Cooperação entre Brasil e Argentina para avaliar impacto das mudanças climáticas na distribuição de doenças na agricultura é firmada

Parceria proposta pela Embrapa Meio Ambiente e INTA, da Argentina

16.11.2017 | 21:59 (UTC -3)
Marcos Vicente​

Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) e do Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA), da Argentina, participaram de uma série de eventos na Embrapa, nos dias 6 a 10 de novembro, como primeira missão para discutir ações de um novo projeto de cooperação técnica entre os dois países, que prevê a avaliação do impacto das mudanças climáticas na distribuição das principais doenças que atingem sistemas agrícolas extensivos das culturas de cana-de-açúcar e de amendoim no Brasil e na Argentina.

O projeto é coordenado no Brasil pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores e na Argentina pelo Fondo Argentino de Cooperación Sur-Sur y Triangular (FO.AR) do Ministerio de Relaciones Exteriores y Culto, tendo como instituições executoras a Embrapa e o INTA, respectivamente. A presente proposta consiste em dar continuidade a um projeto de parceria entre Embrapa e INTA, realizado de 2011 a 2014. Em novembro de 2015, um novo acordo de entendimento foi firmado entre as partes, com a apresentação dessa nova proposta, com as coordenações da ABC e do FO.AR.

Os eventos foram o palco das primeiras ações técnico-gerenciais do projeto, culminando com a realização do planejamento das análises do impacto das mudanças climáticas sobre a mancha-preta do amendoim e as ferrugens da cana-de-açúcar, além de estabelecerem um cronograma de divulgações dos resultados produzidos. Participaram pelo INTA, os pesquisadores Alejandro Rago, Diretor do Instituto de Patología Vegetal do Centro de Investigaciones Agricolas (IPAVE CIAP) de Córdoba e Matías Bisonard (IPAVE CIAP) e as pesquisadoras da Embrapa, Emília Hamada e Raquel Ghini.

Conforme Alejandro Rago, o vínculo estabelecido durante o desenvolvimento do projeto anterior, entre o INTA e a Embrapa, proporcionou a interação das equipes de trabalho das duas instituições com sinergias mútuas, as quais são necessárias para o reforço de informação dos novos cenários produtivos e a continuação de esforços neste novo projeto.

Cooperação técnica

Os sistemas produtivos são cada vez mais afetados por alterações ambientais causadas pelas mudanças climáticas. Por essa razão, é essencial prever pautas relacionadas ao manejo de doenças de plantas, com vistas à adoção de medidas de adaptação, a fim de evitar perdas severas na agricultura nos dois países nas próximas décadas.

Por essa razão, em 10 de novembro, o grupo de pesquisadores realizou um seminário gerencial do projeto de cooperação, onde foram apresentados os principais resultados da primeira missão e planejamento de atividades futuras. O seminário contou com a presença de Sebastián Rodriguez, agente de investimentos do Consulado Geral da Argentina em São Paulo.

Rodriguez destacou a relevância da cooperação técnica para os dois países, pois pode impactar o desenvolvimento de toda a região. Ainda segundo ele, continuar a cooperação desse projeto e estimular o estabelecimento de outros são vitais para garantir a sustentabilidade dos sistemas agrícolas na região.

Quanto à importância do combate às doenças, Rodriguez ressaltou, como exemplo, o caso da província de Córdoba, na Argentina. “Uma região economicamente centrada na cultura do amendoim, e quando essa cultura é sujeita a ataques severos de pragas e doenças, há perturbações econômicas e sociais consideráveis; no Brasil isso não é diferente, fato que justifica esse tipo de esforço colaborativo” disse.

Para o Chefe Geral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo Morandi, o enfrentamento conjunto e colaborativo entre países atende à necessidade para se alcançar o avanço no conhecimento sobre os possíveis impactos das mudanças climáticas em doenças das diferentes culturas.

 


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