Vida longa

Durabilidade do pivô central e rentabilidade na lavoura estão intimamente relacionadas com boa manutenção, assistência técnica e peças de qualidade.

10.11.2015 | 21:59 (UTC -3)

Vários aspectos são fundamentais para quem quer irrigar. A avaliação da viabilidade de implantação do equipamento, a aquisição de um pivô confiável e de boa qualidade, os custos e o retorno que o investimento trará para a propriedade e, não poderia ficar de fora, a manutenção e os cuidados que devem ser dispensados ao equipamento, uma vez que este esteja instalado na propriedade.

Uma boa assistência técnica e uma revenda sempre pronta para atender os seus clientes é fundamental para evitar perdas na lavoura. Como o pivô é um equipamento de alta tecnologia, é importante ter sempre perto uma equipe especializada, que dispõe de materiais de qualidade e mão-de-obra treinada para dar a melhor assistência aos agricultores.

Este foi, segundo Jorge Fukuda, agricultor na cidade de São Gotardo (MG), o motivo que o fez se manter fiel à empresa que lhe vendeu o primeiro pivô há 21 anos. Ele já possui seis equipamentos em sua propriedade e considera o pós venda e o atendimento técnico fundamental. Apesar de garantir que o valor com manutenção seja extremamente pequeno, Fukuda atribui ganhos de produtividade e melhor conservação de seus equipamentos à revenda que além de ter profissionais aptos a trabalhar com a tecnologia da irrigação, lhe oferecem peças de boa qualidade.

Também Eduardo Sekita de Oliveira, da Agropecuária Sekita, vê a equipe que lhe presta assistência como uma grande aliada para aumentar a sua produtividade. A Agropecuária possui um total de 21 equipamentos, irrigando 1.688 hectares, sendo que o primeiro pivô foi adquirido há mais de 17 anos. Em uma de suas unidades, ele consegue irrigar 14 bases com apenas sete equipamentos, pois a equipe que atua naquela região desloca e remaneja os pivôs. “Nós contratamos a revenda para passar o pivô de uma base para outra e para fazer o remanejamento da lâmina de água. Desta maneira nós evitamos desperdícios e desgastes desnecessários do equipamento, dando-lhe maior vida útil”, explica Sekita.

É claro que em se tratando de manutenção, independente do tipo de equipamento, quanto mais velho, maior e mais cara ela se torna. No caso do pivô central não é diferente. O que parece ser diferente é que a vida útil e o rendimento deste equipamento, apesar da idade, é muito maior do que o de diversas outras máquinas. Também quando se trata de valores, a manutenção não tem sido muito onerosa para os agricultores. É consenso entre eles afirmar que nenhum agricultor precisa deixar de irrigar as suas lavouras com medo dos valores de manutenção e a falta de atendimento, tão comum em alguns segmentos.

Sekita explica que possui em sua propriedade um pivô de mais de 17 anos trabalhando perfeitamente, mas que não consegue esta mesma vida útil na maioria de seus equipamentos. “Tenho aqui na fazenda um pivô antigo trabalhando sem problema, mas não tenho uma colhedora com esta idade”. Para ter equipamentos antigos em tão boas condições, Eduardo ressalta diversos cuidados que devem ser observados. A manutenção preventiva, segundo ele, é um item extremamente importante, já que evita prejuízos maiores, economizando tempo e dinheiro. Neste caso, o ganho não se dá somente em relação ao pivô, mas também traz economia de água, um bem cada vez mais caro e escasso, e maior produtividade, pois a máquina estará trabalhando em plenas condições.

Sekita explica ainda que muitos outros fatores precisam ser observados para evitar problemas, mesmo em equipamentos novos. O terreno e a cultura que o pivô está irrigando, podem causar maior desgaste e exigir mais manutenção do que outro equipamento, mesmo que mais velho. O pivô da Agropecuária Sekita, que irrigava canteiros de cenoura, quebrou o eixo de transmissão de uma das unidades motoras por trabalhar em condições que exigiam muito esforço. Eduardo estuda a possibilidade de instalar um dispositivo de trilha seca e evitar que problemas como este voltem a acontecer. A sugestão de substituir o equipamento foi de um dos funcionários da empresa que lhe vendeu o pivô, possibilitando desta maneira que o equipamento se adapte a cada produtor.

