Rápida e precisa

Bom corte da palhada e eficiência mesmo em velocidades mais altas talvez sejam os diferenciais da plantadora John Deere 9211 VacuMeter. Veja como ela se saiu no test drive da Cultivar Máquinas.

10.11.2015 | 21:59 (UTC -3)

Corte preciso, trajeto reto, sem saltos e trabalho silencioso são alguns elementos que se destacam na plantadora da John Deere 9211 VacuMeter, testada pela equipe da Cultivar Máquinas na propriedade do Sr Juarez Michelin, de Colorado, RS. O teste foi realizado em condições de plantio direto sobre área cultivada com aveia preta sem ser dessecada. A plantadora foi tracionada por um trator John Deere 7505, com 140 cv de potência.

Para falar da máquina, é necessário que comecemos pelo chassi principal, elemento responsável por absorver os principais impactos e vibrações do trabalho. O chassi da 9211 é do tipo tubular, com tamanho de 4500 mm, construção que permite um uso mais intenso mesmo em condições extremas de trabalho. O modo de acoplamento ao trator é de arrasto, com lança dotada de várias regulagens de acoplamento e nivelamento da máquina. O modelo testado está equipado com nove linhas de plantio, mas a máquina possui configuração para trabalhar com 11 linhas com espaçamentos de até 40 cm.

A linha de plantio é composta por um disco de corte, sulcador do tipo haste. Os sulcadores de semente são discos duplos em “V” com roda calibradora de profundidade. O fertilizante é distribuído em seis caixas de polietileno rotomoldados com capacidades individuais de 350kg. A distribuição do adubo é feita com rosca sem fim de ferro fundido, mas esta plantadora dispõe também opção de distribuidor de adubo do tipo mola.

O mecanismo distribuidor de sementes é do tipo pneumático. Talvez este item seja um diferencial nesta máquina. O sistema a vácuo, utilizado neste modelo é denominado pela empresa de “VacuMeter”. A plantadora é feita para ser acoplada em tratores John Deere, mas quem não consegue unir as duas coisas e opta pela plantadora, pode adquirir um kit de adaptação, que permite o usar este sistema com outros tratores, com a mesma precisão do conjunto original. As caixas de sementes também são compostas por polietileno rotomoldado, com capacidades individuais de 42 kg. Outro sistema exclusivo da empresa é o controlador de profundidade “Walking System”

Os sistemas de distribuição baseados na depressão de ar (“vácuo”) são seguramente mais precisos que os mecânicos equivalentes, pois estão menos sujeitos à variação do tamanho das sementes manipuladas. Embora a tecnologia já seja conhecida há décadas, ela ainda representa um “desconhecido” no País e pode encontrar alguma resistência. Na máquina que examinamos pudemos comprovar o funcionamento regular. Um fator que ajuda a orientar a queda da semente após sair do dosador é o tubo de queda, de perfil parabólico, que conduz as sementes suavemente até o sulco, fazendo com que cada uma percorra o mesmo trajeto, garantindo a manutenção do espaçamento estabelecido.

O rendimento em si será variável, dependendo da velocidade de deslocamento do trator, da forma do campo, das demoras de abastecimento, da habilidade do operador. Mas uma coisa é certa: a máquina pode operar a velocidades maiores que aquelas dotadas de dosador mecânico convencional (discos alveolados), sem perdas de eficácia. Portanto: ponto para o sistema VacuMeter.

É claro que este modelo não é um top de linha, porém, sua configuração está próxima dos modelos mais avançados da John Deere. Quando carregada, pronta para entrar em operação, a plantadora leva em seus depósitos 2.100 kg de adubo nas seis caixas e 380 kg de sementes em seus nove reservatórios. Somando o peso do fertilizante com a semente, a plantadora inicia o plantio com 2.478 kg, além do seu peso vazia que é de 3.940kg. Para arrastar os 6.418 kg entre plantadora e suprimentos são necessários nada menos do que 120 cv de potência no motor do trator, o que quer dizer que o produtor que pretende adquirir uma máquina com esta configuração, deve ter em seu parque de máquinas alguém que tenha força suficiente para poder realizar um plantio sem injuriar o solo e a própria máquina.

No Brasil temos aprendido nos últimas três décadas que nem sempre o tipo de dosador é o mais importante, o mais relevante numa operação de semeadura. Com o advento, e agora o crescimento do sistema plantio direto sabemos que os mecanismos sulcadores podem fazer muita diferença, e por vezes compensar alguma deficiência de distribuição por conta de uma melhor acomodação e enterrio das sementes.

No caso da 9211 existe um robusto disco de corte liso, que em condições mais severas deveria ser trocado por um corrugado ou até um recortado, melhorando sua habilidade de corte da palha. As regulagens do disco de corte permitem atingir profundidade suficiente para o estabelecimento de uma linha de cultura.

O sulcador tipo haste (existe uma opção mais robusta) para adubo permite, corretamente, a deposição do adubo em profundidade maior que a semente, e abre um sulco também em solo com adensamento superficial, ou baixo teor de umidade na superfície.

Os discos duplos de diâmetro diferenciado fazem com que não empastem em condições de trabalho com excesso de umidade e abrem um sulco em “V” regular, característica deste sistema de sulcador, o que garante uma boa homogeneidade de profundidade de deposição de sementes. As rodas de controle de profundidade acopladas ao sulcador (imediatamente ao lado) também fazem com que a profundidade de semeadura não seja afetada por irregularidades do terreno.

As rodas compactadoras estreitas, em “V” cumprem sua função, embora em condições de umidade acima do normal possam ter problemas de embuchamento.

Os marcadores de linha de discos côncavos recortados são com cilindros externos. O acionamento é feito automaticamente, quando previamente regulado. Ao chegar no final da linha, ao levantar a plantadora, o marcador em uso recolhe automaticamente e o correspondente é acionado novamente quando a linha de plantio entra em contato com o solo.

A plataforma de acesso aos reservatórios é bastante ampla, construída com chapas de aço dotadas de perfurações que evitam possíveis escorregões e acidentes. Barras de proteção na parte traseira da plataforma também são altas o suficiente para evitar quedas sobre a linha de plantio. As escadas de acesso à plataforma foram colocadas nos dois lados da máquina, o que agiliza o processo de carregamento dos reservatórios, embora a máquina pudesse ter uma altura total menor, o que facilitaria as operações de abastecimento, especialmente quando este for feito manualmente.

Ergonomia e segurança são pontos altos desta máquina, como de resto prioridades e fatores decisivos nos projetos da John Deere.

* Confira este artigo, com fotos e tabelas, em formato PDF. Basta clicar no link abaixo:

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