Alerta Geada entra em operação nesta segunda-feira (2)

O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) começam a operar nesta segunda-feira (2) o Alerta Geada, uma ferramenta que auxilia os produtores a decidir sobre a adoçã

29.04.2016 | 20:59 (UTC -3)
Edmilson Gonçales Liberal

Entre maio e setembro, os pesquisadores acompanham as condições meteorológicas na região cafeeira do Estado e publicam diariamente um boletim informativo, disponível gratuitamente nos endereços www.iapar.br, www.simepar.br e, ainda, pelo telefone (43) 3391-4500, neste caso ao custo de uma ligação para aparelho fixo.

Quando há aproximação de massas de ar frio com potencial de causar danos às lavouras de café, um pré-alerta é emitido por e-mail ou SMS a extensionistas, técnicos e produtores cadastrados, além da divulgação na imprensa e redes sociais. Se as condições para formação de geadas persistem, um novo aviso, este de ratificação, é expedido em até 24 horas antes da ocorrência prevista para o evento. Interessados em receber os avisos por e-mail ou “torpedo” no celular devem preencher um cadastro, disponível no endereço www.iapar.br.


RECOMENDAÇÃO – A pesquisadora Heverly Morais, do Iapar, orienta os cafeicultores que têm lavouras com idade entre seis e 24 meses a amontoar terra no tronco – até o primeiro par de folhas – dos cafeeiros ainda em maio, para proteger as gemas e evitar a morte da planta no caso de geada severa. Essa prática é chamada de “chegamento de terra” pelo pessoal ligado à cafeicultura.

Essa proteção deve ser retirada no final do período frio, em meados de setembro. “Se isso não for feito, as plantas podem sofrer danos por 'afogamento do caule', lesões provocadas por altas temperaturas”, explica a pesquisadora.

A recomendação para os plantios novos, com até seis meses de idade, é simplesmente enterrar as mudas quando houver emissão do Alerta Geada. Viveiros devem ser protegidos com várias camadas de cobertura plástica.

Nos dois casos – lavouras novas e viveiros –, a proteção deve ser retirada rapidamente, logo que a massa de ar frio se afaste e cesse o risco imediato de geada, enfatiza a pesquisadora.

CAFEICULTURA – A cafeicultura ocupa cerca de 50 mil hectares no Paraná. A maior parte das lavouras paranaenses tem em média 10 hectares e é conduzida por pequenos produtores familiares. A produção esperada é de 1,1 milhão de sacas beneficiadas em 2016.

O engenheiro-agrônomo Nelson Menoli Sobrinho, do Instituto Emater, calcula em R$ 8.500 o valor necessário para implantar um hectare de cafeeiros. O enterrio de cafeeiros com até seis meses custa em torno de R$ 200, enquanto o dispêndio para fazer o “chegamento de terra” nas lavouras entre seis e 24 meses é de aproximadamente R$ 500. “É vantajoso, considerando o baixo custo da proteção em relação ao patrimônio formado”, afirma.

“O produtor do Paraná perdeu o medo [por causa da geada] de implantar novas lavouras, exatamente porque existe o serviço de alerta”, conclui o extensionista.

OUTROS SETORES – Organizado para a proteção do parque cafeeiro paranaense – distribuído pelas regiões Norte, Noroeste e parte do Oeste do Estado –, pesquisadores e profissionais de assistência técnica vêm observando nos últimos anos que outras áreas utilizam o Alerta Geada em suas atividades, caso dos produtores de hortaliças, comércio de vestuário, construção civil e o setor de turismo e eventos.

O Alerta Geada é uma iniciativa do Iapar e do Simepar, com o apoio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), Instituto Emater, Consórcio Pesquisa Café, prefeituras, cooperativas e associações de produtores.

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