Ao gosto do produtor

Diferentes cultivares de soja; cada uma adaptada às diversas necessidades do produtor.

10.11.2015 | 21:59 (UTC -3)

Preferir produtos de qualidade comprovada, procurar evitar desperdício de tempo e recursos, exigir tratamento diferenciado, tender a optar por produtos mais saudáveis não são características apenas do mercado consumidor. Hoje, também o produtor rural, mais informado e organizado, passou a ser mais exigente quanto ao que vai plantar, pois isso pode significar ter lucro ou prejuízo na hora de colher.

No caso da soja, por exemplo, o produtor quer variedades cada vez mais produtivas e que sejam resistentes às principais doenças diminuindo, assim, os riscos e o custo de produção pelo menor uso de agroquímicos. Além disso, elas devem possuir ciclos diferenciados (precoce, médio e tardio) permitindo-lhe escalonar melhor sua produção e, em conseqüência, reduzir os efeitos de veranicos e os gastos com máquinas, já que a colheita pode ser feita em diferentes etapas. Mais recentemente, a essas características somou-se outra, presente em segmentos de produtores que fizeram a opção pela agricultura orgânica: variedades adequadas a esse tipo de cultivo.

Para atender a essas demandas, a Embrapa Cerrados lançou quatro variedades de soja, desenvolvidas em parceria com a Fundação Cerrados, entidade formada por produtores de sementes. As novas cultivares são: BRS Nova Savana e BRS Pétala, de ciclo tardio (entre 135 e 140 dias), BRS Flora e BRS Nina, de ciclo precoce (cerca de 115 dias). Todas já foram aprovadas nos estados de Goiás, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso e no Distrito Federal, estando disponíveis para o próximo plantio. Além de elevada produtividade e resistência às principais doenças, características comuns a todas elas, cada cultivar apresenta vantagens que as diferenciam.

A Nova Savana, cultivar já consagrada entre os produtores, foi melhorada, mostrando-se ótima para fechamento de plantio. A Pétala é resistente ao nematóide-de-galha, M. javanica, e bastante tolerante ao M. incognita. A Flora e a Nina aliam precocidade com alta produtividade, permitindo a prática da safrinha. A Nina demonstra, ainda, aptidão para o cultivo orgânico.

A Nova Savana foi desenvolvida a partir da cultivar Savana, já bastante conhecida dos produtores. Embora sua elevada produtividade tenha despertado o interesse e a boa aceitação dos sojicultures, o fato de ser suscetível ao cancro da haste acabou levando-a a perder mercado. Com as pesquisas realizadas, chegou-se à Nova Savana, cultivar que alia um potencial produtivo de até 75 sacas por hectare à resistência ao cancro da haste.

De ciclo tardio, a Nova Savana tem porte alto e adequado em diferentes épocas e regiões, é ótima para fechamento de plantio, tem estabilidade e boa resistência ao acamamento. Seu hilo tem coloração marrom clara, o que indica certa adequação para a agricultura orgânica. Quanto ao plantio, recomenda-se o período de outubro a meados de dezembro para a maioria da região do Cerrado, à exceção dos estados do Maranhão e Piauí, cuja época apropriada é o mês de novembro.

Para o produtor que quiser aliar elevada produtividade, resistência ao nematóide de galha (M.Javanica) e alta tolerância ao M.incognita, a opção é a BRS-Pétala, também de ciclo tardio. O fato de ser resistente e tolerante ao nematóide de galha é uma novidade entre as cultivares de soja até agora lançadas. O nematóide ataca a raiz da planta, formando uma espécie de batata que reduz sua capacidade de absorção de água e nutrientes.

Outros pontos fortes da Pétala são a boa resistência ao acamamento, porte adequado em diferentes épocas e regiões, resistência às principais doenças e grande estabilidade de produção. Seu potencial produtivo chega a 75 sacas por hectare. Em geral, as melhores épocas de semeadura vão de meados de outubro até meados de dezembro. Em Mato Grosso, Maranhão e Piauí, esse período se restringe do final de outubro a novembro.

