Artigo: Atividade florestal e o mercado

10.11.2015 | 21:59 (UTC -3)

A atividade florestal proporciona aos produtores rurais a possibilidade de uso múltiplo da propriedade, com a diversificação das atividades agrícolas e plantios florestais, criando oportunidades de renda adicional.

O mercado externo é o principal destino dos produtos de origem florestal brasileiro. Nos anos de 2008 e 2009, devido aos efeitos da crise financeira mundial e à valorização do Real frente ao Dólar, houve redução no volume de comercialização para o exterior e, consequentemente, o preço da madeira de oriunda de florestas plantadas no Brasil também baixou. No entanto, a atividade manteve-se com resultados econômicos positivos, mantendo-se atrativa economicamente e superior a commodities agrícolas.

Atualmente, apesar de estarem em patamares inferiores aos de 2008, segundo o CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - Esalq/Usp, no ano de 2010 e, no inicio do ano de 2011, o mercado de madeira semi-processada e in natura, no Estado de São Paulo, apresentou variações positivas, mas diferentes, dependendo da região, pois as distâncias são diferentes entre os pólos madeireiros e as fontes de matéria-prima em cada região, apresentando, portanto, diferentes preços para madeira.

Quanto ao desempenho produtivo das florestas de eucalipto, a distribuição da matéria-prima destinada aos diferentes segmentos industriais varia conforme a idade do povoamento, e é influenciado pelas condições edafoclimáticas de cada região, podendo atingir valores que variam de 30 a 45 m³/ha/ano.

Em uma área de 1 ha, plantada com 1.666 árvores, são produzidos de 120 a 160 m3/ha no primeiro desbaste, entre o 6° e 8° ano de idade, reduzindo, em média, 40% no número de plantas. No segundo desbaste, mais ou menos aos 12 anos de idade, retiram-se, aproximadamente, 30% das árvores remanescentes, as quais podem produzir um volume de 280 a 350 m3 de madeira. Ao final do ciclo, entre o 16° e o 20° ano, obtêm-se volume de 390 a 460 m3 de madeira.

A atividade florestal poderá ser uma alternativa para melhorar os ganhos econômicos do produtor e, conforme SILVA & SOUZA (1994), também poderá trazer benefícios ecológicos, como: melhoria da qualidade do ar, conforto térmico, redução dos níveis de poluição sonora, redução da intensidade da erosão, melhoria da vazão de mananciais hídricos, recuperação de áreas degradadas, redução da pressão sobre as florestas nativas e aumento da biodiversidade.

Sempre que se optar pela implantação de um componente florestal em um estabelecimento agrícola, ela deverá ser fundamentada na adoção de um planejamento criterioso com base no levantamento de informações técnicas e econômicas.

Como qualquer empreendimento produtivo, a atividade florestal apresenta uma série de custos de produção como: preparo do solo, aquisição de mudas, insumos, plantio, adubação controle a formigas e a ervas competidoras, os quais interferem nos retornos econômicos.

É sempre difícil definir o tipo de produto florestal que será mais bem valorizado num prazo de 6 ou 20 anos. Os retornos financeiros, apesar de, na maioria das vezes, serem mais vantajosos, acontecem em um tempo maior que os advindos dos cultivos agrícolas anuais, com os quais os agricultores estão habituados.

Assim, recomenda-se observar a situação de mercado atual e futuro nos arredores do plantio, bem como a existência de indústrias que consomem madeira ou outros subprodutos na região. Em época de alta competitividade, não basta ter boa mercadoria, é importante ter o produto certo e fazê-lo chegar ao destino com preço competitivo.

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