'Dez mandamentos' contra o greening: medidas para controlar a praga

Além do tripé básico, outras recomendações contribuem para que doença dos citros não ameace a produtividade dos pomares.

13.09.2017 | 20:59 (UTC -3)
Fundo de Defesa da Citricultura

O greening pode chegar facilmente e se espalhar rapidamente por pomares que não seguem rigorosamente as medidas de controle recomendadas pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), provenientes de anos de pesquisas, principalmente no caso de propriedades localizadas em áreas com altos índices da praga.

O uso de mudas certificadas no plantio, a erradicação de plantas contaminadas pelo greening e o controle do psilídeo, inseto transmissor da praga, compõem o tripé básico para o manejo nos pomares brasileiros. No entanto, outras recomendações aumentam a eficiência das ações:

1- Planejamento do plantio e da renovação do pomar: regiões com alta incidência de greening devem ser evitadas para iniciar um novo pomar. Recomenda-se evitar plantios recortados e estreitos para diminuir a área de borda, local do pomar mais sujeito às infestações por psilídeos vindos de outros pomares. A renovação deve ocorrer em blocos contínuos, evitando ainda o plantio de talhões novos ao lado de velhos e contaminados.

2- Aquisição de mudas sadias: as mudas devem ser produzidas em viveiros certificados, protegidos com telas anti-afídicas e cadastrados na Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) do Estado de São Paulo.

3- Aceleração do crescimento e antecipação da produtividade da planta: o objetivo é evitar que a planta seja contaminada pelo greening em sua fase mais suscetível, durante os quatro primeiros anos após o plantio.

4- Inspeção frequente de todas as plantas do pomar: as inspeções devem começar a partir do segundo ano da implantação do pomar. É recomendado realizar, no mínimo, seis inspeções em todas as plantas durante o ano, principalmente entre fevereiro e agosto, quando os sintomas do greening são mais visíveis.

5- Erradicação das plantas doentes: todas as plantas com greening devem ser eliminadas, independente de idade e severidade dos sintomas. Antes da erradicação, recomenda-se a pulverização das plantas doentes para evitar a dispersão de insetos contaminados para árvores sadias.

6- Monitoramento do psilídeo: identificar a presença do inseto é fundamental para saber o momento e locais mais adequados para realizar as pulverizações. O monitoramento deve ser feito com armadilhas adesivas amarelas instaladas nas plantas das bordas da propriedade e dos talhões.

7- Controle do psilídeo pela aplicação de inseticida sistêmico

8- Cuidado especial das bordas: cerca de 80% dos psilídeos e das plantas infectadas encontram-se nos primeiros 100 a 200 metros da divisa da propriedade, a chamada faixa de borda. Isso ocorre porque quando o inseto voa de um pomar para outro, ele pousa nas primeiras plantas de citros com brotação que encontra. Portanto, as recomendações são:

9- Participação no manejo regional: o combate em larga escala ao greening, coordenado e simultâneo, realizado por produtores de uma mesma região, impede que o inseto migre de uma propriedade para outra durante a pulverização.

10- Atuação conjunta com os vizinhos: nem todas as plantas de citros ou murta recebem os cuidados necessários para evitar a disseminação do greening, principalmente aquelas em pomares orgânicos ou abandonados, chácaras e quintais. Então, algumas ações devem ser estendidas às áreas adjacentes às propriedades:

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