Produção triplicada

Pimentão - Uso do sistema tutorado com variedades paternocárpicas supera em até R$ 34 mil por hectare o cultivo rasteiro de pepino. Conheça os custos e benefícios da adoção do método.

10.11.2015 | 21:59 (UTC -3)

Uma experiência que dá certo. Assim pode ser classificado o cultivo de pepino com uso de estacas (tutorado), no médio e alto Vale do Itajaí, em Santa Catarina e em parte do Rio Grande do Sul. A região catarinense contabiliza cerca de mil hectares dedicadas à cultura, com 80% da produção destinada à indústria.

O sistema tutorado surgiu na década de 90 e ganha força entre os produtores. Atualmente, responde por 20% da área plantada em municípios como Blumenau, Massarandúba, Indial e Pomerode. O aumento na produtividade supera R$ 34 mil por hectare se comparado com o plantio rasteiro.

As estacas são implantadas antes do transplante, com aproximadamente 2,5 metros de altura, espaçamento de 2 metros, condução através de fitilho ou rede e uso de um mourão a cada 50 centímetros. Para a irrigação o sistema mais indicado é o de gotejamento. Alguns cuidados adicionais são necessários, principalmente na condução e poda do material tutorado, que devem ser orientadas por técnico experiente.

Os melhores resultados são obtidos com o uso de variedades híbridas partenocárpicas (sem sementes). ”Pepinos partenocárpicos têm potencial produtivo muito maior que os ginóicos (que produzem flores femininas) ou monóicos (com produção de flores femininas e masculinas) existentes no mercado, uma vez que cada flor origina um fruto sem polinização”, garante o consultor da Seminis, Cláudio Nunes Martins.

Segundo os dados da empresa, o sistema tradicional, com materiais ginóicos alcança no máximo 28 toneladas/hectare. Já o sistema tutorado, com pepino híbrido partenocárpico, produz até 81 toneladas por hectare. O preço médio é de R$ 0,65 por quilo . “É importante frizar que as indústrias pagam R$ 0,60 pelo quilo do rasteiro e R$ 0,70 pelo do partenocárpico por diferenciais de classificação de frutos”, destaca o engenheiro agrônomo da Hortisul, Benhur Câmara. De acordo com esses mesmos números a produtividade máxima do sistema rasteiro renderia R$ 18.200,00, enquanto o tutorado alcançaria até R$ 52.650,00.

O produtor Blasio Etges, de 46 anos, utiliza o sistema tutorado em um quarto de hectare cultivada com pepino na localidade de Linha Pinheiral, em Santa Cruz do Sul e confirma as vantagens.”Possibilita grande produtividade em uma pequena área, na hora de colher é mais fácil e diminui os problemas com doenças em épocas de muita chuva”.

Dos 15 anos dedicados à cultura do pepino, há seis adota o uso de estacas. “Consigo manter o equilíbrio de produção. Dá prá plantar quase o ano todo, menos no inverno rigoroso, quando é muito frio e tem pouca luminosidade. Apesar do custo maior, vale a pena”, garante. G.Q.

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