Adubação Verde auxilia no controle de nematoides na cultura da soja

O objetivo do controle de nematoides é manter a população abaixo do seu nível de dano econômico à cultura; a escolha e utilização das práticas determinam o sucesso no controle

19.01.2016 | 21:59 (UTC -3)
Lidia Wagner, Join Marketing

O manejo de nematoides, chamado fitonematoides, inicia pela identificação das espécies, objetivando saber qual será a melhor medida de controle para cada caso. Como opções de controle, estão o uso de plantas não hospedeiras, a integração com outras práticas de redução da população de nematoides e como prática constante, a reavaliação, que serve como termômetro de eficiência das medidas corretivas.

Os nematoides mais comuns na cultura da soja são, principalmente, o do cisto, os nematoides das galhas (Meloidogyne javanica e o Meloidogyne incognita), e o nematoide reniforme, Rotylenchulus reniformis (que é mais específico no algodão), que normalmente estão concentrados nas áreas de produção de soja, milho e algodão.

O objetivo do controle de nematoides é manter a população abaixo do seu nível de dano econômico à cultura. A escolha e utilização das práticas citadas anteriormente determinam o sucesso no controle. Porém, com o plantio consecutivo de plantas hospedeiras, a população aumenta e atinge altos níveis de dano econômico. O nematoide de cisto conhecido como Heterodera glycines, por exemplo, é facilmente controlado com espécies não hospedeiras, porém o aparecimento de diversas espécies desse nematoide tem exigido uma atenção especial do produtor. Nesse caso, recomenda-se o uso da crotalária-spectabilis, comprovada científica e tecnicamente por sua eficiência.

Já nos sistemas que envolvem o plantio de soja no verão – outubro a janeiro – e milho, de janeiro a julho, há a redução na população do nematoide de cisto e do Rotylenchulus reniformis, porém uma ampliação do Meloidogyne javanica e Meloidogyne incognita, assim como do Pratylenchus brachyurus. Todos os híbridos de milho multiplicam o Meloidogyne incognita, que afetam a cultura posterior de soja. O milho não é afetado, pois não há o aparecimento desse tipo de nematoide.

No caso do Meloidogyne javanica, a rotação de soja com milho mais crotalária-spectabilis é bastante eficiente para a sua redução. Quanto ao Pratylenchus brachyurus, que é o nematoide das lesões radiculares, que ataca agressivamente as lavouras de soja, reduzindo sua produtividade, o indicativo dos trabalhos científicos mostram que a melhor sucessão para a soja são as crotalária-spectabilis, crotalária-breviflora e crotalária-ochroleuca. Ao mesmo tempo em que não indicam as rotações com o milho e com a Brachiaria Ruziziensis.

A utilização da crotalária-spectabilis ou até o seu uso em consórcio com o milho no controle do nematoide Rotylenchulus reniformis tem surtido bons efeitos. O consórcio, inclusive, se mostra como o mais eficiente na redução dessa espécie de nematoide.

Disseminação dos nematoides e controle cultural

A movimentação de equipamentos é um dos grandes responsáveis pela disseminação dos nematoides de lavoura em lavoura. Ao revolver a terra, alguns resíduos de solo ficam nas máquinas, que então quando utilizadas em outra produção, levam consigo tais pragas. O controle de forma cultural, por meio da rotação com plantas não hospedeiras, é o método de controle mais eficiente, porque aumenta a palhada e promove a diversificação dos cultivos, que melhoram a biodiversidade, aumentam a macro e micro fauna do solo e ocasionam uma guerra biológica na terra. Assim, tem-se maior redução na população de nematoides.

A integração de práticas de controle com produtos biológicos se mostra muito interessante e sem dúvida, é a melhor medida para evitar danos à população biológica do solo. Ou seja, o uso de rotação de culturas com culturas não hospedeiras, como os adubos verdes (como a crotalária-spectabilis, crotalária-ochroleuca e crotalária-breviflora) com produtos biológicos se mostra importante, principalmente levando em conta a não agressividade ao solo.

Sementes Piraí

Há mais de 40 anos contribuindo com a agricultura brasileira, a Sementes Piraí é referência em sementes para adubação verde para o controle das pragas e doenças do solo. A marca sempre está presente em eventos e ações que partilhem conhecimento e disseminem a prática para agricultores, estudiosos e entusiastas da adubação verde.

Um exemplo disso é o material acima, extraído das observações do diretor comercial da Sementes Piraí, José A. Donizeti Carlos, sobre a palestra de Rosângela Aparecida da Silva, pesquisadora da Fundação MT, ocorrida no VII Congresso Brasileiro de Soja entre os dias 22 e 25 de junho de 2015, em Florianópolis/SC.

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