Marcelo de Oliveira Tannous, agricultor na cidade de Guaíra (SP) se diz muito satisfeito com a assistência que tem recebido. Ele possui hoje dois pivôs irrigando 180 hectares, mas faz planos para adquirir mais nove equipamentos. Tannous conta que praticamente não houve a necessidade de utilizar a assistência técnica, já que o seu equipamento é novo, tem em torno de 18 meses e neste período não apresentou problemas. Marcelo explica que a equipe foi muito rápida e eficiente no período de montagem do pivô, que sempre esteve presente para resolver qualquer tipo de problema e acredita que se efetivamente precisar de peças e de profissionais capacitados, eles estarão a sua disposição. “Os técnicos sempre dão um jeito de resolver os problemas, eles não medem esforços”.

Além disso, Marcelo está impressionado com a simplicidade do equipamento, apesar do tamanho e da tecnologia que apresenta. Segundo ele o pivô não lhe traz problemas e é muito mais simples do que outras máquinas que tem na sua fazenda.

É consenso entre os produtores dizer que o equipamento é extremamente robusto, de manutenção muito simples e valor relativamente baixo.

Dentre os itens citados como os que estão mais sujeitos a trocas e que apresentam maior problema estão, em primeiro lugar os que dizem respeito à parte elétrica, representando em torno de 50% da manutenção. Entre estes itens podem ser citados os microruptores, os fusíveis, a caixa elétrica em si, os motoredutores, etc. Outros 30% são referentes a peças ligadas à parte mecânica do pivô, que apesar de apresentar problemas com menos freqüência tem um custo maior na reposição das peças. Os demais 20% se referem à atualização tecnológica dos equipamentos mais antigos, que embora não seja uma prática obrigatória traz aos produtores a possibilidade de terem em suas propriedades equipamentos adquiridos há vários anos que ainda possam apresentar bom rendimento. Vários produtores adotam esta prática, pois desta maneira não precisam comprar uma máquina totalmente nova e ainda evitam perdas e desperdícios.

Mário Yamashita, produtor que possui 14 pivôs irrigando aproximadamente 960 hectares, diz que apenas depois de cinco ou seis anos é que se faz necessária a manutenção dos equipamentos. Apesar de estar começando agora a fazer um controle efetivo do que é gasto na reposição de peças, ele acredita que levando em consideração a média de duas mil horas de trabalho por pivô/ano, ele gasta em torno de R$ 500 por mês com cada equipamento, incluindo gastos com assistência técnica e com reposição de peças.

Quando se fala em peças para reposição, principalmente os de pivô central, cujo investimento é alto, parece ser inevitável comparar os valores das peças originais com os de outras procedências. Em parte dos casos, as peças originais realmente podem ser mais caras, custando até 40% a mais do que outras peças. Produtores, principalmente os que estão começando a utilizar a tecnologia da irrigação com pivô central, se sentem tentados a utilizar outras peças senão as originais, por estas terem um preço mais atrativo. Porém, a maioria dos agricultores que já trabalham com este equipamento há vários anos e já puderam comparar a relação entre preço e qualidade, acabam optando por usar peças originais.

Este é o caso de Fukuda e Yamashita. Entre os quesitos, que os agricultores levam em conta neste caso, estão os de que com peças originais eles terão garantia, durabilidade e assistência quando necessário. Os itens de procedência duvidosa, além de, na sua maioria, não terem durabilidade comprovada, não apresentam garantia em todas as peças, não garantem assistência técnica e ainda podem trazer prejuízos muito maiores por sujeitar todo o equipamento a danos graves.

Fukuda resume com uma frase o que parece ser o fator decisivo na escolha do equipamento. “Com certeza a empresa com a qual eu trabalho não vai vender um equipamento numa região em que não tenha uma boa assistência técnica, pois eu já a conheço há vinte e um anos e confio na sua tradição”. Fatores como a segurança de ter as peças necessárias para seus equipamentos nas revendas ou que elas virão da própria fábrica, em no máximo 48 horas, uma equipe altamente treinada para lidar com a tecnologia, cursos oferecidos aos próprios agricultores para identificar e até mesmo evitar simples danos ao pivô, possibilidade de consultar o manual e as peças pela internet e linhas de financiamento para adquirir uma unidade de bombeamento e adutora e pacotes para modernizar e automatizar o pivô central, parecem ser decisivos na hora da escolha pelo equipamento, já que além da busca por um bom equipamento os produtores estão, cada vez mais, à procura de uma assistência bem qualificada e pronta para atendê-los a qualquer momento, o que por vezes pode ser decisivo.

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