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string(29) "biotecnologia-em-soja-e-milho"
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string(140) "Ivan Ricardo Carvalho, Natã Balssan Moura e Danieli Jacoboski Hutra, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul"
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string(29) "Biotecnologia em soja e milho"
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string(135) "<p>A busca por novas cultivares de soja e de milho e as tendências para os novos aspectos biotecnológicos.</p>"
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string(28721) "<figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/3d02e66c3fe752851a75f897f47a7805.jpg"></figure><p>As culturas geneticamente
modificadas (GMO) surgiram há mais de duas décadas, sendo inseridas lentamente
nos sistemas e práticas agrícolas, em países que evidenciam condições
agricultáveis de pequena a larga escala. Devido às constantes modificações
climáticas, ao incremento do potencial produtivo e ao avanço da agricultura
para as novas fronteiras, tornou-se crescente a necessidade de plasticidade,
aclimatação e adaptação das novas cultivares obtidas através do melhoramento
genético. Os métodos tradicionais de melhoramento, combinados às mais avançadas
técnicas de biotecnologia molecular, foram e são vitais na manutenção e no
incremento da produção de alimentos suficientes para satisfazer a crescente
demanda mundial.</p>
<p>As formas de inserção dos novos
genes nas plantas podem ocorrer de diversas maneiras, como através do
melhoramento genético convencional, sendo as hibridações dirigidas, populações
e famílias segregantes fundamentais, bem como por meio das seleções que
possibilitarão que um determinado gene desejado seja implementado na
cultivar-alvo. Claro que estes procedimentos decorrem de vários anos de
planejamento e de atividades do melhorista. </p>
<p>Outra maneira é a utilização de
técnicas biotecnológicas baseadas no bombardeamento de micropartículas de ouro
ou tungstênio, sendo estas recobertas por DNA, aceleradas suficientemente e
bombardeadas até penetrar no interior das células vegetais que posteriormente
serão regeneradas a uma nova planta com o gene de interesse inserido no genoma.
Baseia-se, então, em uma técnica denominada de inserção gênica direta. </p>
<p>Entretanto, tem-se as técnicas de
inserções gênicas indiretas que utilizam um plasmídeo comumente conhecido como
Agrobacterium tumefaciens. Esta bactéria expressa ação patogênica desarmada que
tem capacidade de englobar o novo transgene em seu genoma circular, e então, ao
ser inoculada no tecido vegetal, promove ações de hiperplasia e/ou hipertrofia
através de galhas, que farão a transferência do fragmento de DNA para o tecido
vegetal que será posteriormente regenerado através da cultura de tecidos. </p>
<p>Outras ferramentas atuais que têm
auxiliado na inserção de genes desejáveis e no silenciamento de genes
indesejáveis no germoplasma servirão como base para o desenvolvimento de novas
cultivares, sendo estas baseadas na edição gênica por <i>Trascription
activator-like effector nucleasse</i> (Talens) que permite a quebra da dupla
fita de DNA, modificando sítios específicos no genoma. Pode ser utilizada junto
a mutações, inserções e substituições de bases nitrogenadas nos cromossomos da
espécie de interesse (Vasconcelos <i>et al</i>., 2015). Uma técnica
mundialmente conhecida denomina-se de <i>Clustered Regularly Interspaced Short
Palindromic Repeats</i> (CRISPR/Cas9), que possui diversas aplicações tanto
para a inserção ou deleção de bases nitrogenadas no DNA, bem como para a troca
de sequências no genoma, tem sido implementada em milho, cevada, arroz e no
trigo (Vasconcelos <i>et al.</i>, 2015). Outra alternativa denomina-se de <i>Zinc
