Agricultura do futuro é tema de Seminário realizado pela Fundação MT

O evento aconteceu com a presença de representantes das maiores empresas rurais de Mato Grosso

23.02.2018 | 20:59 (UTC -3)
Dayane Pozzer

Conhecer, entender e visualizar como será a agricultura do futuro e, principalmente, poder usufruir de novas ferramentas tecnológicas para a melhoria contínua do setor estão entre os grandes desafios que a classe agrícola, ao lado de empresas de pesquisa e tecnologia, tem para os próximos anos e décadas. Com o intuito de estimular a discussão em torno do assunto, a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, a Fundação MT, realizou nesta terça-feira (20), em Rondonópolis (MT), o I Seminário Agricultura do Futuro. O evento aconteceu com a presença de representantes das maiores empresas rurais de Mato Grosso, que tiveram a oportunidade de ouvirem e conversarem com profissionais que atuam internacionalmente em empresas de agricultura, tecnologia, pesquisa e inovação.

Entre os palestrantes convidados estiveram no evento Paulo Herrmann, presidente da John Deere Brasil e vice-presidente de Marketing e Vendas para a América Latina da John Deere; Fernando Gonçalves Neto, presidente da Jacto Máquinas Agrícolas; Ulisses Mello, diretor do Laboratório de Pesquisas da IBM Brasil; Gerónimo Watson, diretor de Tecnologia da Bioceres, empresa argentina; e Rivadávia Drummond Neto, professor da Universidade do Arizona, EUA. A visão da agricultura do futuro, as novas tecnologias disponíveis, a digitalização da agricultura, as tendências da biotecnologia e os desafios da inovação no ambiente organizacional permearam as informações e reflexões do Seminário.

Odílio Balbinotti Filho, presidente do Conselho Curador da Fundação MT, pontuou sobre a importância do debate para entender como os agricultores poderão se relacionar com as novas tecnologias que vêm para agregar o negócio agrícola e permitir também o alcance de maiores produtividades. “Tem pesquisa sendo feita pelo Brasil e no mundo inteiro, em empresas como a Fundação MT, universidades, e nem sempre conseguimos fazer com que nós agricultores utilizemos as novas tecnologias. Então acredito que a agricultura digital vai fazer esse link, pegar esses dados, essas informações e transformar em conhecimento prático que a gente consiga utilizar no dia a dia. É um desafio e a Fundação MT está encarando, sendo protagonista novamente nessa grande revolução que vamos fazer na agricultura do Mato Grosso”, destacou.

Em meio as novas informações sobre sensores, drones, veículos autônomos e muitas outras tecnologias, um ponto abordado pelos participantes foi sobre a capacitação de pessoas e a necessidade de reter a mão-de-obra nas empresas. Como consenso geral, acreditam que o Brasil precisa com urgência tornar a educação uma prioridade a partir não só da esfera pública, mas também privada. “Nossa sugestão é que o agricultor invista em pessoas para ter na sua operação profissionais capazes que irão extrair ao máximo essas tecnologias de digitalização na agricultura”, externou Fernando Gonçalves, presidente da Jacto Máquinas Agrícolas.

A preparação de novos profissionais também é uma preocupação da Fundação MT. Neste sentido, a empresa passou a desenvolver um projeto educacional, onde apresenta e debate a pesquisa agronômica realizada à estudantes de escolas técnicas agrícolas e de graduação, com o objetivo de levar conhecimento de forma prática para esse público. O projeto inclui, ainda, a realização de eventos exclusivos para alunos, desde o nível fundamental, com premiações e até contratações. “Se não tivermos pessoas especializadas não vamos conseguir dar esse pulo, acompanhar as mudanças. Nossa vantagem é que o agricultor brasileiro é cada vez mais jovem, mas precisamos estimular ele a pensar no futuro e, principalmente, tornar a educação algo global”, provocou Francisco Soares, diretor presidente da Fundação MT.

O I Seminário Agricultura do Futuro deixou ainda algumas reflexões para os participantes e muitas perguntas que a classe agrícola tem o desafio de responder a partir da adoção acelerada de ações inovadoras e tecnológicas. “O que fazer com tanta informação? Sabemos quanto estamos perdendo de adubo, de químico? Estamos pulverizando corretamente? O conhecimento é de uma pessoa ou da organização? A agricultura digital vai aumentar a produtividade e a rentabilidade do campo? ”.

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