I HortPANC vai discutir novos e possíveis cenários para a produção de hortaliças não convencionais

De acordo com a organização, a expectativa relacionada à I HortPLANC é que o encontro represente o primeiro passo para o lançamento de uma rede de produção de sementes e mudas de hortaliças nã

15.05.2017 | 20:59 (UTC -3)
Anelise Macêdo

Hortaliças não convencionais, também chamadas de hortaliças tradicionais, são espécies normalmente rústicas, com cultivo limitado e restrito a determinadas regiões, e que normalmente estão presentes na alimentação e na cultura de populações tradicionais.

Araruta, almeirão, azedinha, bertalha, cará-moela, chuchu-de-vento, capuchinha, jambu, mangarito, ora-pro-nobis, physalis, peixinho, taioba e vinagreira... Essas são algumas das espécies, comercialmente pouco exploradas, mas que gradualmente começam a marcar presença e a despertar o interesse de pequenos produtores e também de consumidores.

Esse atual cenário e as perspectivas futuras, a médio e longo prazos - fruto de um trabalho que vem sendo desenvolvido há algum tempo e que visa o resgate de uma cultura alimentar que vinha sendo perdida - vão nortear as discussões em torno desses alimentos durante o l Encontro Nacional de Hortaliças Não Convencionais - I HortPanc, promovido pela Embrapa Hortaliças (Brasília, DF) nos dias 02 e 03 de junho próximos.

De acordo com os coordenadores do encontro, que contempla uma ampla programação, dividida entre seminário, dia de campo e reunião técnica, a ideia é promover a aproximação de interesses comuns ao mobilizar pesquisadores, técnicos, produtores e profissionais ligados à gastronomia em discussões em torno de ações de fomento de produção, comercialização e consumo dessas espécies.

“A promoção desse evento privilegia como principal componente a discussão entre os participantes, no sentido de identificar os pontos onde têm sido verificados avanços e, ao mesmo tempo, onde os gargalos vêm afetando a expansão do cultivo das hortaliças não convencionais”, anota a pesquisadora Neide Botrel, que coordena o projeto “Avaliação agronômica, caracterização nutricional e estudo da vida útil das hortaliças não convencionais”, em parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ).

A pesquisadora lembra que esse trabalho dá continuidade ao projeto que simboliza a pedra de toque dos primeiros trabalhos, desenvolvido pelo pesquisador Nuno Madeira. “Tudo começou com o projeto “Hortaliças tradicionais – antigos saberes e sabores, novas oportunidades e alternativas para a agricultura familiar”, liderado por Madeira e ancorado na formação de um banco de germoplasma dessas espécies.

A partir desse projeto, que possibilitou o desenvolvimento genético, foi possível a implantação de campos de multiplicação de material propagativo, com o objetivo de disseminar as plantas pelo País, numa atuação conjunta com outras instituições, a exemplo da Emater-MG.

De acordo com a pesquisadora, a expectativa relacionada à I HortPLANC é que o encontro represente o primeiro passo para o lançamento de uma rede de produção de sementes e mudas de hortaliças não convencionais, além da compreensão sobre a necessidade de estabelecimento de pontos de comercialização dessas espécies.


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