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string(178) "Felipe José Barbosa Franco, Ariel Muncio Compagnon, Rayan Fernandes Naves, Walter José Pereira Filho e Mateus Vieira de Jesus, Instituto Federal Goiano Campus Ceres"
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string(87) "Avaliação de deposição em diferentes velocidades de plantio"
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string(209) "<p>Avaliação em campo mostra que é
possível manter um estande ideal, mesmo trabalhando em diferentes velocidades e
com diferentes profundidades na semeadura de soja.</p>"
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string(13563) "<figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/e23ceade5024047ccda1a220d8754b37.jpg"></figure><p>A operação de semeadura
constitui uma das principais etapas do processo produtivo da soja, uma vez que
se refere à implantação da cultura no campo. Para se obter uma excelente
produtividade, é mais que necessário que a distribuição das sementes seja uniforme,
ou melhor, tenha maior porcentagem de espaçamentos aceitáveis e também um
estande de plantas adequado.</p>
<p>A falta de uniformidade
nas lavouras de soja ocasionada por falhas na distribuição das sementes nas
linhas propicia maior porcentagem de espaçamentos duplos, gerando disputa por
água, luz e nutrientes, fazendo com que algumas plantas sobressaiam em relação
às outras, ocasionando plantas mais altas, com menor ramificação e tendência ao
acamamento, e consequentemente, reduzindo a produção individual. Ainda é
importante ressaltar que espaços vazios ocasionados pela desuniformidade
favorecem o aparecimento de plantas daninhas, que competem por nutrientes com a
soja e dificultam a colheita mecanizada.</p>
<p>Dentre todos os fatores
que influenciam a qualidade da semeadura, é de suma importância destacar a
velocidade de deslocamento do conjunto trator-semeadora, pois ela determina a
distribuição espacial das sementes na linha e a população final de plantas. Na
semeadura mecanizada, o aumento da velocidade influencia significativamente no
estabelecimento de plantas no campo, fazendo com que haja um decréscimo na
quantidade de espaçamentos aceitáveis e um acréscimo no número de falhas
durante a semeadura.</p>
<p>Outro fator que
influencia de maneira significativa na qualidade da semeadura é a profundidade
do adubo. A aplicação do adubo em maiores profundidades no solo estimula o
sistema radicular das plantas a explorar um maior volume de solo, o que garante
maior absorção de nutrientes e tolerância a estresses hídricos. Por outro lado,
se o adubo for aplicado próximo ou juntamente com a semente, constitui umas das
principais causas da baixa eficiência do adubo, além de causar danos às
sementes e às plântulas, provocando redução na população de plantas.</p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/fd1f97ca79241b15e5d5a18c741f8f17.jpg" alt="Conjunto trator-semeadora-adubadora utilizado na implantação do experimento" title="Conjunto trator-semeadora-adubadora utilizado na implantação do experimento"><figcaption>Conjunto trator-semeadora-adubadora utilizado na implantação do experimento</figcaption></figure>
<h2>TESTE EM CAMPO</h2>
<p>Com o objetivo de
avaliar o desempenho agronômico da cultura da soja sob diferentes métodos de
semeadura, pesquisadores do Instituto Federal Goiano – Campus Ceres realizaram
um experimento em campo, no qual avaliaram a melhor velocidade do conjunto
trator-semeadora-adubadora e a profundidade ideal de deposição do adubo. </p>
<p>O experimento ocorreu na
Fazenda “Fazendinha”, localizada no município de Itapaci (GO), no período de
outubro de 2018 a fevereiro de 2019. O solo da área experimental é do tipo
Argissolo Vermelho com textura argilosa, sendo cultivado em sistema de plantio
direto há oito anos. </p>
<p>O delineamento
experimental foi o inteiramente casualizado, com 12 tratamentos em esquema
fatorial 4x3, sendo os mesmos compostos por quatro velocidades de deslocamento
do conjunto trator-semeadora-adubadora (5km/h, 6km/h, 7km/h e 8km/h) e três
profundidades de deposição do adubo (9cm, 15cm e 18cm), com quatro repetições.
