​Plantio Direto ameniza calor excessivo ao embrião da soja em MT

A estimativa da Nelore Grendene é superar sua primeira safra de soja, quando os talhões menos produtivos renderam 59 sacas por hectare e os mais rentáveis chegaram a 71,5 sacas

08.12.2015 | 21:59 (UTC -3)
Diego Silva

Com o termômetro sempre acima dos 30ºC na cidade de Cáceres (MT), a temperatura do solo chega aos 70ºC, capaz de matar o embrião da planta da soja. A constatação do engenheiro agrônomo, Lycurgo Iran Nora, exigiu a estratégia de investir no Sistema de Plantio Direto (SPD), em que se planta a soja sobre a palha da safra anterior, no caso da Fazenda Ressaca, sobre a pastagem brachiaria. Na segunda safra da propriedade, dos 1.350 hectares destinados à soja, mil foram cultivados no SPD, técnica que tem garantido o desenvolvimento saudável da planta.

Segundo Iran Nora, sem a palhada, o plantio, que atinge meados de dezembro devido a falta de chuvas, seria inviável. “É o real sentido da integração. Ganha-se em produtividade e rentabilidade, uma vez que devemos utilizar menos herbicida nesta safra, produto que impede a manifestação de ervas daninhas. A palha proporciona menor possibilidade de invasoras e ainda retém no solo mais nutrientes e matéria orgânica” pontua o agrônomo, referindo-se ao SPD como uma técnica que agrega valor às áreas que estão em algum nível de degradação.

A estimativa da Nelore Grendene é superar sua primeira safra de soja, quando os talhões menos produtivos renderam 59 sacas por hectare e os mais rentáveis chegaram a 71,5 sacas, médias equivalentes ao Norte de Mato Grosso, uma das regiões mais produtivas do País.

Com foco na pecuária, os gestores da propriedade pegam embalo no mercado dos grãos, com saca na casa dos R$ 70, e ainda estimulam a lotação dos animais. “O carro chefe da fazenda é a produção de touros Nelore com alto padrão genético. Temos também animais de corte, que após a primeira safra de grãos, estão concentrados em um menor espaço. Mas a meta é atingirmos oito animais por hectare no período de cinco safras de soja, aumentando o rebanho, sem expandir a área”, pontua o diretor Ilson Corrêa.

Além da oleaginosa os técnicos destinaram parte da área para o cultivo de sorgo, que servirá de silagem para complementar a alimentação dos animais quando necessário. E estrategicamente, alguns talhões foram cultivados com sementes de pastagem, que na safra 2016/17 estará pronta para ser dessecada e estimular a produtividade dos grãos.

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