Mercado promissor faz crescer demanda por hortaliças de propagação vegetativa

Materiais de propagação vegetativa lançados pela Embrapa Hortaliças (Brasília, DF), vêm ganhando espaço no mercado

14.07.2016 | 20:59 (UTC -3)
Anelise Macedo

Materiais de propagação vegetativa (propagação feita por ramas, bulbos ou raízes), lançados pela Embrapa Hortaliças (Brasília, DF), vêm ganhando espaço no mercado. As cultivares de alho livre de vírus BRS Hozan, assim como as cultivares de mandioquinha-salsa BRS Rúbia e a BRS Catarina, são exemplos dessa aceitação, verificada durante a 23ª edição da Hortitec - Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas, realizada entre os dias 22 a 24 de junho em Holambra, SP, com grande procura por esses materiais durante o período do evento.

De acordo com Ivaldo Ribeiro, diretor da Eagle Flores, Frutas & Hortaliças Ltda, empresa licenciada pela Embrapa para produzir e comercializar essas cultivares, a exposição dos materiais na Hortitec acabou, por exemplo, com o estoque de alho-semente livre de vírus da empresa. Com uma carteira de mais de cem clientes, e mesmo antes de abrir o primeiro lote para comercialização, a empresa não possuía mais nenhuma semente para venda. E a procura continua. Entre e-mails e telefonemas, a média é de 30 por dia, "todos relacionados à compra de sementes".

Pioneira entre as instituições parceiras da Embrapa a trabalhar, no segmento das hortaliças, com a multiplicação/comercialização de material de propagação vegetativa, a Eagle tem apostado em novas oportunidades de mercado, estratégia que poderá incluir, num futuro próximo, as cultivares de batata-doce.

No mesmo compasso dos caminhos percorridos pelo alho BRS Hozan e pelas cultivares BRS Rúbia e BRS Catarina, os materiais de batata-doce seguem no momento as etapas referentes às "linhas de montagem" das ações relacionadas à multiplicação de plantas pertencentes a esse grupo de hortaliças – o processo de finalização está em curso para encaminhamento à Embrapa Produtos e Mercado, com vistas aos procedimentos relativos à promoção, comercialização e licenciamento dos materiais.

Na avaliação da agrônoma Flávia Clemente, supervisora do Setor de Prospecção e Avaliação de Tecnologias (SPAT) da Embrapa Hortaliças, que vem acompanhando a evolução da trajetória das cultivares em uma ação conjunta entre a Unidade e a Embrapa Produtos e Mercado, "a parceria trabalha com foco na condução e no direcionamento de mecanismos voltados ao posicionamento dos materiais no mercado, por meio do Grupo de Governança e de Integração de Ações, o 'CG-PIT Hortaliças'".

A supervisora observa que as perspectivas apontam para o fortalecimento desse trabalho, tendo em vista que as qualificações dos materiais licenciados têm atraído cada vez mais a atenção da cadeia produtiva. Para exemplificar, ela cita a expansão do cultivo de alho e de mandioquinha-salsa em diversos estados, "resultante de uma crescente demanda por materiais com potencial genético e pureza fitossanitária".

Livro
"Hortaliças de propagação vegetativa: tecnologia de multiplicação", livro que trata da multiplicação e estabelecimento das lavouras de hortaliças propagadas vegetativamente (alho, batata, batata-doce, mandioquinha-salsa e morango) foi lançado durante a Agrobrasília 2016, Feira Internacional dos Cerrados, realizada em maio último. "A publicação reúne descrições detalhadas dos avanços tecnológicos relacionados à multiplicação e à produção comercial de propágulos dessas hortaliças, e tem como proposta servir como base de consulta para a cadeia produtiva", explica o pesquisador Ricardo Pereira, que assina a editoria técnica junto com o pesquisador e chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia Warley Nascimento.

Anelise Macedo.

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