Controle os roedores!

Os roedores são os vertebrados que mais prejuízos trazem ao homem. Verdadeiras pragas, causam danos econômicos pela destruição de alimentos, estruturas e embalagens, transmitem várias doenças, sendo algumas

10.11.2015 | 21:59 (UTC -3)

Os ratos apresentam grande capacidade de adaptação às mais diversas e adversas situações e ambientes e são muito prolíficos, o que explica a razão de tanto sucesso na natureza. Podem ser encontrados nas mais diversas regiões climáticas do globo, com fácil adaptação. As principais espécies, ditas comensais, são: a ratazana ou rato de esgoto (

), o rato preto ou rato de telhado (

), e o camundongo (

).

É possível ter uma idéia da dimensão destes danos sabendo-se que cada roedor é capaz de comer por dia o equivalente a 10% do seu peso corpóreo, além de contaminar cinco vezes a quantidade que come. Em 1986 a FAO/ONU estimou que há uma perda anual de 33 milhões de toneladas de alimento causada por roedores, o suficiente para alimentar 130 milhões de pessoas. A OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que cada roedor pode causar uma perda de US$ 10,0/ano e pressupõe que existam três animais por habitante, o que daria no Brasil uma população de aproximadamente 450 milhões, causando um prejuízo anual de US $ 4 bilhões. Por roerem continuamente provocam severos danos às estruturas e materiais, como cabos telefônicos e elétricos. Com o hábito de cavar, podem danificar construções, calçamento ou sistemas de esgoto.

Além dos prejuízos econômicos, os roedores são também responsáveis pela transmissão de inúmeras doenças, diretamente e através de seus ectoparasitas, causando grandes malefícios. Vivendo em ambientes propícios à contaminação, como os sistemas de esgoto, servem de elo na transmissão de doenças para o homem e outros animais. Essas doenças são chamadas de zoonoses. Entre as principais zoonoses transmitidas pelos roedores temos: a leptospirose, a hantavirose, a salmonelose, a peste bubônica, a triquinose, o tifo murino e a cólera.

Controle em áreas urbanas

Preparação - O primeiro passo consiste na definição das pessoas envolvidas, provenientes das várias secretarias (Saúde, Educação, Obras Públicas) e FNS.

Também a formação das equipes de trabalho, coordenadas por técnicos de nível superior, é importante visando a integração de todas as áreas e definição das responsabilidades e atribuições.

O tamanho e o número das equipes dependerá do número de áreas tratadas e também do número de tratamentos por área. Uma vez formadas as equipes de trabalho, é preciso definir os recursos para a realização da campanha (produto, veículos, materiais de apoio, material audio-visual), alocar verbas, iniciar a divulgação da campanha junto à comunidade, e organizar as campanhas de coleta de lixo.

Estruturação - Inicialmente deve-se dividir o município em áreas ou distritos, e posteriormente fazer um levantamento da si-tuação em cada área, identificando os problemas existentes (danos), tipo de roedor e grau de infestação. Com base nos dados obtidos, determinam-se as áreas críticas e priorizam-se os tratamentos.

Depois efetua-se um treinamento teórico e prático junto as equipes de trabalho.

Execução - Esta etapa compreende a aplicação de uma isca raticida eficaz, e a implantação de medidas de antiratização, que são ações físicas, preventivas e/ou de melhorias, junto ao ambiente.

Recomenda-se para o controle efetivo de roedores a utilização do raticida Klerat, um raticida anticoagulante de dose única, de segunda geração, cujo princípio ativo é o brodifacoum. Através de numerosos testes e demonstrações feitas no mundo inteiro, tem provado ser o raticida mais potente, entre todos os raticidas. Este tipo de raticida mata com uma única e pequena dose (3 gramas apenas!) todas as espécies de roedores, inclusive às resistentes a outros anticoagulantes.

As iscas devem ser aplicadas com intervalos de 7 a 10 dias (iscagem periódica), em pequenas quantidades por ponto de iscagem. Assim economiza-se na quantidade de isca e na mão de obra. Sugere-se, em média, 3 a 4 pontos de iscagem por instalação ou lote. A quantidade de pontos de iscagem irá variar conforme o grau de infestação e o tamanho da área. O produto apresenta-se na forma de iscas peletizadas, para uso principalmente em áreas internas e secas, e na forma de blocos parafinados, para áreas externas, sujeitas a ação de intempéries.

Os raticidas anticoagulantes apresentam como antídoto a vitamina K. Como segurança, Klerat contém Bitrex, uma substância amarga, cuja finalidade é prevenir a ingestão de quantidades significativas do produto. É importante ter sempre um "croqui" da área tratada. A coleta de lixo deverá ser feita somente após os tratamentos, para evitar o deslocamento ou fuga dos roedores em busca de novas fontes de alimento. Todos os roedores encontrados mortos deverão ser coletados e enterrados ou queimados.

Manutenção - Deve-se primeiramente avaliar os resultados obtidos na campanha, e a seguir identificar as áreas ou pontos mais sujeitos a uma fácil e rápida reinfestação. Estas áreas deverão ser mantidas sobre constante vigilância, através de levantamentos periódicos, e novos tratamentos realizados, quando necessário.

Pontos permanentes de iscagem poderão também ser utilizados, em certas áreas, para prevenir a reinfestação ("cordão sanitário"). Outras ações paralelas são muito importantes, como a manutenção adequada do saneamento básico e das medidas de antiratização.

Heloisa Beigin

Zeneca

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