Finger Nucleases</i> (ZNF), que permite reconhecer e clivar uma sequência de
DNA em sítios específicos do genoma, auxilia na correção de erros em genes
vitais para o funcionamento molecular e metabólico, atua na inserção de genes e
construção de sequências diferenciadas de DNA na célula (Vasconcelos <i>et al.</i>,
2016). </p>
<p>Dentre os vários benefícios de
compilar o melhoramento genético e a biotecnologia no desenvolvimento de novas
cultivares ressalta-se que o advento dos Organismos Geneticamente Modificados
(OGM) foram determinantes para a melhoria dos sistemas agrícolas, incremento
das coberturas vegetais sobre solos destinados à agricultura, crescente
potencial na produtividade de alimentos por unidade de área, bem como os
benefícios diretos para o ambiente rural mais sustentável.</p>
<p>Atualmente, o setor agropecuário tem
à disposição uma série de culturas com eventos biotecnológicos, tais como
alfafa (<i>Medicago sativa</i>), maçã (Malus x Domestica), canola (<i>Brassica
napus</i> var <i>oleifera</i>), feijão (<i>Phaseolus vulgaris</i>), cravo (<i>Dianthus
caryophyllus</i>), chicória (<i>Cichorium intybus</i>), algodão (<i>Gossypium
hirsutum</i>), feijão frade (<i>Vigna unguiculata</i>), berinjela (<i>Solanum
melongena</i>), eucalipto (<i>Eucalyptus </i>sp.), linho (<i>Linum
usitatissimum</i>), melão (<i>Cucumis melo</i>), mamão (<i>Carica papaya</i>),
petúnia (<i>Petunia hybrida</i>), abacaxi (<i>Ananas comosus</i>), ameixa (<i>Prunus
domestica</i>), álamo (<i>Populus </i>sp.), batata (<i>Solanum tuberosum</i>), arroz
(<i>Oryza sativa</i>), rosa (<i>Rosa hybrida</i>), cártamo (<i>Carthamun
tinctorius</i>), abóbora (<i>Cucurbita pepo</i>), beterraba sacarina (<i>Beta
vulgaris</i>), cana-de-açúcar (<i>Saccharum</i> sp.), pimenta doce (<i>Capsicum
annuum</i>), tabaco (<i>Nicotiana tabacum</i>), tomate (<i>Lycopersicon esculentum</i>),
trigo (<i>Triticum aestivum</i>) e as principais culturas do cenário agrícola
brasileiro: a soja (<i>Glycine max</i>) e o milho (<i>Zea mays</i>) (ISAAA,
2020). </p>
<p>A área mundial implantada com
transgênicos passou de 1,7 milhão de hectares em 1996 para mais de 191 milhões
de hectares em 2020, sendo estabelecida como o ramo tecnológico que mais rápido
ascendeu nas últimas décadas no âmbito agrícola. O Brasil, é responsável por
mais de 51 milhões de hectares com áreas destinadas aos cultivos com espécies
transgênicas, com destaque especial para a soja, o milho e o algodão, sendo 35
milhões de hectares destinados à soja, 15 milhões de hectares com a cultura do
milho e um milhão de hectares com algodão (ISAAA, 2018).</p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/a25bf17948d2deb3f70046a9cf3e7cd4.jpg" alt="O Brasil caracteriza-se como um dos maiores produtores da soja, principal commoditie destinada à exportação" title="O Brasil caracteriza-se como um dos maiores produtores da soja, principal commoditie destinada à exportação"><figcaption>O Brasil caracteriza-se como um dos maiores produtores da soja, principal commoditie destinada à exportação</figcaption></figure>
<h2>A soja<span></span></h2>
<p>O Brasil caracteriza-se como um dos
maiores produtores de soja, principal commoditie destinada à exportação, que
apresenta importância econômica e ampla utilização na alimentação humana e
animal. De acordo como o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da
América (USDA), os maiores players da soja são Brasil, Estados Unidos e
Argentina. Dentre estes aspectos, os principais importadores da oleaginosa
baseiam-se em China, União Europeia e México. Sendo responsável por exportar
mais de 85 milhões de toneladas de grãos majoritariamente oriundos de organismos
geneticamente modificados. Para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab),
