Embrapa Meio-Norte: pesquisas em manejo de irrigação do capim Tanzânia

Uma das forrageiras bastante aceita pelos agropecuaristas nesse sistema é o capim Tanzânia. Saiba mais sobre essa espécie.

10.11.2015 | 21:59 (UTC -3)

No Nordeste brasileiro, uma das alternativas para aumentar a renda do produtor de leite é o sistema de produção intensiva em pastagens.

Uma das forrageiras bastante aceita pelos agropecuaristas nesse sistema é o capim Tanzânia, face suas elevadas produções de biomassa, boa aceitabilidade pelos animais, composição química e digestibilidade satisfatórias.

Entretanto, a estacionalidade da produção de forragem, imposta pelas condições climáticas, restringe a produção sustentada e intensiva de leite a pasto. Nos Tabuleiros Litorâneos do Nordeste brasileiro, a instabilidade climática, caracterizada pela deficiente distribuição espacial e temporal das chuvas, acentua essa estacionalidade e a quantidade da forragem produzida na região.

O uso da irrigação elimina ou reduz, drasticamente, os efeitos da produção estacional de forragem. Porém, a irrigação de pastagens é um assunto pouco estudado pela pesquisa e as respostas obtidas têm sido controversas. Dessa forma, a Embrapa Meio-Norte vem desenvolvendo, há dois anos, pesquisas com o objetivo de se determinar o coeficiente de cultura (Kc) do capim Tanzânia. Essa informação indicará o consumo de água pelo capim e subsidiará o manejo de irrigação dessa cultura.

O experimento foi conduzido em uma área experimental de 1,2 ha da Embrapa Meio-Norte, localizada em Parnaíba, PI (03°05’S, 41°47’W e 46 m), no período de agosto a novembro de 2008 e ainda continua em execução durante o segundo semestre de 2009.

O Kc foi calculado por meio da relação entre a evapotranspiração da cultura (ETc) e a evapotranspiração de referência (ETo). A ETc foi determinada utilizando-se três lisímetros de pesagem (1,5m x 1,5m x 1,0m) cultivados com o capim Tanzânia em dois cortes subseqüentes a intervalos iguais de 35 dias. A ETo foi estimada com base na equação de Penman-Monteith a partir dos dados climáticos oriundos de uma estação meteorológica automática.

A irrigação foi realizada por aspersores com vazão de 0,630 m3 h-1 e linhas laterais espaçadas em 12 m x 12 m. Considerando a média para os dois cortes, os valores de Kc variam de 0,5 a 1,25 nos primeiros 10 dias após o corte (DAC); 1,25 a 1,65 entre 11 e 23 DAC e de 1,55 a 1,15 de 24 a 35 DAC.

Com esses valores o irrigante pode calcular a lâmina de irrigação em sua pastagem, sem falta ou desperdício de água. O bolso e a natureza agradecem!

Edson Alves Bastos

e

Braz Henrique Nunes Rodrigues

Pesquisadores da Embrapa Meio-Norte

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