object(stdClass)#27 (11) {
["id"]=>
string(3) "166"
["id_rel"]=>
string(3) "588"
["autor"]=>
string(68) "Raul F. Medina, Department of Entomology at Texas A&M University"
["indice"]=>
string(2) "51"
["titulo"]=>
string(62) "Caderno Técnico Soja Parte 1: Desafios de desmistificar"
["previa"]=>
string(739) "<p>A importância de
entender mal-entendidos: visões societárias e inovação agrícola. </p>
<p>Existem
muitos desafios a serem enfrentados quando se gera soluções biotecnológicas
para problemas agrícolas. Pegando como exemplo os eventos de biotecnologia para
controle de pragas, surpreendentemente, para alguns, os desafios mais difíceis
não são de ordem biológica ou de natureza agrícola, mas sim sociais. Sem o
envolvimento ativo e bem financiado dos cientistas sociais, a implementação da
Biotecnologia moderna na agricultura será seriamente atrasada ou interrompida
por completo.</p>"
["descricao"]=>
string(5481) "<figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/3467492fadad81733b90ebd256ea761a.jpg"></figure>
<p>O caso
dos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) na agricultura é um bom exemplo
que ajuda a entender como as visões da sociedade podem afetar a regulamentação,
as políticas e os mercados globais. Muitas vezes, cientistas e acadêmicos
descartam a percepção pública e as questões sociais, considerando-as pouco
importantes, irrelevantes ou tangenciais para a implementação de soluções
biotecnológicas na agricultura. A história dos OGMs mostrou que, sem a
compreensão e aceitação do público, até mesmo as abordagens mais sólidas da
Biotecnologia para o controle de pragas podem ser interrompidas.</p>
<p>Pesquisas
realizadas por cientistas sociais revelaram que fatores, tais como a percepção
pública de risco, diferenças nas visões de mundo e pensamento grupal ou tribal,
podem efetivamente explicar a opinião pública sobre Biotecnologia na
agricultura, de forma mais convincente do que simplesmente considerar o público
como analfabetos científicos. As estratégias que os cientistas utilizaram para
obter aceitação pública da Biotecnologia, tradicionalmente, consistiu em
transferir informações. Vários anos de ativismo anti-OGM demonstram que
reverter a rejeição da Biotecnologia apenas fornecendo informações, não
funcionou. Surpreendentemente, cientistas sociais mostraram que fornecer mais
informações para pessoas fortemente opostas à Biotecnologia, aumenta a sua
oposição. As razões que explicam esse achado são complexas e envolvem visões
políticas, experiências passadas, fatores psicológicos e sociais, bem como
sistemas de governança e confiança das pessoas nas instituições. Os cientistas
naturais e agrícolas estão mal equipados para estudar essas questões e,
consequentemente, são ineficazes na mudança da percepção pública das aplicações
da biotecnologia na agricultura.</p>
<p>Diversos
setores de Biotecnologia aprenderam com seus erros e, atualmente, é comum
concordar que o envolvimento da comunidade é necessário, antes de qualquer
lançamento de soluções biotecnológicas para problemas de pragas locais,
regionais ou globais. Essa compreensão, entretanto, não torna o conflito entre
a percepção pública e a Biotecnologia menos desafiador. Só recentemente se
começou a entender como as percepções do público são formadas, o quanto elas
são difíceis de mudar e como a informação factual é irrelevante na formação do
pensamento grupal. É preciso que as agências governamentais que financiam a
pesquisa em Biotecnologia incluam parte de seus subsídios para estudos
envolvendo aspectos sociais.</p>
<p>Devido
aos vários desafios urgentes que o nosso planeta enfrenta, entender a percepção
e a persuasão pública é mais crucial do que nunca. As estratégias atuais e
futuras para lidar com os efeitos das mudanças climáticas na segurança
alimentar, na saúde humana e animal e na conservação da biodiversidade,
exigirão políticas inovadoras e eficazes. Se a Biotecnologia fizer parte da
solução para esses problemas, os órgãos reguladores locais e globais precisarão
desenrolar rapidamente. A velocidade requerida para que uma mudança efetiva
ocorra, exigirá aceitação pública. Sem as Ciências Sociais trabalhando lado a
lado com as Ciências Naturais, será impossível alcançar uma mudança social
global na velocidade necessária.</p>
<p>As
Nações Unidas têm declarado que quando se trata de alcançar seus objetivos
globais de desenvolvimento sustentável, os negócios, como de costume, não são
uma opção. Não é possível mais ignorar as consequências das externalidades na
agricultura. As soluções mais promissoras para evitar atingir pontos de
inflexão perigosos são fornecidas pela Biotecnologia. É crucial poder implementar
políticas revolucionárias baseadas na ciência de forma rápida. Mas será que
conseguiremos fazer isso ou estaremos presos em nossos sistemas de governança?</p>
<p>Raul F. Medina, Department of
Entomology at Texas A&M University</p><p><br></p><p><a href="https://www.grupocultivar.com.br/materias/caderno-tecnico-soja-parte-1-correcao-de-curso">Link para o texto "Correção de curso" do Caderno Técnico Soja Parte 1 disponível aqui.</a><br></p>"
["imagem"]=>
string(36) "80a95a464f42d7ae5712a6dff65bd974.jpg"
["data_ano"]=>
string(4) "2019"
["data_mes"]=>
string(2) "07"
["revista"]=>
string(1) "1"
}
Caderno Técnico Soja Parte 1: Desafios de desmistificar
Página
51
|
Jul
2019
|
Raul F. Medina, Department of Entomology at Texas A&M University
A importância de
entender mal-entendidos: visões societárias e inovação agrícola.
Existem
muitos desafios a serem enfrentados quando se gera soluções biotecnológicas
para problemas agrícolas. Pegando como exemplo os eventos de biotecnologia para
controle de pragas, surpreendentemente, para alguns, os desafios mais difíceis
não são de ordem biológica ou de natureza agrícola, mas sim sociais. Sem o
envolvimento ativo e bem financiado dos cientistas sociais, a implementação da
Biotecnologia moderna na agricultura será seriamente atrasada ou interrompida
por completo.