Pressão da mosca-branca se intensifica nas lavouras de algodão da Bahia e do Mato Grosso

Produtores enfrentaram ataques da praga no início da safra, em virtude do tempo seco; Ministério da Agricultura incluiu inseto entre os de maior risco

30.05.2016 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

Nos primeiros meses deste ano, na etapa de plantio da safra de algodão que está em andamento, houve ataques de alta intensidade da mosca-branca em áreas de cultivo da Bahia e do Mato Grosso. A forte presença do inseto nessas lavouras cresce ano a ano, segundo especialistas.

Incluída pelo Ministério da Agricultura, no ano passado, na lista das pragas consideradas de maior risco sanitário, com potencial para provocar prejuízos econômicos, a mosca-branca, ou Bemisia tabaci, suga a seiva da planta de algodão, provocando deficiências nutricionais.

“Nas lavouras mais novas, a praga causa desuniformidade e atraso no desenvolvimento. Já nas mais desenvolvidas, são características do ataque o abortamento de estruturas reprodutivas e o surgimento de condições favoráveis à ação da mela e da fumagina. No final do ciclo, a agressividade da mosca-branca pode contaminar a fibra do algodão”, explica Ivan Jarussi, engenheiro agrônomo da DuPont Brasil Proteção de Cultivos.

“A grande perda provocada pela mosca-branca se dá na parte fisiológica da planta. A praga retira nutrientes, desestabiliza a planta do algodão pela redução da capacidade de fotossíntese. Com a queda na produção, e os efeitos danosos na qualidade da fibra, o produtor sofre enormes prejuízos e vê seu produto final ser depreciado no momento da venda”, continua Jarussi.

De acordo com o gerente, a presença da mosca-branca no algodoeiro passou a receber mais atenção de especialistas e estudiosos em períodos recentes. “É uma praga que ainda está sendo estudada. Entendemos ser importante o produtor monitorar essa evolução dos ataques e adotar as boas práticas de controle do inseto nas primeiras infestações de sua lavoura”, acrescenta Jarussi.

A Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – e outros órgãos do agronegócio têm divulgado, com frequência, recomendações técnicas para controle da mosca-branca, entre as quais se destacam o uso de inseticidas e de cultivares adaptadas, o plantio de mudas sadias, a limpeza da lavoura e a adoção do vazio sanitário.

Nova tecnologia e resultados – A DuPont Brasil Proteção de Cultivos obteve registro oficial para a aplicação do inseticida Benevia no controle da mosca-branca em algodão e outras 29 culturas. A autorização vale também para manejo de outras pragas.

Ivan Jarussi destaca que Benevia foi desenvolvido com base em uma molécula química de última geração, o Ciantraniliprole. “Benevia é um defensivo agrícola de baixa toxicidade, com alta potência inseticida e seletividade aos inimigos naturais da mosca-branca e de outras pragas do algodoeiro”, adianta Jarussi.

Segundo o agrônomo, antes da obtenção do registro nos órgãos reguladores Benevia foi pesquisado em mais de 100 campos experimentais, em todo o território nacional. A recomendação da DuPont para uso desse produto no algodão é efetuar três aplicações, com intervalo máximo de 10 dias entre uma e outra. “O período ideal para o tratamento acontece entre 40 e 100 dias da emergência da cultura”.

“Benevia apresenta eficácia superior por contar com uma característica única: o controle de todas as fases da praga, desde a ninfa até os insetos adultos. A ação sobre todo o ciclo da praga minimiza os 'escapes' e proporciona maior período de controle da mosca-branca”, finaliza Jarussi.

Mais informações: www.dupontagricola.com.br

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