Projeto “Plantando Batata com Ciência” Ensino de defesa vegetal a alunos do ensino fundamental

(integrado ao Projeto IAC – SGP No. 133)

10.11.2015 | 21:59 (UTC -3)

Além da vantagem de todos os alunos (primeiro grau, idade de 9 a 11 anos) e professoras adorarem comer batatinha, esta planta tem o ciclo de 80-90 dias. Abrange, portanto, um período escolar. Com isso, os alunos conseguem plantar e acompanhar o desenvolvimento (aprendem a fazer anotações sobre tamanho de planta, número de folhas, sintomas de plantas com vírus x sem vírus e número e peso da produção de batatinhas (tubérculos) de quando o ciclo é finalizado. Nesse momento da “colheita”, os alunos comparam os danos causados pela virose na produção: planta com vírus x sem vírus em relação ao número e peso das batatinhas.

Os procedimentos de “plantio da batatinha”, aplicados no Projeto são baseados na tecnologia denominada “Broto/Batata-semente”, a qual foi criada, desenvolvida e transferida pelo idealizador do projeto em colaboração com colegas do Instituto Agronômico (IAC), da APTA em Campinas, bem como da CATI, da DEFESA e demais institutos da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo (Projeto cadastrado no IAC – SGP No. 133).

O projeto que se intitula: “Plantando Batata com Ciência”, tem como foco o ensino sobre conceitos e procedimentos de pesquisa científica. Visa construir desde a infância um potencial cientista, com consciência sobre a importância da “defesa sanitária vegetal”. Ou seja, “proteção da saúde das plantas” ou ainda “exclusão de barreiras sanitárias aos produtos agrícolas”. O Brasil e todos os brasileiros têm o agronegócio de exportação como o componente mais pesado e mais forte para manter a economia do país no alto, isto é, no “azul”, com saldo positivo no comércio internacional.

Adoecer a produção agrícola e arruinar a economia do Brasil; Introduzir e/ou disseminar doenças quarentenárias ou exóticas nas lavouras de café, cana, citros, cereais, espécies florestais, hortaliças, ornamentais etc, é destruir nossa prosperidade. Através da consciência sobre a importância e consequências sobre a saúde das plantas, introduzimos o aprendizado precoce, necessário à prevenção do trazer-movimentar, plantar ou transplantar mudinhas ou sementes de plantas que não se conheça ou não se tenha um atestado sobre a sua saúde: sobre a sanidade do material a ser semeado/plantado ou transplantado.

Através do Projeto “Plantando Batata com Ciência”, temos apresentado aos alunos alguns insetos que, ao se alimentarem nas plantas com virose (pulgões e mosca branca), podem transmitir vírus de uma planta doente para outra sadia. Portanto, nesse ensino prático os alunos (crianças) aprendem e certamente colocarão em prática por toda a vida pessoal e profissional a mensagem científica de defesa sanitária vegetal, que é a de poderem as doenças (no caso as viroses) saírem (escaparem) “do jardim de casa” e serem “levadas às lavouras nas fazendas”.

Assim são transmitidos naturalmente a maioria dos vírus na agricultura. Assim são causadas as grandes perdas na produção de alimentos e grandes gastos com práticas de controle. Viroses nas plantações (nas fazendas), trazem consequências danosas ao meio ambiente e ao custo adicional dos alimentos devido tratamentos de controle das novas pragas – insetos, doenças – ervas daninhas etc.

Com o final de cada quadrimestre (período escolar) que coincide com o final do ciclo da planta de batata, os alunos participantes do Projeto aprendem que só se deve plantar sementes e mudinhas que sejam sadias e que tenham tido a saúde (sanidade) comprovada por especialista. Talvez seja sonho, mas certamente não levará muito tempo para se tornar realidade: floriculturas apresentando atestado fitossanitário das plantas e mudinhas que estão sendo comercializadas. Seria como já se faz para sementes e materiais de propagação em vários setores da agricultura nacional. Ex.: Venda de Borbulhas de citros; Mudinhas de cana-de-açucar; lotes de batata-semente, todos fitossanitária e geneticamente certificados.

Como exemplo de comparação ao aspecto de consciência sobre saúde das plantas a serem levadas de um local para outro, os bichinhos de estimação. Já nos conscientizamos de que antes de serem comprados ou recebidos em casa, devemos passar por um veterinário ou solicitar atestado de saúde (cachorro, passarinho, gato etc).

No desenvolvimento do Projeto “Plantando Batata com Ciência”, as crianças escutam palestras e assistem vídeos que ensinam sobre o profissional Engenheiro Agrônomo, e ficam sabendo da existência de centros de Quarentena de Plantas. É assim que se conquista mais prestígio e melhores profissionais da Engenharia Agronômica e eventuais especialistas em Fitopatologia-Fitossanidade.

