Mamão protegido

Fruta cultivada em ambiente protegido apresenta excelente retorno econômico.

10.11.2015 | 21:59 (UTC -3)

O Brasil é o maior produtor mundial de mamão, seguido pela Nigéria, México, Índia e Indonésia. O Estado de São Paulo já foi o maior produtor de mamão. Porém, com o aparecimento do vírus do mosaico na região de Monte Alto/SP, a cultura migrou para outras regiões. Atualmente o Estado da Bahia ocupa a posição de maior produtor de mamão do país, seguido pelo Espírito Santo e Pará, os quais representam cerca de 92% da produção nacional.

O uso de barreiras mecânicas como telas e plásticos pode ser uma forma de eliminar a ação dos vetores (afídeos), podendo realizar seu cultivo em ambiente protegido.

Em experimento conduzido na Fazenda de Ensino e Pesquisa, da Unesp de Ilha Solteira/SP, avaliou-se o cultivo de mamoeiros (Improvide Sunrise Solo line 72/12’e “Baixinho Santa Amália) em ambiente protegido (telado com 30% sombreamento-malha 2x2 mm e 40% de sombreamento-malha 2x1 mm) e em ambiente natural, sendo analisados diversos aspectos do cultivo, dentre estes os econômicos, dando enfoque à viabilidade econômica do investimento.

No investimento para produção de mamão em ambiente protegido foram computados os dados de implantação de dois telado de 1 hectare cada, com um sistema de irrigação por microaspersão, no qual o valor total foi da ordem de R$ 31.626,00 para o telado com 40% de sombreamento e de R$ 30.644, 18 para o telado com 30% de sombreamento, destacando-se as despesas com a tela (clarite), que representa em média 63% do investimento inicial.

Analisando a tabela 1 (

), verificou-se que o custo operacional total variou de R$ 8.966,72 a R$ 13.723,17, respectivamente para os tratamentos “Improved Sunrise Solo Line obtidos com a receita bruta foram diretamente relacionados com a produtividade obtida, e o preço médio alcançado pelo produtor dos últimos 5 anos (R$ 0,30/Kg). A maior produção foi obtida com o tratamento 3 (‘BSA” – 30% sombreamento) com 129,1 t/ha, o que proporcionou maior receita bruta (R$ 38.730,00/ha) e maior lucro operacional (R$ 25.193,92/ha).

Pode-se observar, de acordo com os dados da tabela, que a produtividade do mamão teve uma variação significativa nos tratamentos, levando-se em consideração que as plantas do tratamento 1 (‘Improved Sunrise Solos nine 72/12’-30% sombreamento) e tratamento 2 (Improved Sunrise Solo nine 72/12’-40% sombreamento) foram cortadas no ápice no mês de junho/98, devido ao intenso crescimento dentro do telado, prejudicando a produção. Os demais tratamentos tiveram uma boa produção até o encerramento da colheita no mês de fevereiro/99, no qual a vida útil da lavoura desde a instalação até o final da colheita foi de 18 meses.

Deve-se ressaltar ainda que se utilizou um número maior de plantas por área (2000 pl/,ha), sendo mais comum a densidade de 1600 pl/ha, além de se trabalhar em condições ideais para um bom desenvolvimento da cultura, o que contribui para o aumento da produtividade.

Para os tratamentos cultivados em ambiente protegido verificou-se que ambos obtiveram retornos econômicos positivos, mas a cultivar “Baixinho de Santa Amália” com 30% de sombreamento obteve melhores resultados, com uma TIR de 77,45% e o capital inicial investido com retorno previsto para o segundo ano.

Para o cultivo em ambiente natural, também se observam bons resultados, entretanto é alto o risco de incidência do vírus que pode acabar com a cultura. Em maio/98, constatou-se o aparecimento de sintomas de mosaico do mamoeiro em 2,77% das plantas de “Baixinho de Santa Amália”, fora do telado. Em novembro/98, cerca de 50% das plantas do “Improved Sunrise Solo line 72/12” e 37,5% das plantas do “Baixinho de Santa Amália” do ambiente natural, estavam com sintomas da virose, porém, as plantas cultivadas dentro dos telados não apresentavam sintomas.

Portanto, apesar do alto investimento inicial, para um produtor que busca alcançar competitividade no mercado com a cultura, produzindo com qualidade dentro das normas de padrões para comercialização, poderá ser mais uma alternativa para diversificar sua produção.

Omar J. Sabbag, Maria A. Tarsitano e Luiz de S. Corrêa

Unesp

* Confira este artigo, com fotos e tabelas, em formato PDF. Basta clicar no link abaixo:

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