em 2020 a área semeada com a soja totalizou 36 milhões de hectares e produção
de 120 milhões de toneladas de grãos.</p>
<p>Atualmente, o
Brasil revela mais de duas mil cultivares disponíveis para a comercialização em
todo o território nacional. Baseados em estudos preditivos, definiu-se que os
lançamentos de cultivares são ponderados e determinados por incrementos e
modificações nas dinâmicas da exportação de grãos (Figura 1). Em 2020,
estima-se o registro de 138 novas cultivares e se estabelece que em 2030 serão
lançadas 185 cultivares ao ano, sendo esta demanda crescente em função da
importância da cultura. Este incremento viabiliza a ascensão em 7,4% de novas
cultivares da soja por ano. </p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/f26f42357ef6fc69490a6f7d7ea6954a.jpg" alt="Figura 1 - Modelo preditor das relações de exportação da soja com o lançamento de novas cultivares da soja" title="Figura 1 - Modelo preditor das relações de exportação da soja com o lançamento de novas cultivares da soja"><figcaption>Figura 1 - Modelo preditor das relações de exportação da soja com o lançamento de novas cultivares da soja</figcaption></figure><p><br></p>
<p>O registro nacional de cultivares
foi implementado a partir de 1998 (Figura 2). Para isso, novas cultivares foram
lançadas gradualmente nas últimas duas décadas. Evidencia-se que
concomitantemente houve o incremento da área semeada e produtividade de grãos
por hectare. Isto certamente consolida-se pelo ganho genético, seleção e
posicionamento estratégico de novas cultivares específicas a determinados
nichos da agricultura, bem como ambientes de cultivo. </p>
<p> </p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/0aee33a932d0b554bf31b36f83b4258c.jpg" alt="Figura 2 - Desempenho da área semeada, produtividade por hectare e lançamento de novas cultivares frente aos anos agrícolas de 1998 a 2020" title="Figura 2 - Desempenho da área semeada, produtividade por hectare e lançamento de novas cultivares frente aos anos agrícolas de 1998 a 2020"><figcaption>Figura 2 - Desempenho da área semeada, produtividade por hectare e lançamento de novas cultivares frente aos anos agrícolas de 1998 a 2020</figcaption></figure>
<h2>O milho<span></span></h2>
<p>O milho consolidou-se como um importante
produto para a exportação, alimentação animal, produção de etanol e derivados.
Segundo a Conab, em 2020 semeou-se mais de 18 milhões de hectares com este
cereal (Conab, 2020). De acordo com o USDA, estima-se que em 2020 e 2021 haverá
incrementos na produção, revelando magnitudes de 1,18 bilhão de toneladas de
grãos, sendo os Estados Unidos, a China, o Brasil, a União Europeia e a
Argentina os maiores players para esta cultura em todo o mundo.</p>
<p>Perante os eventos biotecnológicos
para a cultura do milho, diferencia-se no âmbito de cultivares algumas relações
quanto à base genética e à inserção de transgenes no genoma. Desta forma,
alguns cuidados devem ser expressos na implantação de organismos transgênicos e
não transgênicos, devido ao mecanismo reprodutivo, sendo essa uma espécie
alógama, o que pode tangenciar o fluxo gênico entre germoplasmas, genótipos,
variedades de polinização aberta, híbridos simples, simples modificados,
triplos, duplos, compostos ou sintéticos, ou intervarietais. </p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/2ff03e8f79f9343ce0b393728d052228.jpg" alt="O milho consolidou-se como um importante produto para a exportação, alimentação animal, produção de etanol e derivados" title="O milho consolidou-se como um importante produto para a exportação, alimentação animal, produção de etanol e derivados"><figcaption>O milho consolidou-se como um importante produto para a exportação, alimentação animal, produção de etanol e derivados</figcaption></figure><p>As inserções de transgenes em milho
