Brasil pode colher uma safra de milho menor

No Mato Grosso e em Goiás, as condições ao desenvolvimento das lavouras de milho, algodão, feijão e outras da 2ª safra estão tranquilas, apesar de que em algumas localidades se encontram em estado de aten&cce

23.04.2018 | 20:59 (UTC -3)
Climatempo

A formação de um bloqueio atmosférico sobre a Região Sudeste impende o avanço de frentes frias no interior do Brasil ao longo dessa semana, inclusive de uma que se aproxima do Rio Grande do Sul nesta segunda-feira (23). O tempo fica instável e chuvoso apenas sobre o estado gaúcho e em uma pequena parte de Santa Catarina.

A chuva que ocorre entre hoje (23) e amanhã (24), irá atrapalhar os trabalhos de colheita do arroz e da soja, mas nada que traga prejuízo aos produtores, apenas paralizações momentâneas. Por outro lado, os níveis de umidade do solo se manterão elevados, garantindo melhores condições ao desenvolvimento das lavouras e auxiliando os trabalhos de preparo do solo para a semeadura das culturas de inverno.

No norte de Goiás, de Mato Grosso, regiões produtoras de Rondônia, Pará, Maranhão, Piauí e em grande parte da faixa litorânea do Nordeste, há previsão de que ocorram algumas pancadas de chuva isoladas.

No Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, o tempo começa a abrir após um período de muitas chuva e transtornos na colheita da soja e do milho. As condições irão se manter favoráveis para a colheita, mesmo que já tenha previsão de chuva rápida no início da semana que vem, sobre as faixas norte de Goiás, Tocantins, e na divisa entre a Bahia e Goiás. Isso, não afetará a fase da colheita e nem tão pouco as lavouras.

Próximos dias nas lavouras do BR

Na quarta-feira (25) o tempo volta a abrir em todo Rio Grande do Sul e as condições voltam a ficar favoráveis à realização da colheita e demais tratos culturais.

O bloqueio deixa o tempo aberto e sem condições para chuva ao longo dos próximos dez dias, no Paraná, Mato Grosso, São Paulo e sul de Minas Gerais. Com isso, os níveis de umidade do solo vão reduzir drasticamente nesse período, afetando o desenvolvimento de 2ª safra, em especial o milho e o feijão. Pela falta da chuva, o potencial produtivo das lavouras também deve ser afetado, reduzindo sua média de produtividade.      

No Paraná e em várias regiões de São Paulo, o tempo seco persiste a mais de duas semanas, totalizando, com a estiagem dos próximos dias, mais de 20 dias sem chuva generalizada. Segundo monitoramento, 30% das lavouras de milho encontram-se em fase de florescimento e 10% já em início de granação. São fases extremamente suscetíveis ao déficit hídrico, ou seja, tudo está sinalizando para que o Brasil venha a colher uma safra menor do que os 88 milhões de toneladas, algo previsto no começo do plantio da 2ª safra de milho. O mesmo ocorrerá com o feijão 2ª safra, mas como grande parte da lavoura em São Paulo é sob regime de irrigação, as quebras irão ocorrer, mas bem menores do que no caso do milho que é totalmente de sequeiro.

Em Minas Gerais, estão ocorrendo perdas nas lavouras de milho e feijão. Mas mesmo com a ausência da chuva, as condições se encontram satisfatórias ao desenvolvimento das lavouras de café e cana-de-açúcar. O tempo seco em São Paulo e em Minas Gerais irá beneficiar o rápido avanço na colheita da cana. A chuva só deverá retornar as regiões no final da próxima semana. Porém, como era previsto, a 2ª quinzena de abril irá ser mais seca, já que a instabilidade só deve ocorrer durante a 1ª quinzena de maio.

Condições das lavouras em MT e GO

No Mato Grosso e em Goiás, as condições ao desenvolvimento das lavouras de milho, algodão, feijão e outras da 2ª safra estão tranquilas, apesar de que em algumas localidades se encontram em estado de atenção. Isso por conta do plantio tardio do milho, em muitas lavouras entrarão em fase de pendoamento nos próximos 15 dias e como não há previsão de chuva generalizada, a tendência é que venham ocorrer algumas perdas localizadas.

Apesar da ausência de chuva ao longo dos próximos 10 dias no Mato Grosso do Sul, as precipitações de fraca intensidade da última semana, mantiveram os solos com níveis razoáveis de umidade, o que permitirá que as lavouras atravessem esse período mais seco sem grandes problemas. Porém, como não foram todas as áreas beneficiadas pelas chuvas alguns produtores podem relatar perdas. 

A tendência é que a chuva fique cada vez mais escassa daqui para frente no Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia e Pará. No norte do Nordeste e na Região Norte também há previsão de chuva, o que é normal para essa época do ano.

Frio do inverno 
Não há nenhum indicativo de que ocorram geadas em nenhuma região do País, ao longo de toda a semana. A previsão é que as temperaturas mínimas sofram um ligeiro declínio entre as madrugadas de quarta (25) para sexta-feira (26), mas não devem passar dos 8°C nas regiões mais altas de Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Nas demais localidades, a tendência é de que as temperaturas fiquem superiores a 12°C.

Com o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, as massas de ar polar entram com maior frequência. No entanto, como ainda há previsão de que as temperaturas das águas fiquem mais quentes durante o inverno, poderemos ter um outono mais frio do que o próprio inverno, assim como ocorreu em 2017.  

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