Quanto custa?

Os custos da colheita de feijão variam muito de um sistema para outro, sendo um dos principais critérios avaliados para definir o tipo de colheita, porém fatores como mão-de-obra e as perdas também devem ser observados.

10.11.2015 | 21:59 (UTC -3)

Avaliou-se o custo da colheita do feijão, relativo ao sistema de colheita semimecanizado e mecanizado realizado em propriedade situada na região sudoeste do Estado de São Paulo, região tradicional na produção de feijão, em uma propriedade com área de 200ha e produtividade de 57 sc/ha. O valor da mão-de-obra foi o utilizado na região na última colheita e os preços das máquinas referem-se a janeiro de 2004. No cálculo do custo horário das máquinas utilizou-se a metodologia do Instituto de Economia Agrícola, composto dos custos variável e fixo.

A colheita manual é feita em duas fases, sendo a primeira realizada através da contratação de mão-de-obra manual para o arranquio e enleiramento e a segunda executada por máquina recolhedora e trilhadora.

A colheita manual apresentou custo de R$ 158,80/ha ou R$ 2,78/sc. Sendo que a operação de arranquio e enleiramento manual teve um custo de R$ 125,00/ha ou R$ 2,20/sc e a operação recolhimento e trilha apresentou custo de R$ 33,68/ha ou R$ 0,59/sc.

A colheita realizada totalmente de forma mecanizada utilizando um ceifador/arrancador mecânico para arranquio e a recolhedora/trilhadora, apresentou custo de R$ 109,88/ha ou R$ 1,93/sc. O custo da operação realizada com o ceifador foi de R$ 76,20/ha ou R$ 1,34/sc, sendo o custo de operação da recolhedora o mesmo da operação manual (R$ 33,68 /ha ou R$ 0,59/sc).

Nas condições apresentadas, a colheita mecânica apresenta-se como melhor opção em relação aos custos de operação. Mas uma decisão de troca do sistema de colheita manual para o totalmente mecanizado deve basear-se em análise econômica que leve em conta também o valor do investimento em equipamentos apropriados (ou valor do aluguel desses equipamentos), sendo que a decisão final vai depender principalmente, da escala do empreendimento e que os ganhos adicionais líquidos adquiridos com a nova modalidade seja maior que os ganhos líquidos da modalidade em uso.

Além disso, deve-se avaliar outras condições necessárias para o uso, por exemplo, do ceifador que requer uma sistematização do solo, que pode levar o produtor a incorrer em custos adicionais.

A adoção da colheita mecânica pode ser uma solução para os problemas trabalhistas ocorridos com contratação de mão-de-obra, mas pode se tornar um transtorno se não possuir mão-de-obra especializada e não executar a otimização do conjunto mecanizado principalmente em relação ao número de horas de utilização no ano. Outro fator importante da colheita mecânica é o monitoramento das perdas, que são muito maiores nesse tipo de operação.

Os custos de produção podem ser utilizados como indicadores na opção de sistemas de colheita, mas um estudo de viabilidade econômica detalhado deve ser utilizado na tomada de decisão.

Uma alternativa para colheita do feijão é a terceirização de colhedoras. Este serviço foi avaliado, em uma fazenda localizada no estado do Mato Grosso, com área de, aproximadamente, 400 ha e produtividade média de 30 a 35 sacos de feijão por ha. A operação foi realizada com a colhedora alemã, Class, pois segundo o produtor, apesar de possuir uma colhedora de grãos convencional em sua propriedade esta não conseguiu atingir o rendimento necessário, fazendo com que ele optasse por terceirizar o serviço.

O custo total para a colheita por ha foi de R$ 168,27 ou R$ 4,81/sc. O custo da colheita ficou distribuído da seguinte maneira:

Aluguel da máquina/ha R$ 140,00

Óleo diesel/ha R$ 28,00

Alimentação do operadore/ha R$ 0,27

CUSTO / HA R$ 168,27

Ao custo total da colheita pode ainda ser acrescentado o valor do frete para o transporte da máquina, que depende muito da localização da propriedade e da quantidade de hectares a ser colhida e ainda o custo do dessecante que, se aplicado, facilita o processo de colheita.

Instituto Econômico Agrícola

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