​Algodão Goiano sob nova direção

Carlos Moresco assume o comando da Agopa em cenário promissor para a cadeia produtiva

14.12.2016 | 21:59 (UTC -3)
Brenno Sarques

Em meio a um cenário de melhoria no mercado internacional para o comércio de algodão, a Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa) saudou o novo presidente da entidade, em cerimônia que contou ainda com a posse da sua nova Diretoria. Carlos Alberto Moresco assume a presidência no dia 1º de janeiro de 2017, no lugar de Luiz Renato Zapparoli, que presidiu a Agopa nos últimos quatro anos.

Representantes das maiores instituições ligadas à cotonicultura compareceram ao evento realizado na noite do dia 13 de dezembro, em Goiânia. Entre eles, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), João Carlos Jacobsen; o presidente do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), Haroldo Cunha; e o recém-empossado presidente da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (AMPA), Alexandre Schenkel.

Em seu discurso de despedida, Luiz Renato Zapparoli fez uma retrospectiva das principais ações e projetos de sua gestão: “A consolidação do Programa Algodão Brasileiro Responsável colocou o algodão de Goiás nos mais altos níveis internacionais de sustentabilidade”. Destacou ainda os treinamentos realizados com trabalhadores do campo, os investimentos em pesquisas para combate a pragas da lavoura, a modernização do laboratório de análises de qualidade do algodão, a busca por financiamentos mais atrativos ao produtor e os eventos técnicos para compartilhamento de conhecimento e tecnologia. “Tenho certeza que a Nova Diretoria que toma posse hoje conseguirá alcançar vitórias ainda maiores”, conclui.

Para Carlos Moresco, que assume o comando da Associação, Goiás está preparado para aumentar a produção da pluma. “Temos área, estrutura e clima. O vento sopra a nosso favor”, declara. O novo presidente afirmou ainda que o consumo de algodão, atualmente, está maior do que a produção, e os estoques internacionais devem se tornar escassos. “Investimos em capacitação, infraestrutura e tecnologia para alcançarmos uma boa rentabilidade com sustentabilidade”, ressalta, enfatizando os bons resultados das missões de compradores internacionais de algodão que têm vindo a Goiás para conhecer a cadeia produtiva do setor.

Entidades preveem horizonte favorável

Os últimos quatro anos foram de baixa nos preços do algodão, se comparado a outras culturas como milho, soja e feijão. O grande estoque dos países compradores, principalmente a China, reduziu a demanda e o preço da pluma. O resultado foi uma progressiva redução na área cultivada no Brasil e em Goiás. Em três anos, a área plantada foi reduzida de 53 mil hectares para pouco mais de 30 mil hectares. Entretanto, a safra 2017/18 tem perspectiva de aumento no valor da matéria-prima.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), João Carlos Jacobsen, o Brasil tem algodão em qualidade de competir com seus principais concorrentes mundiais. “Temos agora um sistema inviolável de identidade de todo algodão analisado nos laboratórios brasileiros, que está disponível para que o comprador tenha garantia de qualidade e procedência”, ressalta.

Presidente do Instituto Brasileiro do algodão (IBA), Haroldo Cunha diz que a possível ampliação das áreas de cultivo deixa os produtores ansiosos. “Temos um conhecimento técnico inestimável sobre o algodão. O setor está preparado pra crescer”, garante.

Presidente do Fundo de Incentivo ao Algodão em Goiás (Fialgo), Marcelo Swart afirma que a nova Diretoria da Agopa vai otimizar seus procedimentos já com o foco no aumento da área plantada e do preço da pluma. “Há uma sinalização de melhora e devemos estar preparados”.

Superintendente estadual de Agricultura e Pecuária, Antonio Flávio de Lima destacou que a cotonicultura goiana se destaca pelo alto nível técnico e profissional de seus representantes, o que faz diferença na ponta final do processo de produção e comercialização.

Já para o supervisor regional de pesquisa em Algodão da Embrapa, Camilo Morello, o objetivo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária é levar a tecnologia desenvolvida a todos os produtores. “As parcerias com a Agopa em eventos técnicos e pesquisas vão continuar”, destaca.

O novo presidente da Agopa vai exercer um mandato de dois anos. A chapa eleita tem como vice-presidentes Haroldo Rodrigues da Cunha e Marcelo Jony Swart. O 1º e 2º secretários são Rogério Vian e Marcelo Peglow, respectivamente. Os cargos de 1º e 2º tesoureiros serão ocupados por Paulo Kenji Shimohira e Bruna Zapparoli. Dulcimar Pessatto Filho será o diretor executivo da Agopa.

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