Sachetti: "Devemos desarmar os espíritos para falar sobre defensivos"

Sachetti, que é produtor rural, explicou que ninguém utiliza defensivos agrícolas porque quer, pois trata-se de uma necessidade, especialmente em um país tropical como o Brasil

04.12.2015 | 21:59 (UTC -3)
FPA

O deputado Adilton Sachetti (PSB-MT), integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), afirmou que é preciso desarmar os espíritos e despolitizar o debate sobre os defensivos agrícolas. A afirmação foi feita na audiência pública Os Impactos dos Agrotóxicos na Saúde e no Meio Ambiente, realizada na última quinta-feira (3/12) na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.

Sachetti, que é produtor rural, explicou que ninguém utiliza defensivos agrícolas porque quer, pois trata-se de uma necessidade, especialmente em um país tropical como o Brasil. "Na Agricultura Tropical é necessária a utilização de diversos produtos que em países do Hemisfério Norte, normalmente tomados como referência, não são usados, por uma condição natural de clima. Seis meses embaixo da neve elimina todos os fungos. Nós aqui não temos essa eliminação."

Apesar dessa necessidade, o deputado acrescenta que, até por razões econômicas, nenhum produtor banaliza o uso de defensivos. "Temos que trabalhar com o menor impacto possível. Isso sim tem que ser discutido. Evitar ao máximo utilizar qualquer produto químico. Porque cada vez que eu utilizo um produto desses é um desembolso que tenho de fazer. É menos resultado que a atividade vai ter. Então, ninguém, de sã consciência, usa aleatoriamente."

O parlamentar concluiu que é preciso promover um diálogo aprofundado para se chegar a um entendimento entre as partes. Segundo Sachetti, dessa forma poderiam ser evitadas práticas que podem causar problemas à saúde, mas também se daria valor à agricultura feita com seriedade, onde predomina o uso correto e controlado dos defensivos agrícolas.

Palavra de especialista

O professor Marco Antônio Gandolfo, diretor do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp), é outra voz importante que, recentemente, garantiu: caso o Brasil abolisse o uso de produtos químicos na lavoura, a produção poderia cair 80%. "Em cinco anos o desequilíbrio provocado seria muito grande, porque as pragas teriam uma capacidade de reprodução e domínio monstruosas."

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