Milho é destaque nas vendas externas brasileiras nos primeiros nove meses de 2016

As exportações do produto foram maiores em razão da safra recorde no ano anterior

06.10.2016 | 20:59 (UTC -3)
CNA

Dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) nesta segunda-feira (03/10) mostram que, no acumulado de janeiro a setembro de 2016, o saldo da balança comercial brasileira apresentou superávit de US$ 36,18 bilhões, acumulando US$ 139,3 bilhões em exportações e US$ 103,1 bilhões em importações. Esse saldo acumulado é mais de três vezes superior ao do mesmo período de 2015 (US$ 10,25 bilhões).

Apenas o mês de setembro gerou superávit de US$ 3,8 bilhões, maior resultado para o período desde 2006. Esse saldo foi, entretanto, 8,1% inferior ao de agosto deste ano, principalmente pelas quedas de 7,1% (US$ 1,2 bilhão) nas exportações e de 6,7% (aproximadamente US$ 900 milhões) nas importações. Se comparadas com setembro de 2015, as exportações apresentam queda de 2,2%, especialmente pela redução na entrada dos produtos na Ásia (-9,6%), Mercosul (-6,3%), América Central e Caribe (-2,4%), e, mais especificamente, China (queda de 29,6%, US$ 2,5 bilhões).

Apesar desta queda, no agregado de janeiro a setembro, a China se manteve como principal compradora de produtos brasileiros, importando 21,5% das vendas externas do país (US$ 30 bilhões). Esse valor foi 2,5% inferior ao do mesmo período de 2015, quando o país vendeu US$ 30,4 bilhões para o gigante asiático. Só em setembro foram exportados US$ 2,5 bilhões para a China, 16% das exportações brasileiras no mês.

Os cinco principais fornecedores do Brasil em setembro de 2016 foram: União Europeia (US$ 2,51 bilhões), Estados Unidos (US$ 2,21 bilhões), China (US$ 2,09 bilhões), Argentina (US$ 0,79 bilhões), e Coréia do Sul (US$ 0,37 bilhões), como demonstrado no gráfico:

No agregado de janeiro a setembro de 2016, 40% das exportações brasileiras foram pautadas por 18 produtos do agronegócio. A soja em grãos foi o principal produto exportado pelo Brasil, representando 13% do valor total das exportações do país.

Dos US$ 56,38 bilhões obtidos com a venda dos 18 principais produtos do agronegócio que constituíram 40% das exportações brasileiras, os principais produtos desse segmento foram a soja em grão (17%) e açúcar em bruto (5%).

Um dos produtos que apresentaram grande variação na comparação entre os acumulados de 2016 e 2015 foi o milho em grãos. O valor de exportação expandiu em 42,3% e a participação nas exportações anuais aumentou, de 1,51% para 2,25%. As exportações do milho foram maiores em razão da safra recorde no ano anterior.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), no entanto, espera que ao final de 2016 as exportações totais do produto sejam inferiores às de 2015, em razão da diminuição das exportações prevista para os próximos meses, principalmente devido à ocorrência de adversidades climáticas como seca e altas temperaturas que afetaram as lavouras e também pela redução do estoque do produto. O milho em grãos representa 2% da pauta exportadora brasileira. Seu principal destino no ano tem sido a Ásia, que importou 55% de todo o milho vendido pelo produtor brasileiro ao exterior.

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