Santa Catarina promove o primeiro Exercício Simulado de Emergência Fitossanitária

O Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina-CIDASC, promoverá nos dias 24 e 25 de outubro de 2017, em Fraiburgo(SC), o Simulado de Emergência Fitossani

13.10.2017 | 20:59 (UTC -3)
Janice Ebel

Depois do feito inédito, em nível mundial, da erradicação de Cydia pomonella (traça da maçã),  que culmina evitando custos aos produtores em torno de 50 milhões ao ano, Santa Catarina inova e promove o primeiro Exercício Simulado em Emergências fitossanitárias.

O Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina-CIDASC, promoverá nos dias 24 e 25 de outubro de 2017, em Fraiburgo(SC), o Simulado de Emergência Fitossanitária para o Fogo Bacteriano em Pomáceas.

O objetivo do simulado é treinar os profissionais que atuam na Defesa Sanitária Vegetal para uma eventual emergência fitossanitária, promovendo de maneira eficaz a contenção, a supressão e a erradicação da praga.

Ao longo da programação, os participantes serão submetidos à situações que simularão a realidade de fatos, onde terão que tomar decisões estratégicas e aplicar a legislação vigente.

O Fogo Bacteriano

O Fogo Bacteriano, causado pela bactéria Erwinia amylovora, é uma doença grave, sendo a sua evolução em função da quantidade e virulência da bactéria, das condições ambientais favoráveis e do grau de suscetibilidade dos hospedeiros à doença. Embora ainda seja uma doença ausente no Brasil, possui alto potencial de dano econômico e epidemiológico.

A bactéria passa o inverno na forma de cancros hibernantes, formados na madeira no período vegetativo anterior. Na primavera e com condições ambientais favoráveis, a bactéria desenvolve-se produzindo o inóculo primário para desenvolver os sintomas da doença.

O inóculo primário é disseminado por insetos, chuva e vento, contaminando as flores e ramos em crescimento. Uma vez disseminado penetra nos tecidos através das aberturas naturais ou feridas causadas por agentes externos (poda, granizo, picada de insetos, etc.).

Normalmente os primeiros sintomas aparecem na primavera, podendo ser infetadas por Erwinia amylovora todas as partes verdes das plantas hospedeiras. Os frutos desidratam, ficando aderentes ao corimbo, podendo ser acompanhados do exsudado bacteriano característico da doença. 

As folhas apresentam manchas de cor castanhas a negra nas margens e nervura central. Os ramos secam, ficam castanhos e a ponta encurva, conferindo a forma característica de “cajado de pastor”. Estes sintomas podem ser acompanhados de exsudado bacteriano se as condições climáticas forem favoráveis. Este exsudado também pode ser observado nos ramos e troncos, onde se desenvolve cancros em depressão, com fendas irregulares na casca, evidenciando um aspeto geral de “queima” advindo a designação de “fogo bacteriano”.

A Produção de Maçã em Santa Catarina

O estado de Santa Catarina é o maior produtor nacional de maçã. De acordo com informações da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã – ABPM, a safra 2017 obteve uma colheita em torno de 1,2 milhão de toneladas no país, cerca de 600 mil em Santa Catarina e aproximadamente 200 mil toneladas na região de Fraiburgo.

A Cadeia Produtiva da Maçã, considerando todo o seu ciclo, proporciona anualmente ao Brasil cerca de R$ 6 bilhões em riquezas, e gera 58,5 mil empregos diretos e outros 136,5 mil empregos indiretos.

O setor potencializou o desenvolvimento das regiões de Fraiburgo e São Joaquim, que possuem hoje a principal fonte de renda oriunda da exploração da cultura da macieira. A maçã permite viabilizar economicamente a pequena propriedade, incrementar a agroindústria e explorar adequadamente as potencialidades climáticas das regiões produtoras.

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