Cultivo de feijão em sistema agroecológico é testado no MT

A ação foi implantada pela Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer-MT)

05.09.2017 | 20:59 (UTC -3)
Helio Augusto de Magalhães

Com o objetivo de reforçar o cultivo do feijão, pela primeira vez no sistema agroecológico na agricultura familiar, 13 variedades do feijoeiro comum estão sendo testadas em uma Unidade Demonstrativa (UD), no Assentamento Caeté, localizado no município de Diamantino, MT (208 km a Médio-Norte de Cuiabá).

A ação foi implantada pela Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer-MT), em parceria com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e a Embrapa que disponibilizou variedades de feijão comum que melhor se adaptem às condições de cultivo do MT.

A Empaer é uma das principais parceiras da Embrapa no Mato Grosso e atua tanto com a extensão e também com a pesquisa; junto com a Embrapa estão trabalhando com UDs em diversas comunidades, principalmente com a agricultura familiar onde estão os assentamentos rurais. “Nestes assentamentos estão as UDs de feijão comum em sistema agroecológico, onde são validados e inseridos no conjunto dos trabalhos que são realizados em benefício dos agricultores familiares”, destacou a analista de transferência da Embrapa Arroz e Feijão, Marcia Gonzaga.

Além da implantação de UD, outros 15 produtores rurais do assentamento estão testando duas variedades de feijão, lançadas pela Embrapa: a BRS Estilo e a BRS Madrepérola; estas variedades foram plantadas em uma área de cinco hectares, do projeto financiado pelo Instituto Votorantim, em parceria com a Empaer-MT, com a finalidade de resgatar o sistema de policultivo.

De acordo com as informações da Empaer-MT, no Assentamento Caeté a UD foi instalada em uma área de 1.600 m² com as variedades de feijão dos grupos carioca, rajado, roxo e preto, onde os produtores receberam orientações sobre época de plantio, espaçamento, controle de pragas e doenças.

Neste sistema agroecológico, são utilizadas práticas de adubação à base de pó de rocha, cama de frango, biofertilizantes, extratos de plantas, urina de vaca, compostagem e adubação verde. A área está em transição sendo, por isto, o trabalho de médio a longo prazo, pois o solo é de baixa fertilidade natural por ter sido utilizado por muito tempo como pastagem.    

“Esta iniciativa no Assentamento Caeté conta com o apoio da Associação da Agricultura Familiar Sustentável Policultura (Ceiba) que considerou uma grande oportunidade de ter sementes de cultivares de diferentes grupos de feijão à disposição e poder observar de perto as características de cada uma, como o porte, a precocidade e suscetibilidade às doenças, e também, a produtividade diante das condições oferecidas no sistema agroecológico, ajudando o produtor na tomada de decisão, sobre qual cultivar irá produzir tendo em vista a comercialização”, informou a engenheira agrônoma da Empaer-MT, Josevanny Neves Assunção. Ao final do período será feita a colheita e a pesagem das cultivares para verificar as que tiverem o melhor desempenho produtivo.

 “O feijão é o primeiro prato na mesa do brasileiro; é só plantar que tem mercado certo e garantido”, enfatiza Valter Martins de Almeida, pesquisador da Empaer-MT. Este trabalho reúne o esforço conjunto entre a pesquisa, a extensão rural e o produtor da cadeia do feijão.

A vantagem do pequeno produtor investir no cultivo de feijão é que além de ser para o consumo próprio e a venda do excedente, incluindo para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

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