Para os produtores que preferem ciclos precoces, a Flora e a Nina são a melhor opção. Face à precocidade e ao fato de permitirem a prática da safrinha, recomenda-se seu plantio nos meses de outubro e novembro. No caso de optar pela cultivar Nina, o produtor dos estados do Maranhão e do Piauí deverá semear nos primeiros 15 dias de novembro. Ambas as variedades associam precocidade com alta produtividade, chegando a atingir um potencial de até 70 sacas por hectare. Até então, essa produtividade elevada era característica das cultivares de ciclo médio e tardio, o que as tornava mais rentáveis para o produtor.

Outros pontos comuns entre elas são sua boa resistência ao acamamento, porte elevado apesar da precocidade, e a capacidade de permitir ao produtor maior segurança da lavoura e melhor planejamento. A possibilidade de escalonar a produção deve-se justamente à precocidade de seus ciclos.

O maior diferencial da cultivar BRS Nina é a coloração marrom clara, quase translúcida, do seu hilo, o que evita influências na cor dos subprodutos da soja, como a farinha e o queijo. Além disso, por ser precoce, a colheita é feita mais cedo, deixando o grão menos sujeito a ervas daninhas e pragas. Essas características fazem com que demonstre certa aptidão para o cultivo orgânico, prática que vem ganhando espaço entre os produtores de soja da região do Distrito Federal.

Iniciado em 1996, mediante um convênio firmado entre a Embrapa Cerrados, a Embrapa Soja e a Fundação Cerrados, o trabalho conjunto de pesquisadores e produtores de semente tem proporcionado bons resultados para os sojicultores. A redução do tempo entre o processo de melhoramento de uma cultivar de soja e seu lançamento no mercado é um deles. Antes o programa de soja lançava, em média, uma cultivar a cada quatro anos. Agora, com a parceria, está podendo lançar até quatro cultivares. Outro ponto positivo é o crescimento da produtividade dessas novas cultivares.

Além das quatro cultivares lançadas, a parceria entre pesquisadores e sementeiros já colocou no mercado três variedades de alta produtividade, estabilidade de produção e resistência às principais doenças e pragas: BRS Celeste, BRS Carla e BRS Milena. De ciclo precoce-médio, a cultivar Carla, filha da produtiva BR16, apresenta elevada produtividade. De ciclo médio, a cultivar Milena vem superando a cultivar Conquista não só por sua elevada produtividade como também por ser altamente tolerante ao fusarium (

f.sp.glycines) e ao oídio (

), doenças provocadas por fungos.

Diferentemente dos primeiros agricultores que, na década de 70, se aventuraram a plantar soja no Cerrado, sendo considerados loucos por investirem numa cultura típica do clima frio da região Sul, os produtores de soja hoje já contam com variedades adaptadas à essa região e reconhecidamente produtivas. Além disso, podem fazer sua escolha entre cultivares de ciclo precoce, médio ou tardio, mais voltadas para o plantio convencional ou orgânico, para ser usada nos períodos de plantio tradicionais ou para aproveitar a safrinha.

Com todas essas possibilidades, não é sem motivo que o Cerrado brasileiro produziu, na última safra, metade da soja brasileira, com uma produtividade superior a 2,5 mil quilos por hectare.

· Sementes Ampessan (61) 631 4880

· Fazenda Celeste (62) 612 6000

· Sementes Cereal Ouro (62) 612 6200

· Sementes Morinaga (61) 361 9929

· Sementes Moura (61) 622 1528

· Sementes MR (61) 502 0128

· Sementes Pamplona (61) 622 1399

· Sementes Produtiva (61) 631 2992

· Sementes São José (61) 631 234 5610

· Sementes Wehrmann (61) 504 0225

· Sementes Ypotiuá (61) 631 4886

Embrapa Cerrados

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