Uso de marcadores genéticos para seleção de animais

Diferenças raciais em características de performace animal são importantes ferramentas genéticas para o melhoramento da eficiência produtiva do rebanho bovino. Veja texto de especialista sobre o assunto.

10.11.2015 | 21:59 (UTC -3)

Raças podem ser cruzadas, para o melhor aproveitamento da heterose, através da utilização do potencial genético individual de cada raça. Para isso, é importante a identificação de regiões cromossomais (QTL) que carregam genes que afetam essas características e suas alterações, podem ser percebidas e correlacionadas com o fenótipo do animal. Incluindo tratos responsáveis principalmente pela composição da carcaça, e qualidade e maciez da carne.

Single nucleotide polymorphisms (SNP), foram identificados no cromossomo 29 no gene (CAPN1) e no cromossomo 7 gene (CAST) do QTL bovino, e estes foram associados a maciez da carne. Esta associção foi vista em diversas populações de bovinos de diversas raças, porém é na raça de bovinos Wagyu que tem se observado a maior expressão genética para estas características. Até agora existe no mercado, avaliação para quatro genes que tem influência no marmoreio da carne, no qual se o gene for Homozigoto (AA) terá a classificação de duas(2) estrelas para cada um dos genes, se for (Aa) Heterozigoto terá a classificação de uma estrela e se for (aa) não terá nenhuma estrela. Sendo que o número máximo de estrelas será de oito (8) para o marmoreio.

Cada um destes genes são independentes, porém regulam a expressão da mesma característica fenotípica no caso marmoreio. Nós últimos experimentos que foram realizados, demostraram que usando touros com oito estrelas no quesito de marmoreio, aumentou o nível desta caracteristica na progênie em 34%.

No caso da Maciez da carne, já foram identificados 3 genes, que funcionam da mesma forma que os da maciez, podendo gerar o número máximo de expressão de 6 estrelas e com este número máximo de estrelas, diminuiu cerca de 2.2lbs de pressão para cortar a carne em comparação com animais com 0 estrelas.

Ultimamente foram associados quatro genes com conversão alimentar, podendo resultar no número máximo de 8 estrelas e neste caso, apresentando um consumo de 2 Kg a menos por dia com a mesmo ganho de peso diário de animais com 0 estrelas. Num futuro próximo, sementais deverão ser selecionados juntamente com a ajuda de marcadores genéticos, os quais possuem um grande potencial para melhorar o progresso genético dos animais.

Assim poderemos oferecer ao comprador diversas opções de animais que se

enquadrarão à suas necessidades, dependendo qual característica fenotípica ele

pretende aprimorar no rebanho.

Méd. Veterinário CRMV/RS 9395

Mestrando do Department of Animal Sciences/Washington State University

Bibliografia consultada

http://www.ars.usda.gov/main/main.htm

*Kuber, P.S., J.R. Busboom, S.K. Duckett, D.J. Marks, P.S. Mir, Z. Mir, R. J. McCormick, C. T. Gaskins, J. D. Cronrath, and M.V. Dodson. 2001. Comparison of breed and diet on factors associated with tenderness in two muscles. J. Anim. Sci. 80 (Suppl. 1):377

Gaskins, C.T., K.A. Johnson, J.R. Busboom, J.J. Reeves and R.W. Wright. 1995. Evaluation of ultrasound for estimation of marbling and within animal variation in marbling in Wagyu steers. J. Anim. Sci. 73

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