são preconizadas em híbridos com bases genéticas estreitas a mediamente ampla,
tais como os híbridos simples, simples modificados e híbridos triplos. Devido a
serem mais aceitos pelo mercado agrícola, expressam maior vigor híbrido, valor
em suas sementes e respostas aos ambientes tecnificados disponíveis na atual
agricultura brasileira (Embrapa, 2014). <br></p>
<h2>Biotecnologias disponíveis para a cultura da soja</h2>
<p>Dos genótipos disponíveis
comercialmente, 47,6% são denominados tolerantes a herbicidas e 29,5% expressam
tolerância a insetos-praga. A partir de 1998 popularizou-se o registro nacional
de cultivares e os transgênicos (Figura 3). Neste contexto, verifica-se o declínio do lançamento de novas cultivares
não geneticamente modificadas, ao longo das últimas décadas, com advento das
liberações pela CTNBio. A partir de 2001 houve o aumento abrupto de cultivares
disponíveis, sendo estas tolerantes a herbicidas (RR). Este nicho
biotecnológico foi maximizado em 2010 e neste mesmo ano as cultivares com
tolerância a lepidópteros (IPRO) tiveram sua oferta regulamentada e seus
registros tornaram-se frequentes. </p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/5329625417593953b8ca3be5727601d4.jpg" alt="Figura 3 - Frequência de lançamento de cultivares da soja com eventos biotecnológicos inseridos e ponderados pelos anos de lançamento" title="Figura 3 - Frequência de lançamento de cultivares da soja com eventos biotecnológicos inseridos e ponderados pelos anos de lançamento"><figcaption>Figura 3 - Frequência de lançamento de cultivares da soja com eventos biotecnológicos inseridos e ponderados pelos anos de lançamento</figcaption></figure><p>Atualmente, as tendências no
desenvolvimento de cultivares são amparadas por combinar tecnologias de
tolerâncias a herbicidas e insetos-praga, para então evidenciar maior escape às
condições de ambiente. Outros eventos que se manifestaram nas últimas décadas
foram cultivares inseridas no sistema Liberty Link (LL) e Cultivance, que ainda
representam uma pequena fração das cultivares disponíveis.</p>
<h2>Eventos disponíveis específicos para a cultura da soja</h2>
<h3>Tolerância a inseto-praga</h3>
<p> Este evento biotecnológico foi obtido através
da inserção do gene cry1Ac oriundo da bactéria <i>Bacillus thuringiensis</i>
subsp. <i>Kurstaki </i>estirpe HD73, bem como pela inserção do gene cry1F
oriundo da bactéria Bacillus thuringiensis var. aizawai. Esta tecnologia tem a
finalidade de proporcionar tolerância a insetos lepidópteros. No mercado
agrícola são denominados de Enlist E3. </p>
<h3>Tolerância ao herbicida glifosato</h3>
<p>Evento biotecnológico obtido por
meio da inserção do gene cp4-epsps extraído da bactéria Agrobacterium
tumefaciens cepa CP4, combinado à inserção do gene 2mepsps obtido do milho.
Esta tecnologia tem a finalidade de proporcionar a tolerância da soja ao
herbicida glifosato, com inúmeras formas comerciais, entre elas RR e RR2.</p>
<h3>Tolerância ao herbicida glufosinato</h3>
<p> Obtido através da inserção do gene pat oriundo
da bactéria <i>Streptomyces viridochromogenes</i>. Expressa finalidade de
tolerar herbicidas inseridos em sistemas tecnológicos denominados de Libert
Link, Libert Link G27 e Enlist.</p>
<h3>Tolerância ao herbicida isoxaflutole</h3><p><span></span></p>
<p>Biotecnologia obtida pela inserção
do gene hppdPF W336 extraído da bactéria <i>Pseudomonas fluorescens</i> estirpe
A32. Tem o objetivo de proporcionar a tolerância da planta aos herbicidas
inibidores da enzima HPPD (isoxaflutol), no cenário agrícola o sistema
denomina-se Liberty Link G27.</p>
<h3>Tolerância ao herbicida 2,4D</h3><p><span></span></p>
<p>Ações obtidas
devido à inserção do gene add-12 oriundo da bactéria <i>Delftia acidovorans</i>.
