​Unidade de Referência em Agroquímicos forma sua primeira turma de consultores no próximo dia 28

Grupo em treinamento é composto por pequenos e médios agricultores e por profissionais que atuam nas empresas Citrosuco e Syngenta

18.04.2017 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

Criada por uma parceria entre o Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico (CEA-IAC) - órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP -, e a iniciativa privada, a Unidade de Referência em Tecnologia e Segurança na Aplicação de Agroquímicos (UR) forma sua primeira turma de consultores no próximo dia 28. A nova entidade tem como objetivo capacitar profissionais-líderes para treinar mão de obra qualificada ao manejo de agrotóxicos.

A primeira etapa do curso foi realizada no CEA-IAC, na cidade paulista de Jundiaí, entre o final de março e o início deste mês, com a participação de pequenos e médios agricultores e de profissionais das empresas Citrosuco e Syngenta. O evento teve apoio das entidades Andef – Associação Nacional de Defesa Vegetal – e Sindiveg – Sindicato Nacional da Indústria de Defesa Vegetal. A segunda parte terá início no próximo dia 24, também no CEA-IAC.

Nascido em uma família de agricultores que produz milho e soja na cidade de Mombuca, na região de Araraquara (SP), Antonio Paulo Ferreira Costa é técnico agrícola atuante na cooperativa Cooperfasc e um dos consultores em formação pela Unidade de Referência. “Na região onde trabalho há pessoas que não têm acesso ao uso correto de defensivos, não sabem como fazer. Enxergo na Unidade de Referência uma oportunidade única no Brasil para disseminar conhecimentos importantes sobre defensivos", destacou Costa.

Profissional experiente, o engenheiro agrônomo Antonio Marques de Souza Neto, o Brasinha, dá consultoria a produtores de feijão na região de Ponta Grossa (PR) e aprimora seus conhecimentos na área pelo curso da Unidade de Referência. Para ele, que presta serviços à empresa Syngenta, a UR ajudará a levar ao campo informações relevantes sobre segurança no emprego de defensivos. “A UR também vai ajudar a tornar acessível ao pequeno produtor as boas tecnologias de aplicação desses produtos", acrescenta o agrônomo.

Para o coordenador da Unidade de Referência, o pesquisador científico Hamilton Ramos, do CEA-IAC, a nova entidade, mantida com recursos privados e de patrocinadores, chegou para promover uma virada na relação da agricultura brasileira com os produtos defensivos. “A UR contribuirá na melhora da qualidade de vida dos trabalhadores rurais, diminuirá perdas econômicas decorrentes do mau uso dos produtos e elevará a qualidade dos alimentos produzidos no País", resume o pesquisador.

Segundo Ramos, a UR deverá anunciar já nos próximos dias as datas dos próximos cursos que irá ministrar este ano, possivelmente nos meses de julho e agosto. A meta da entidade, de acordo ele, é investir no treinamento de turmas formadas por no máximo 20 pessoas.

“Nossa métrica principal jamais será o número de pessoas treinadas, mas a qualidade dos treinamentos", finaliza o pesquisador.

O CEA/IAC estima que entre 25 milhões e 30 milhões de pessoas trabalham atualmente no agronegócio. Desse montante, em torno de 4,5 milhões são analfabetos, 12 milhões atuam como temporários e 85% exercem suas funções em pequenas propriedades.

Mais informações: www.unidadedereferencia.com.br

Compartilhar

Mosaic Biosciences Março 2024