Artigo: Reforço aos produtos sistêmicos da cultura de soja

16.11.2015 | 21:59 (UTC -3)
Gilson Oliveira, gerente de marketing de produtos na UPL Brasil

Em desenvolvimento desde 2011, a trajetória do defensivo agrícola Unizeb Gold o transforma em uma das principais criações da multinacional indiana UPL. Ele inaugura uma nova classe de produtos para o controle de doenças - a de produtos protetores. Este fungicida tem uma ação “multi-site”, ou seja, atua em inúmeros pontos do metabolismo do fungo. Além disso, seus agentes antistress ajudam a aumentar a produtividade da lavoura, pois garantem maior proteção de fotossíntese nas plantas, garantindo um destacado tom verde. E quando associado aos fungicidas sistêmicos, aumenta a penetração destes produtos e reduz a fitotoxicidade.

O Unizeb Gold chegou numa época em que o uso contínuo e indiscriminado de fungicidas trouxe problemas às grandes culturas da soja no Brasil. O aparecimento de fungos resistentes ao tratamento prejudicava o controle efetivo das doenças no campo. Cálculos preliminares registram uma perda de cerca de cinco sacas, no caso da cultura de soja, por conta da baixa eficiência dos atuais protetores sistêmicos existentes no mercado. Isso representava cerca de 10% de redução na produção nacional.

No início do ano, a UPL apresentou o produto em um dia de campo realizado na Universidade de Passo Fundo (UPF), no Rio Grande do Sul. Cerca de 150 produtores, profissionais de cooperativas e fornecedores puderam conhecer as vantagens do Unizeb Gold. À época, foram apresentados os resultados obtidos a partir do acompanhamento das safras 2012/13 e 2013/14. Registrou-se um aumento médio de produtividade na casa de sete sacas por hectare.

A recomendação de utilização consorciada com outros fungicidas sistêmicos em pelo menos duas aplicações ao longo do ciclo gera um custo equivalente a uma saca por hectare. Apesar de ser mais um produto na longa lista de defensivos adotada pelo agricultor, os executivos da UPL reforçam que o aumento de produtividade acabará incentivando seu consumo.

O produto surgiu quando a empresa reuniu um grupo de 21 fitopatologistas brasileiros, conhecidos como eagle team, para debater alternativas de programas de manejo de resistência. Na reunião do eagle team de 2014, o encontro quis entender as particularidades do desenvolvimento dos fungos em cada região do Brasil, e discutir estratégias para que causasse o menor dano possível nos grandes cultivos como soja, milho, trigo e algodão. A expectativa é trabalhar com as informações levantadas da melhor maneira possível, mapeando o cenário regional brasileiro, a fim de possibilitar ao produtor menores índices de doenças nas culturas e proporcionar o aumento do rendimento de grãos.

De olho no crescimento da soja no País, a multinacional busca alavancar a produtividade da oleaginosa. Na cultura do milho, a empresa diz que esse aumento pode chegar até 20% e no algodão, um pouco acima de 10%. O investimento para desenvolvimento do Unizeb Gold foi na ordem de US$ 80 milhões. Para que o produto tenha o efeito desejado, a recomendação da empresa é de, no mínimo, duas aplicações por ciclo da cultura

O potencial das vendas é grande, 90 mil toneladas/safra no Brasil. Para atender a demanda, foram feitos investimentos também na ampliação da capacidade de produção da fábrica que fica em Ituverava/SP e a empresa também inaugurou, em agosto último, um moderno centro de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e embalagens. O Unizeb Gold teve seu registro liberado em outubro de 2014 e já está disponível no mercado desde a safra 2014/15.

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