachaduras na borracha. Com o passar dos anos, o pneu fica mais suscetível a isso, podendo afetar seu desempenho. Certos cuidados, portanto, são necessários para retardar o início das rachaduras, entre eles:

• calibrar o pneu à pressão de inflação correta, periodicamente (a cada 500 horas, por exemplo)

• utilizar calibradores (manômetros) de boa qualidade de modo que a leitura feita indique efetivamente a pressão de inflação medida;

• evitar a verificação de pressão de inflação com temperatura ambiente muito alta, porque isso pode mascarar a leitura (em dias muito quentes a pressão interna do pneu aumenta);

• verificar condições da válvula de enchimento para evitar possível fuga de ar

• se o pivô ficar parado durante muito tempo, movimentar as rodas cerca de 180º a cada três meses;

• no caso dos pneus serem retirados a armazenados, cuidar para que fiquem ao abrigo da luz do sol, sem contato direto com o solo e sobre superfície livre de óleos que prejudicam a borracha.

Caso a pressão não seja conhecida, deve-se consultar o fabricante do equipamento ou do pneumático. A pressão de inflação é função, principalmente do peso suportado pelo pneu, do tipo de construção do pneu (se diagonal ou radial) e da velocidade de operação. Pressões muito baixas podem causar deslizamento do aro.

Em geral, são usadas pressões de 24 lbf/pol2 ou superior. Claro que tudo vai depender do peso suportado pelo pneu. Para isso é importante conhecer o peso carregado com água do vão dos pivôs. Exemplificando, um pivô cujo peso do vão com água seja da ordem de 3430 kgf, concentra cerca de 1700 kgf em cada pneumático. Se o pneu utilizado é um 14.9-24, isso levaria a uma pressão máxima de 24 lbf/pol2. Como a velocidade de operação do pivô é baixa, a capacidade de carga desse pneu poderia ser aumentada em até 30%, porém com aumento de 4 lbf/pol2 na pressão. O que vale no sentido contrário, isto é, pode ser utilizada uma pressão de 20 lbf/pol2, uma vez que nas tabelas de pneus, corresponde ao valor de 16 lbf/pol2 (referente a 1325 kgf) acrescido das 4 lbf/pol2 permitidas.

Seguir as recomendações acima indicadas, prolonga a vida útil do rodado e, é uma atitude que reflete positivamente nos custos da produção. Se considerar-nos que um equipamento de irrigação por pivô central com alcance máximo de 300 m admite cerca de sete torres, cada torre equipada com dois pneus, a um custo que varia de R$ 400,00 a R$ 700,00 por pneu, dá para se ter idéia do custo que seria a substituição devida a danos causados na banda de rodagem.

Ila Maria Corrêa

CMAA/IAC

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