​Produtores de Mato Grosso visitam unidade da Lummus e unidade de pesquisa do USDA no Texas

A visita à unidade da Lummus foi o primeiro compromisso da Missão Técnica da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa)

06.09.2016 | 20:59 (UTC -3)
Martha Baptista

A visita à unidade da Lummus em Lubbock, nos Texas, foi o primeiro compromisso oficial da Missão Técnica da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa). Em seguida, a comitiva liderada pelo presidente da Ampa, Gustavo Piccoli, visitou uma unidade de pesquisa e produção de algodão do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Ministério da Agricultura norte-americano).

Na Lummus, o grupo foi recebido por Ross Rutherfood, gerente geral de produção, que abordou vários aspectos importantes para assegurar a máxima qualidade da pluma. Segundo o pesquisador do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), Jean Louis Belot, o representante da Lummus destacou a importância de que todos os elementos do processo de beneficiamento estejam bem dimensionados e também de se fazer o monitoramento do grau de umidade do algodão em caroço. " O algodão tem que passar pelo descaroçador com um mínimo de umidade, pois se tiver com menos de 5% poderá perder qualidade e ter aumentado o índice de fibras curtas", explica Belot.

Empresa tradicional no mercado de beneficiamento do algodão, a Lummus está construindo em sua unidade de Savannah, na Geórgia, as máquinas da micro usina que será utilizada na Escola de Beneficiamento, em construção no Centro de Treinamento e Difusão Tecnológica do Núcleo Regional Sul, inaugurado pela Ampa e pelo IMAmt em Rondonópolis. Até janeiro de 2017, o maquinário deverá ser entregue e a previsão do IMAmt é de que a usina seja inaugurada a tempo de ser utilizada em cursos e treinamentos visando à qualificação de mão de obra para a safra 2016/17.

Novas tecnologias - O segundo compromisso da comitiva de Mato Grosso foi a unidade de pesquisa e produção de algodão do USDA, em Lubbock. A unidade de Cotton Production e Processing Research é focada no desenvolvimento de pesquisas para as etapas de colheita, beneficiamento e deslintamento.

Entre as linhas de pesquisa apresentadas, Belot destaca o desenvolvimento de uma metodologia para fazer o algodão abrir em campo sem o uso de desfolhantes ou maturadores. Na opinião do pesquisador do IMAmt, essa linha de pesquisa pode ser útil na destruição de soqueiras, que ocorre junto com a colheita, visando à eliminação dos restos culturais do algodoeiro antes do início do período de vazio sanitário.

Os pesquisadores da unidade do USDA no Texas também apresentaram trabalhos que mostram a importância de se limpar o algodão procedente do campo antes de seu descaroçamento. "As pesquisas indicam que o processo de limpeza do algodão em caroço é menos danoso para a qualidade da fibra em relação à limpeza da fibra depois do descaroçamento", diz Belot, que é coordenador do programa Qualidade da Fibra do Algodão de Mato Grosso.

Os visitantes mato-grossenses conheceram um novo sistema de deslintamento do caroço do algodão cuja grande vantagem é a não utilização de qualquer tipo de ácido. Por enquanto, esse processo é feito numa unidade-piloto com capacidade para processar 50 kg de sementes/hora, mas a intenção é comercializar unidades industriais dentro de dois a três anos. Outro ponto destacado foi a preocupação dos pesquisadores do USDA com a valorização dos subprodutos das algodoeiras. Foi apresentado à comitiva um projeto visando à fabricação de materiais biodegradáveis utilizando resíduos das usinas de beneficiamento associado ao crescimento de um fungo.

A Missão Técnica ao Texas - estado norte-americano que se destaca não só na produção algodoeira, como também no desenvolvimento de tecnologias para o setor – prossegue até o final desta semana com visitas a duas universidades de ponta: Texas Tech University (TTU) e a Texas A&M University. Além de diretores e produtores da Ampa, integram o grupo representantes de uma nova geração que poderá assumir a condução da cotonicultura no estado num futuro próximo. A comitiva de Mato Grosso é composta pelos diretores Sérgio Introvini, Alexandre Schenkel, Valdir Jacobovski, Cleto Webler, Alessandro Polato e Arilton Riedi; pelos produtores Jackson Schenkel, Vinícius Garbugio, Marcelo de Aguiar e Tiago Piazza Carlott; por Décio Tocantins, diretor executivo da Ampa, e pelos jovens Eduardo Schein, Gabriel Gustavo Piccoli, Igor Riedi, Adecrésio Pedro de Aguiar Neto e Sara Introvini.

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