​Crescimento excessivo do feijão pode ser reflexo de desequilíbrio hormonal

Desenvolvimento exagerado do vegetal pode inibir fotossíntese das folhas inferiores

27.06.2017 | 20:59 (UTC -3)
Camila Castro

Ao contrário do que alguns podem acreditar, o crescimento de uma planta não está diretamente ligado ao aumento de produtividade na lavoura. Na cultura do feijão, por exemplo, o desenvolvimento vegetativo exagerado pode ocasionar o "autosombreamento", ou seja, as folhas localizadas na parte inferior, onde está a principal caixa produtiva da planta, deixam de receber luz do sol, impedindo o processo da fotossíntese. Com isso, se reduz a produtividade.

Segundo o engenheiro agrônomo Fransérgio Batista, gerente técnico especializado em grãos da Alltech Crop Science, essa ocorrência é reflexo do desbalanceamento hormonal do vegetal. "Existe um hormônio chamado auxina, responsável pelo seu crescimento. Quando ela está se desenvolvendo demais, é porque há excesso da substância atuando na planta. Isso inibe, também, a produção de outros hormônios importantes para o vegetal", explica.

Com o objetivo de melhorar o equilíbrio de sua lavoura de feijão, o produtor Joel Ragagnin, da cidade de Jataí (GO), acrescentou ao seu manejo, a utilização de soluções naturais à base de extratos vegetais, nutrientes e aminoácidos, que auxiliaram no desenvolvimento balanceado da cultura. "Com maior controle desse crescimento, conseguimos obter melhores índices de produtividade na propriedade", afirma o agricultor.

De acordo com Batista, todo o manejo do cultivo, seja do solo ou foliar, precisa ter entre seus principais objetivos a manutenção das folhas verdes e sadias, visto que a fotossíntese é vital para o vegetal. "Existem folhas desde a parte de baixo até a parte superior. Uma planta que produz é uma planta que faz fotossíntese em todas elas. Este processo é tudo no vegetal", complementa.

Além do uso de soluções que contribuem para o equilíbrio hormonal da planta, o agrônomo destaca a importância dos cuidados com a nutrição do vegetal, a disponibilização de água durante todo o ciclo e o manejo de pragas e doenças para um desenvolvimento adequado do cultivo. "Dessa forma, é possível que o produtor tenha uma resposta ainda mais significativa", finaliza Fransérgio Batista.

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