Soja deve garantir manutenção da renda ao produtor no RS

​Com o plantio da cultura da soja na reta final, a expectativa das cooperativas gaúchas é de ao menos manter a mesma produção da safra 2015/2016 que chegou 15 milhões de toneladas

10.12.2015 | 21:59 (UTC -3)
Nestor Tipa Júnior/

Com o plantio da cultura da soja na reta final no Rio Grande do Sul, a expectativa das cooperativas gaúchas é de ao menos manter a mesma produção da safra 2015/2016 que chegou 15 milhões de toneladas. A área deverá aumentar pelo menos 3% de acordo com a estimativa da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), ultrapassando os 5,3 milhões de hectares.

Sobre a produtividade, o presidente da entidade, Paulo Pires, avalia que será difícil superar a alcançada no período 2014/2015. Mesmo com as projeções otimistas que apontam incremento de 7%, a safra anterior foi classificada pelo dirigente como um ponto fora da curva. Mas se o clima ajudar, Pires acredita que será possível ao menos chegar à mesma projeção ou apostar em um crescimento. "No ano passado tivemos um aumento de produtividade muito grande. Com a tecnologia empregada nas lavouras nas últimas safras e se o clima ajudar, poderemos crescer entre 3% e 5% em ganho de produtividade", projeta.

O plantio da cultura já ultrapassou os 90% no Rio Grande do Sul. O presidente da FecoAgro/RS lembra que houve atraso devido às chuvas e em alguns pontos foram feitos o replantio. O clima úmido e quente provocou o tombamento das plantas. Ele destaca, porém, que os prejuízos são pontuais. "De uma forma geral não ocorreram tantos danos que comprometam os prognósticos de produção, até porque estamos dentro do período preferencial de plantio. A janela determinada pelo zoneamento agrícola vai até o dia 10 de dezembro", acrescenta Pires.

No entanto, a alta dos custos ainda é considerada a vilã desta safra. Pires afirma que, se no primeiro momento a desvalorização cambial beneficiou os produtores no preço, agora os penaliza, especialmente porque os preços de insumos químicos e fertilizantes foram repassados ao agricultor. O dirigente salienta que em cima da soja se deposita a grande responsabilidade da manutenção da propriedade. "Nós não tivemos renda no trigo e para o milho não teremos uma área expressiva no Rio Grande do Sul. A esperança de retorno econômico até para suprir o resultado que não está vindo nestas culturas será a soja", observa.

A perspectiva é que as cooperativas do Rio Grande do Sul aumentem sua participação no recebimento da soja na safra 2015/2016. No período passado, a alta foi de 40% de um total de 15 milhões de toneladas produzidas no Estado, ou seja, 6 milhões de toneladas foram entregues para as cooperativas de acordo com dados da FecoAgro/RS.

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