As parcelas foram de 20m de comprimento por 4,05m de largura, totalizando área
de 81m2 cada.</p>
<p>Foi utilizada uma
semeadora-adubadora marca John Deere modelo 1109, de arrasto, equipada para
plantio direto, com sistema dosador de sementes tipo pneumático (turbina movida
pelo sistema Hi Flow), pantográfica, com nove linhas de semeadura espaçadas a
0,45m, disco de corte de 18 polegadas de diâmetro, haste sulcadora modelo CQ
71.540 para os tratamentos de 15cm e 18cm de profundidade do adubo, e disco
duplo para o tratamento de 9cm de profundidade, sendo tracionada por trator da
marca Valtra, modelo BM 125i, com 125cv de potência no motor, e tração 4x2 TDA
(tração dianteira auxiliar).</p>
<p>Foram utilizadas
sementes de soja da variedade W 791 RR (Bayer), já utilizada pela propriedade,
com densidade de semeadura de 14 sementes por metro, conforme recomendação. A
dose de adubo distribuída foi de 450kg/ha de 4-30-10 (NPK) e 30kg/ha de Br 12
(Mo 0,01% + Cu 0,8% + Mn 2% + Zn 0,7%), de acordo com as exigências e
necessidade do solo e da cultura, assim como os tratos culturais (adubação de
cobertura e aplicação de defensivos) realizados durante o ciclo da cultura.</p>
<p>No momento da semeadura,
foi mensurado o teor de água do solo, nas profundidades de 0,00-0,10 m e
0,10-0,20 m, com quatro repetições, para caracterização da área experimental,
no qual obtiveram-se valores médios de 20,9% para a profundidade de 0,00-0,10 m
e 20,0% para 0,10-0,20 m. Também se mediu a Resistência Mecânica do Solo à
Penetração (RMSP) com penetrômetro eletrônico, em 20 pontos, obtendo-se valores
médios de 1,33MPa para 0,00-0,10 m, 1,87MPa para 0,10-0,20 m, 1,74MPa para
0,20-0,30 m e 1,56MPa para 0,30-0,40 m.</p>
<p>Foram analisadas
diferentes variáveis como profundidade de semeadura, distribuição longitudinal
de plantas e produtividade de grão se soja. </p>
<p>A profundidade de
semeadura foi avaliada com auxílio de um canivete, no qual se cavou o solo até
encontrar a semente e em seguida, com o uso de paquímetro, mediu-se do nível do
solo até a semente encontrada no sulco, em cinco sementes de duas linhas
centrais de 3m cada;</p>
<p>A distribuição
longitudinal de plantas foi determinada após a estabilização da emergência,
medindo-se com trena a distância entre as plântulas de soja existentes numa
faixa de 3m, nas duas linhas centrais de cada parcela, classificando em
espaçamentos aceitáveis, falhos e duplos de acordo com Kurachi <i>et al. </i>(1989);</p>
<p>A produtividade de grãos
de soja foi colhida em três metros das duas linhas centrais de cada parcela,
que foram colhidas e trilhadas manualmente, sendo corrigida para umidade de 13%
em base úmida.</p>
<p>Os dados foram tabulados
e submetidos à análise de variância (Anova), pelo teste F, a 5% de
probabilidade, e quando este foi significativo, as médias foram comparadas pelo
teste de Scott-Knott ao nível de 5% de significância. As análises foram
realizadas com o auxílio do programa computacional Sisvar 4.3.</p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/a52e61b8b587b86424f5a221b88a587b.jpg" alt="Estande de plantas da área experimental" title="Estande de plantas da área experimental"><figcaption>Estande de plantas da área experimental</figcaption></figure>
<h2>DESEMPENHO AGRONÔMICO DA CULTURA</h2>
<p>Na Tabela 1 observa-se
que as diferentes velocidades de semeadura influenciaram na profundidade das
sementes, sendo que as velocidades de 5km/h, 7km/h e 8km/h foram iguais,
diferenciando-se de 6km/h, que proporcionou maior profundidade de semeadura
(5cm). Para a haste sulcadora, quando esta trabalhou a 18cm, proporcionou maior
profundidade nas sementes (5cm), fato este que ocorre em função dos discos
sulcadores de sementes atuarem sobre o sulco mais profundo realizado pela haste,
com maior volume de solo mobilizado e menor resistência ao corte. A
profundidade ideal de semeadura é entre 3cm e 5cm, o que mostra que os
resultados encontrados estão dentro dos padrões ideais, independentemente das