Todo trabalho com os alunos se passa dentro de telado, com bancadas e doações de empresas. O patrocínio (bolsa aos professores envolvidos no projeto, via FUNDAG) tem sido da Microbiol / MICROGEO, fertilizantes biológicos.

Assim, com esse trabalho do Projeto “Plantando Batata com Ciência” tencionamos levar o conceito de que, princípios básicos, de higiene na agricultura, têm que iniciar desde criança. Como se fosse um hábito normal de saúde pessoal e como se faz com a saúde humana: temos que ensinar desde cedo as crianças a lavar as mãos ao sair do banheiro, antes de sentar na mesa para comer, etc. Esperar a fase adulta para esses hábitos de higiene pessoal não adianta mais. É muito tarde, não para aprender, mas sim para se por em prática.

Expandir para o Brasil todo o projeto “Plantando Batata com Ciência” tornará o país mais seguro no que tange à sua maior fragilidade atual: constante ameaça de introdução de novas pragas no setor que mantêm o prato de comida na mesa e o da balança comercial no alto para o bem da econômica do Brasil. Quebrar a prosperidade do Brasil é torna-lo menos competitivo no setor do agronegócio. Com a palavra: Leis sobre barreiras agro-sanitárias; Gastos adicionais com defensivos para controle de pragas exóticas; encarecimento da cesta-básica e com ela o “ vírus-feio” que chega vestindo o Manto da ALIMENTAÇÂO, que rima com “INFLAÇÂO”.

“Temer” rima com “Proteger”. Felizmente, há vários profissionais da Secretaria e do Ministério da Agricultura e da Fazenda, os quais reconhecem, se preocupam e temem com a realidade da demanda de “estudos que servem de escudos pró-proteção vegetal na agricultura”.

A disseminação do projeto “Pantado Batata com Ciência”, da escola Profa. Jamile, em Limeira, SP, para o outras cidades do Brasil e do mundo já está engatinhando. A nível nacional tivemos a honra de destacar a visita de representantes da Secretaria Municipal e Estadual de Ensino de Limeira, da Associação dos Produtores de Batata da Região de Vargem Grande do Sul (ABVGS) e Cooperbatata, também daquela região. Estiveram presentes Professoras e Coordenadoras de Ensino de Vargem Grande do Sul, os quais expressaram interesse pelo projeto.

A nível internacional, destacamos a visita de colegas, Engenheiros agrônomos e fitovirologistas, entre os quais a colega Dra. Kerstin Lindener (JKI, Alemanha), Dra. Amy Charkowski e Profa, Laura van Toll (Univ, of Wisconsin, Madison, USA). Também do exterior, merece destaque a atitude do colega Falkon Feldemann, cientista do JKI – Departamento de Microbiologia do Solo, Braunsweig, Alemanha, que publicou matéria sobre o projeto Plantando Batata com Ciência no jornal da sua cidade. A repercussão foi muito boa conforme tem demonstrado as matérias seguintes e cartas de leitores, reveladoras do interesse e impacto do Projeto também na Alemanha.

Ano passado, tivemos a visita de professores universitários e estudantes de ciências biológicas e agricultura da Universidade de Washington (EUA). Recentemente (14-02-2014), como parte da programação do 39° Ciclo de Palestras “Alvaro Santos Costa” sobre Viroses da Batata, realizado no auditório do APTA/ Instituto Agronômico, em Campinas (IAC ), tivemos a visita de 14 professores e bataticultores Canadense (região de Quebec), em companhia dos Professores da Faculdade de Agronomia de Jaboticabal: Drs. Willian Natale e Artur B. Cecílio. Essa visita de canadenses ao Projeto foi citada pelo nobre vereador José Farid Zaine, autor da honrosa “Moção de Aplauso: 19/14”, como uma das Considerações que levaram a essa grandiosa homenagem na Câmara Municipal de Limeira.

Tem sido muito estimulante e gratificante os resultados positivos e avanços alcançados nos objetivos do Projeto “Plantando Batata com Ciência”. Tencionamos continuar, expandir e instalar o Projeto Plantando Batata com Ciência na Escola Profa. Jamile, bem como em outras escolas municipais e particulares de Limeira e do Brasil.

Mais informações poderão ser obtidas na internet, procurando por: “Plantando Batata com Ciência”, ou no site www.carambatatasemvirus.blogspot.com.br

Grato à Prefeitura Municipal de Limeira, pela possibilidade de estarmos realizando esse trabalho voluntário pró-defesa agro-sanitária com estudantes do ensino fundamental nesta cidade.

Cordialmente

José Alberto (Beto) Caram de Souza Dias (Eng. Agr. PhD)

Pesquisador Científico - Virologista

APTA/IAC - CPDFitossanidade (www.iac.sp.gov.br)

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