Este evento tem a finalidade de catalisar a degradação da cadeia lateral do
herbicida 2,4D, as cultivares disponíveis pertencem ao sistema Enlist.</p>
<h3>Tolerância ao herbicida do grupo das sulfonilureias</h3><p><span></span></p>
<p>Inseriram-se o
gene csr1-2 oriundo da espécie <i>Arabidopsis thaliana </i>e o gene gm-hra
extraído da espécie <i>Glycine max</i>. Por expressar tolerância a herbicidas
específicos, enquadra-se no sistema Cultivance. </p>
<h3>Tolerância ao herbicida dicamba</h3>
<p>Evento obtido
através da inserção do gene dmo extraído da bactéria <i>Stenotrophomonas
maltophilia </i>estirpe DI-6. Tem a finalidade de tolerar especificamente o
herbicida dicamba, enquadrando-se na tecnologia agrícola Xtend.</p>
<h3>Tolerância ao estresse hídrico</h3>
<p>Baseado na
inserção do gene Hahb-4 oriundo do girassol, proporciona maior eficiência do
uso da água nos seus processos fisiológicos, evidencia-se como um evento
promissor no cenário agrícola e denomina-se de Verdega. </p>
<h3>Qualidade do produto</h3>
<p>Obtido pela
inserção do gene gm-fad2-1 oriundo da espécie <i>Glycine max</i>. Bloqueia a
formação de ácido linoleico (silenciando o gene fad2-1), o que permite o maior
acúmulo de ácido oleico nos grãos, sendo este sistema denominado de Plensh.</p>
<h2>Biotecnologias para a cultura do milho</h2>
<p>No Brasil, o milho apresenta-se como a
cultura que mais recebeu investimento em diferentes eventos biotecnológicos
disponíveis.</p>
<h3>Tolerância ao estresse hídrico</h3>
<p>Evento
biotecnológico obtido através da inserção do gene cspB intrínseco à bactéria <i>Bacillus
subtilis</i>. Tem a finalidade de maximizar o desempenho das plantas em
condições edafoclimáticas adversas, denominado no mercado agrícola como <i>Genuity
DroughtGard</i>. </p>
<h3><b>Tolerância a </b><b>lepidópteros</b></h3>
<p>Obtido pela
inserção dos genes ecry3.1Ab, Cry3A e Cry1Ab extraídos da bactéria <i>Bacillus
thuringiensis</i>, inserção do gene cry1Ab oriundo da bactéria <i>Bacillus
thuringiensis</i> subsp. <i>kurstaki</i>, inserção dos genes cry1Fa2 e cry1F
extraídos da bactéria <i>Bacillus thuringiensis </i>var. aizawai, inserção do
gene vip3Aa20 oriundo da bactéria <i>Bacillus thuringiensis</i> cepa AB88,
inserção cry2Ab2, cry1A.105, e cry1F oriundos da bactéria <i>Bacillus
thuringiensis</i> var. <i>aizawai</i>. </p>
<p> Estes eventos têm a finalidade de proporcionar
a tolerância a lepidópteros. No mercado agrícola com estas tecnologias
evidenciam-se Agrisure Duracade 5222,
Agrisure CB / LL, Agrisure GT / CB / LL, Agrisure Viptera 2100, Agrisure Viptera 3110, Agrisure Viptera 3100, Agrisure Viptera 3111, Agrisure Viptera 4, Agrisure
CB / LL / RW, SmartStax Pro x
Enlist, Genuity VT Triple Pro, Genuity VT Double Pro, Genuity SmartStax, Power
Core, Power Core x MIR162 x Enlist,
YieldGard CB + RR; Herculex I, Herculex
CB, Herculex XTRA, Optimum
Intrasect, Herculex I RR. </p>
<h3><b>Tolerância a </b><b>coleópteros</b></h3>
<p>Obtido pela
inserção dos genes mcry3A, cry3A, cry34Ab1, cry35Ab1, cry3Bb1 e dvsnf7,
extraídos da bactéria <i>Bacillus thuringiensis </i>subsp. <i>kumamotoensis</i>,
conferem tolerância a <i>Diabrotica virgifera virgifera</i>, tecnologia
disponível comercialmente por meio dos sistemas Agrisure Duracade 5222, Agrisure Viptera 3100, Agrisure Viptera 3111, Agrisure Viptera 4, Agrisure
CB / LL / RW, SmartStax Pro x
Enlist, YieldGard VT Rootworm
RR2, Genuity VT Triple Pro, Genuity SmartStax, Herculex XTRA. </p>
<h3><b>Tolerância ao </b><b>herbicida glufosinato</b></h3>
<p> A introdução do gene pat e pat (syn)
originário da bactéria <i>Streptomyces viridochromogenes</i> Tu 494. Apresentam
