A agricultura digital a favor dos negócios

Por Fernando Rossetti, engenheiro agrônomo, sócio e diretor comercial da Perfect Flight

06.02.2018 | 21:59 (UTC -3)

A economia brasileira depende diretamente do agronegócio. Porém, o solo fértil de, aproximadamente, 400 milhões de hectares ainda não é totalmente explorado. Riquezas e taxas de produção podem ser muito mais incrementadas, já que o país possui fatores importantes para o crescimento agro: clima, mão-de-obra e tecnologia, esta cada vez mais aperfeiçoada.

Para solucionar as necessidades do agricultor local e superar os desafios diários do agronegócio, diversas empresas já nascem adotando ou gerando tecnologias modernas e inovadoras. As ferramentas digitais são essenciais para que o Brasil desempenhe seu papel de protagonista na produção de alimentos e energia, pois  asseguram o aumento da produtividade, a redução dos custos e garantem a oferta com qualidade.

Entretanto, o sucesso dos negócios no campo também depende da boa gestão dos processos. Hoje, uma das vertentes mais utilizadas para a eficácia no agronegócio é o monitoramento agrícola aéreo, que supre graves problemas para os produtores ao otimizar o controle sobre o plantio, a aplicação e a colheita.

Reconhecido como agtech, o movimento refere-se às empresas de tecnologia aplicada ao agronegócio e auxilia as propriedades rurais a cumprirem objetivos e metas com precisão. Na aviação agrícola, por exemplo, a tecnologia  confronta informações do georreferencialmento da fazenda com o arquivo de voo gerado pelo sistema de GPS do avião para ler a criptografia e analisar os dados por meio de cálculos específicos.

Até pouco tempo atrás, o produtor rural ficava no escuro para saber como a sua atividade tinha sido realizada, bem feita ou não, pois a gestão era inexistente. A lacuna foi coberta com softwares que monitoram, controlam e quantificam a área aplicada, sobreposta e externa, além de analisar a quantidade de defensivos aplicados na propriedade ou erroneamente, por exemplo, em áreas de preservação.

Com os indicadores monitorados pela gestão do campo, o índice de acerto na aplicação melhora logo no início do trabalho. Com a assertividade da aviação e o uso correto e sustentável dos produtos, o agricultor diminui o desperdício e o número de falhas, aumentando em até 15% o seu lucro.

A aviação agrícola é um dos instrumentos utilizados para proteger e fomentar o desenvolvimento da agricultura. Já o monitoramento é uma importante vertente dentro das inovações no setor.

Incentivo

Na era da agricultura digital, o aporte de grandes empresas brasileiras em startups é essencial para o desenvolvimento do setor e, consequentemente, do país. Algumas conquistam apoio logo no início da trajetória, por meio de mentorias, cursos, palestras, e recebem financiamentos para os projetos.

Um dos espaços de destaque no interior paulista é o Pulse, idealizado e concretizado pela Raízen. O local une criatividade empreendedora com a experiência de membros do mercado, investidores e universidades e gera conhecimento entre os próprios participantes do hub. Além disso, a empresa fornece oportunidades reais para testes pilotos. Hospedagem, aceleração e investimos em startups dependem da evolução e do potencial de impacto de cada startup.

Outro programa em evidência é o Start-Up Brasil, Programa Nacional de Aceleração de Startups, que é uma iniciativa do governo federal criada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), com gestão da Softex e em parceria com aceleradoras, que apoia as empresas nascentes de base tecnológica.

No Brasil, as startups cumprem com a função de revitalizar o mercado. Incentivadas e fomentadas pelas incubadoras, as empresas têm um ambiente propício para obtenção do sucesso, fazendo o agronegócio manter-se em constante evolução.


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