velocidades e profundidades testadas.</p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/2cd1f4e922c7379311f31f404f762339.jpg"></figure><p>Para espaçamento
aceitável, não houve diferença estatística sobre as velocidades. Por outro
lado, as profundidades do adubo influenciaram significativamente, na qual 18cm
proporcionou uma menor porcentagem (50,68%). Esse fato pode ter relação com o
ricocheteamento das sementes durante a distribuição no sulco, uma vez que a
área mobilizada pela haste sulcadora foi maior. De maneira geral, os
espaçamentos aceitáveis estão abaixo de 56% para todos os tratamentos. Para uma
boa plantabilidade, é recomendável que se trabalhe com valores acima de 75%.<br></p>
<p>Para espaçamento duplo,
as velocidades de semeadura e profundidade de deposição do adubo não
influenciaram significativamente, não havendo diferença entre os tratamentos,
obtendo média geral de 22,37%. Na variável espaçamento falho, a velocidade de
8km/h proporcionou maior porcentagem quando comparada com as demais velocidades
(27,19%), evidenciando que com o aumento da velocidade de semeadura a
quantidade de falhas na linha de plantio é maior, provavelmente relacionado à
maior velocidade periférica do disco dosador. É possível observar que as
profundidades de 9cm e 12cm proporcionaram menor porcentagem de espaçamentos
falhos, enquanto a profundidade de 18cm apresentou maior porcentagem (25,91%).</p>
<p>A variável produtividade,
a qual é considerada a de maior importância, não sofreu influência das
velocidades de semeadura e profundidades de deposição do adubo, obtendo média
de 4.830kg/ha, ou 80,5 sc/ha, sendo considerada alta para a região da área em
estudo. A soja mostrou respostas adaptativas às condições do ambiente e manejo,
e mesmo com a deficiência na distribuição longitudinal (espaçamentos falhos),
conseguiu compensar o que seria produzido com uma melhor plantabilidade.</p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/3075ecd536e65a288ce4222d8bced87e.jpg" alt="Teste de resistência mecânica do solo à penetração com penetrômetro e medição da profundidade da haste sulcadora" title="Teste de resistência mecânica do solo à penetração com penetrômetro e medição da profundidade da haste sulcadora"><figcaption>Teste de resistência mecânica do solo à penetração com penetrômetro e medição da profundidade da haste sulcadora</figcaption></figure>
<h2>QUAL VELOCIDADE E PROFUNDIDADE IDEAL?</h2>
<p>Para as condições do
estudo, qualquer uma da das velocidades trabalhadas é ideal. O aumento da
velocidade promove maior rendimento operacional (maior área trabalhada por
tempo).</p>
<p>Para a profundidade do
adubo, como a área em estudo apresentou baixos valores de Resistência Mecânica
do Solo à Penetração (solo não compactado), pode-se trabalhar com o disco duplo
para deposição do adubo (9cm), por demandar menor força de tração e potência
que a haste sulcadora.</p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/3b752946607d140adb3e2fc7494a3360.jpg" alt="Autores avaliaram a influência da velocidade e deposição do fertilizante na produção de soja" title="Autores avaliaram a influência da velocidade e deposição do fertilizante na produção de soja"><figcaption>Autores avaliaram a influência da velocidade e deposição do fertilizante na produção de soja</figcaption></figure><p><br></p><p>Felipe José
Barbosa Franco, Ariel Muncio
Compagnon, Rayan Fernandes
Naves, Walter José
Pereira Filho e Mateus Vieira de
Jesus, Instituto Federal
Goiano Campus Ceres</p>"
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Avaliação de deposição em diferentes velocidades de plantio
Página
16
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Fev
2021
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Felipe José Barbosa Franco, Ariel Muncio Compagnon, Rayan Fernandes Naves, Walter José Pereira Filho e Mateus Vieira de Jesus, Instituto Federal Goiano Campus Ceres
Avaliação em campo mostra que é
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