Variedades de mandioca para o Centro-Sul: mesa e indústria

A BRS 396 e a BRS 399 têm entre suas características resistência à bacteriose e ao superalongamento

13.12.2017 | 21:59 (UTC -3)
Alessandra Vale

O Dia de Campo desta semana apresenta duas variedades de mandioca de mesa e uma para a indústria lançadas, em 2015 e 2016, pelo Programa de Melhoramento Genético de Mandioca, para a região Centro-Sul do Brasil. A BRS 396 e a BRS 399 têm como principais características elevado potencial produtivo, precocidade, polpa de raízes de coloração amarela, reduzido tempo para cozimento, além de resistência à bacteriose e ao superalongamento.

Uma coleção de híbridos desse programa de melhoramento foi introduzida em 2010 nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA) — que tem um campo avançado no Centro-Sul —, por meio de trabalho conjunto com a Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), a Embrapa Produtos e Mercado (Escritório de Negócios de Dourados), e a Embrapa Cerrados (Planaltina, DF).

Após o processo de avaliação, que contou com a participação de diversas instituições parceiras, esses clones foram selecionados. Nas três safras em que foram avaliadas, a BRS 396 e a BRS 399 apresentaram produtividade de raízes superiores à cultivar padrão IAC 576-70 — aumento em média de 40% e 73%, respectivamente.

Por terem a polpa amarela, as duas obtêm vantagem em relação à cultivar padrão, cuja polpa da raiz é creme, pois a coloração amarela tem a preferência do mercado de mandioca de mesa da região. Além disso, a coloração amarela está relacionada à presença de maior quantidade de betacaroteno (precursor da vitamina A).

Já para atender à elevada demanda do setor produtivo por novos materiais com alta produtividade, elevado teor de amido (carboidrato utilizado em indústrias alimentícias, de mineração, exploração de petróleo etc.) e resistência às principais doenças, a Embrapa desenvolveu sua primeira variedade de mandioca para a indústria. A BRS CS01 — recomendada para os estados do Paraná e Mato Grosso do Sul — apresentou, no segundo ciclo (colheita aos 18 meses), produtividade até 93% superior às variedades hoje plantadas nesses estados.

Desde 2007, a Embrapa avaliou mais de dois mil novos clones de mandioca nos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, em campos experimentais de instituições parceiras. Esse trabalho resultou na seleção do clone BRS CS01, que já consta no Registro Nacional de Cultivares (RNC).

O Dia de Campo na TV  "Variedades de mandioca para o Centro-Sul: mesa e indústria"  foi produzido pela Embrapa Informação Tecnológica (Brasília, DF) em parceria com a Embrapa Mandioca e Fruticultura, Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Além do tema principal, o programa aborda outros assuntos nos quadros Agência Embrapa de Notícias, Sempre em Dia, Repórter em Campo, Na Mesa, Quem quer ser cientista, Minuto do Livro e Ciência e Tecnologia em Debate.

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