Agropecuária continuará sendo ponto de equilíbrio da economia, diz CNA

O país “tem uma agricultura moderna, com tecnologia de ponta, competitiva e o mercado interno continuará abastecido e com preços acessíveis a todos os brasileiros”

11.12.2015 | 21:59 (UTC -3)
CNA

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, afirmou que o setor agrícola brasileiro não está preocupado apenas em garantir o equilíbrio da economia brasileira, mas, principalmente, oferecer segurança alimentar a preços acessíveis para todos os segmentos da população brasileira. “Não faltará alimentos e nem haverá desabastecimento dos gêneros de primeira necessidade”, declarou ele, durante entrevista coletiva sobre o balanço de 2015 e as perspectivas para 2016 do setor agropecuário.

A CNA, segundo João Martins, está atenta aos problemas conjunturais da economia brasileira e seus possíveis reflexos no desempenho do setor agrícola e decidiu reativar a Comissão Nacional de Política Agrícola que ficará encarregada de analisar e buscar alternativas capazes de “blindar o setor dos impactos negativos”.

No entender do presidente da CNA, eventuais reduções na área plantada de determinados produtos agrícolas não significam manipulação para aumentar os preços. O país “tem uma agricultura moderna, com tecnologia de ponta, competitiva e o mercado interno continuará abastecido e com preços acessíveis a todos os brasileiros”.

Seguro rural

O presidente da comissão, o vice-presidente diretor da CNA, José Mário Schreiner, defendeu que uma das medidas emergenciais para atender o setor seria elevar a R$ 1,2 bilhão os recursos públicos destinados ao prêmio de subvenção ao seguro rural da próxima safra. A verba prevista até agora para as operações do seguro rural é de R$ 400 milhões.

Para Schreiner, o objetivo principal da Comissão de Política Agrícola é buscar alternativas para “blindar o setor da crise. Como diz o ditado popular quando você tem, no cesto, uma laranja podre, esta pode contaminar as demais. Mas, no nosso caso, precisamos saber como proteger a única laranja sã - a agricultura e a pecuária -, dos demais segmentos contaminados”, disse.

Já o superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, avaliou que mesmo diante das dificuldades da economia, a produção de grãos em 2016 deve crescer acima de 2%, com destaque para a soja, cuja área plantada terá incremento de 3,8% e a produção outros 6,8%. Lucchi considerou satisfatório o desempenho do PIB do agrícola em 2015: previsão de pequena queda (-0,7%), aceitável levando-se em conta a retração geral da economia brasileira prevista para este ano (-3,5%).

O economista da LCA Consultoria, Fernando Sampaio, entende que o ano de 2015 “foi uma surpresa altamente negativa, com o PIB devendo apresentar queda expressiva de 3,5%, devido às incertezas políticas que acabaram provocando forte desconfiança do setor empresarial, levando ao adiamento ou a suspensão de investimentos”.

Sendo assim, assinalou ele, 2016 está sendo considerado “como um ano menos complicado, em relação à situação atual, devendo a atividade econômica retrair 2,5%”. Sampaio citou como exemplo as investigações da Polícia Federal e a atuação do Judiciário no que se convencionou chamar de Operação Lava Jato: efeito direto no desempenho do setor da construção civil, cuja retração em 2015 será recorde, 8%.

A Superintendente de Relações Internacionais (SRI) da CNA, Alinne Betania Oliveira, apresentou um resumo dos resultados do agronegócio brasileiro no mercado externo, destacando que as vendas do segmento alcançarão US$ 89 bilhões, representando 48% de todo o comércio externo do país.

Segundo ela, os produtos brasileiros continuam competitivos no mercado internacional, mas algumas questões precisam ser observadas com prioridade, casos dos acordos comerciais. O Brasil terá de apressar acordos de comércio com a União Europeia (UE), Rússia e China, especialmente “para não perder terreno na dura competição do comércio internacional”.

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