no mercado agrícola sistemas como Agrisure Duracade 5222, Agrisure CB / LL, Agrisure GT / CB / LL, Agrisure Viptera 2100, Agrisure Viptera 3110, Agrisure Viptera 3100, Agrisure Viptera 3111, Agrisure
Viptera 4, Agrisure CB / LL / RW, SmartStax Pro x Enlist, Genuity SmartStax, Power Core,
Power Core x MIR162 x Enlist, Milho
Roundup Ready Liberty Link, Liberty Link Maize, Herculex I, Herculex
CB, Herculex XTRA, Optimum
Intrasect, Herculex I RR. </p>
<h3><b>Tolerância ao </b><b>herbicida glifosato</b></h3><p><span></span></p>
<p>Evento
biotecnológico obtido pelos genes mepsps e goxv247, extraídos da bactéria <i>Agrobacterium
tumefacien</i>. No cenário agrícola têm-se
Agrisure Duracade 5222,
Agrisure GT / CB / LL, Agrisure
Viptera 3110, Agrisure Viptera 3111, Agrisure Viptera 4, Milho Roundup Ready, Agrisure GT, Milho Roundup Ready, SmartStax Pro x Enlist, YieldGard VT
Rootworm RR2, Genuity VT Triple
Pro, Genuity VT Double Pro, Gen uity, SmartStax, Power Core, Power Core x MIR162 x Enlist, Milho Roundup Ready 2, YieldGard
CB + RR, Roundup Ready Liberty Link, Optimum Intrasect e Herculex I RR.</p>
<h3><b>Alteração no </b><b>metabolismo da manose</b></h3>
<p> Adquirido através do gene pmi oriundo da
bactéria <i>Escherichia coli</i>. Metaboliza a manose e permite a seleção
positiva para recuperação de plantas transformadas, expressa-se nos sistemas
Agrisure Duracade 5222, Agrisure
Viptera 2100, Agrisure Viptera 3110, Agrisure Viptera 3100, Agrisure Viptera 3111, Agrisure Viptera 4, Agrisure
CB / LL / RW, Power Core x MIR162
x Enlist e Enogen.</p>
<h3><b>Tolerância ao </b><b>herbicida 2,4D</b></h3>
<p> Evento biotecnológico obtido pela inserção
através do gene aad-1 oriundo da bactéria <i>Sphingobium herbicidovorans</i>.
No cenário agrícola evidencia-se nas tecnologias SmartStax Pro x Enlist, Power Core x MIR162 x Enlist. </p>
<h3><b>Alfa amilase </b><b>modificada</b></h3>
<p>Inseriu-se o
gene amy797E oriundo de micróbios <i>Thermococcales</i> spp. O que proporcionou
o incremento da produção de etanol e termoestabilidade da enzima amilase
utilizada para degradar o amido dos grãos, tecnologia disponível no sistema
Enogen. </p>
<h2><b>Perspectivas </b><b>para os </b><b>novos eventos </b><b>biotecnológicos</b></h2>
<p>Para a soja evidencia-se a oferta futura de cultivares com tolerância aos herbicidas
glifosato, glufosinato, 2-4D, sulfonilureias, isoxaflutol e dicamba, sendo
estes eventos combinados, bem como o lançamento de tecnologias com tolerância a
lepidópteros combinados com a tolerância a herbicidas baseados na ação do
glufosinato, glifosato e dicamba. Existe grande probabilidade do lançamento de
cultivares com tolerância aos herbicidas do grupo das sulfonilureias,
conjuntamente a tecnologias que modificam a qualidade dos grãos e tolerância a
estresses abióticos. </p>
<p>Para a cultura
do milho, esperam-se novas cultivares que combinam tecnologias de tolerância
aos herbicidas glufosinato, glifosato e 2,4D, tolerância a insetos-praga tanto
lepidópteros quanto coleópteros. Para o sucesso do agronegócio brasileiro,
torna-se primordial o desenvolvimento de novas cultivares alicerçadas a altos
padrões genéticos combinados a tecnologias e sistemas que envolvem eventos
biotecnológicos eficazes no âmbito agrícola, que proporcionam elevadas
produtividades, sustentabilidade das cadeias produtivas, produção de alimentos
com qualidade e baixos impactos ambientais.</p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/dc32c45a86c8920a458622f4b1068da3.jpg" alt="Carvalho, Moura e Danieli " title="Carvalho, Moura e Danieli "><figcaption>Carvalho, Moura e Danieli</figcaption></figure><p><br></p><p>Ivan Ricardo
Carvalho, Natã Balssan Moura
e Danieli Jacoboski
Hutra, Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul</p>"
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