Região de Limeira (SP) é a mais contaminada pelo greening em todo o cinturão citrícola de SP e MG

​De acordo com o levantamento realizado pelo Fundecitrus, 39,48% das laranjeiras da região de Limeira (SP) apresentam os sintomas do greening

07.08.2017 | 20:59 (UTC -3)
Fundecitrus

De acordo com o levantamento realizado pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), divulgado no final de junho, 39,48% das laranjeiras da região de Limeira (SP) apresentam os sintomas do greening, a mais destrutiva doença da citricultura mundial. A porcentagem de plantas contaminadas, mais do que o dobro dos 16,73% verificados no cinturão citrícola de São Paulo e Sudoeste/Triângulo Mineiro, é a mais alta dentre as 12 regiões que compõem o parque – em Brotas, a segunda região mais afetada pelo greening, 36,8% das plantas estão doentes; a região do Triângulo Mineiro é a menos comprometida, com apenas 0,58% de incidência.

Apesar da estabilização nos últimos três anos, o índice de 16,73% de incidência de greening em SP e MG é considerado muito alto: são cerca de 32 milhões de árvores doentes.

O greening reduz a produtividade dos pomares e causa prejuízo aos produtores, pois provoca a queda prematura dos frutos, que, quando se desenvolvem, são pequenos, irregulares e de sabor amargo e ácido. Como a doença não tem cura, a erradicação da árvore é a única forma de impedir que ela funcione como fonte de contaminação de plantas saudáveis dentro do pomar.

Na região de Limeira, a forte presença do greening demonstra que o controle da doença precisa ser mais rigoroso. Dentre as demais medidas recomendadas estão o plantio de mudas sadias; o monitoramento do psilídeo (inseto transmissor da bactéria que causa a doença) e aplicações frequentes; o cuidado especial com as bordas do pomar (primeiros 100 a 200m), que são as portas de entrada do inseto; e a ação conjunta com produtores vizinhos, o que inclui o controle do psilídeo em plantas cítricas ou de murta nas proximidades do pomar (ranchos, chácaras, quintais, pomares abandonados etc.).

Para se ter ideia do poder de devastação do greening, a Flórida (EUA), segundo maior produtor de laranja no mundo, viu sua produção despencar em 100 milhões de caixas nos últimos 10 anos. Estima-se que 90% de suas plantas estejam doentes.

#unidoscontraogreening

O greening é considerado um problema econômico e social, já que a citricultura movimenta anualmente US$ 14 bilhões e gera 200 mil empregos diretos e indiretos (dados de estudo da Markestrat) em cerca de 350 municípios do cinturão.

É nesse contexto que está inserida a campanha #unidoscontraogreening, lançada oficialmente pelo Fundecitrus em junho. O objetivo é engajar toda a cadeia citrícola e também a sociedade no enfrentamento da doença.

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