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string(149) "Uirá do Amaral, Malaquias Pereira da Costa Junior, Luann de Barros Silva, Pedro Henrique Martins Almeida, Instituto Federal de Brasília"
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string(39) "Controle de daninhas em maracujá"
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string(293) "<p>O manejo
equilibrado de daninhas em maracujá é uma necessidade tanto para prevenir a
competição por recursos como água e nutrientes, como para evitar o agravamento
de problemas com insetos-praga, nematoides e agentes fitopatogênicos.</p>"
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string(12569) "<figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/c513d296998495a1073d5c45ebc94b45.jpg"></figure><p>A interferência das
plantas invasoras pode resultar em perda de produtividade, menor qualidade do
produto colhido ou aumento do custo de produção da cultura. Entre as muitas
justificativas para o controle das plantas invasoras na cultura do
maracujazeiro está o fato de que 80% do volume das raízes situa-se nas camadas
mais superficiais do solo (Silva e Oliveira, 2000), o que torna a competição
por água e nutrientes um problema sério. Embora existam várias razões para
sugerir o controle de invasoras da lavoura, estas plantas podem auxiliar na
sustentabilidade do cultivo, desde que bem manejadas: aumentando o conteúdo de
matéria orgânica no solo; protegendo a superfície do solo contra a incidência
direta dos raios solares e erosão hídrica; atraindo e abrigando insetos
benéficos e inimigos naturais de pragas do maracujazeiro (Lima <i>et al</i>.,
2004), além de auxiliar na ciclagem de nutrientes.</p>
<p>Considerando que o
maracujazeiro é cultivado no Brasil de Norte a Sul, a quantidade de espécies de
plantas invasoras é extensa, sendo mais comuns os indivíduos pertencentes às
famílias: Leguminosae; Poaceae; Asteraceae; Amaranthaceae; Euphorbiaceae;
Malvaceae; Commelinaceae; Convolvulaceae; Solanaceae e Rubiaceae (Tabela 3).</p>
<p>Apesar do controle dessas plantas não representar custo
operacional oneroso em um pomar de maracujazeiro azedo (<i>Passiflora edulis</i>),
seja amarelo ou roxo, ainda existem vários entraves para o manejo correto das
plantas invasoras, o que remete ao seguinte questionamento: qual o melhor
método de controle?</p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/93fc7f6e6572ea6f5b70326b303321be.jpg"></figure>
<h2>Controle
de plantas
invasoras</h2><p><span></span></p>
<p>A composição da
vegetação varia de acordo com a região onde está situado o cultivo e pela
pressão de seleção exercida pelos métodos de controle utilizados. Apesar da
cultura do maracujazeiro tolerar certo grau de interferência sem implicar
perdas na produção, as plantas invasoras devem ser corretamente identificadas
para melhorar a eficiência do método de controle. A permanência de plantas
invasoras na área pode implicar a competição, sendo os recursos disputados:
água, luz, nutrientes e dióxido de carbono. Além dos prejuízos causados em
razão da competição, estas plantas podem ser hospedeiras de insetos-praga,
nematoides e agentes fitopatogênicos.</p>
<p>Existem várias
possibilidades para controlar as plantas invasoras, em ação isolada ou
conjunta. As mais comuns são capina manual, uso de enxadas, roçadeiras manual
ou tratorizada, enxadas rotativas, herbicidas, aplicação de mulching (filmes de
plástico), cobertura morta, redução de espaçamento e uso de latadas. Apesar da
combinação de mais de uma técnica de controle ser mais eficiente na supressão
das plantas invasoras, é comum encontrar a seguinte orientação técnica: “capina
manual na linha (coroamento), capina química na linha (entre plantas) e capina
mecânica na entre linha” (Figura 1).</p>
<p> </p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/e3d201c73a9e62534a7f85ebd3a24df4.jpg" alt="Figura 1 " title="Figura 1 "><figcaption>Figura 1 </figcaption></figure>
<h2>Controle
manual ou
mecânico</h2><p><span></span></p>
<p>A forma de controle mais
comum das plantas invasoras em pequenas áreas é a capina manual. Quando
efetuada em dias mais quentes, com baixa umidade do ar e solo seco, torna-se
mais efetiva. Apesar da aparente facilidade na execução desta prática e da
oferta de mão de obra entre os pequenos agricultores familiares, é necessária
uma atenção especial no momento do corte das plantas invasoras, não sendo
superior a 2cm para evitar danos nas raízes do maracujazeiro. Em geral, a capina
manual é sugerida para o coroamento das plantas de maracujazeiro.</p>
<p>Normalmente as roçadas
entre as plantas e nas entre linhas são efetuadas com roçadeira costal e
roçadeira tracionada por trator, respectivamente. Atualmente muitos produtores
têm optado pela redução do espaçamento entre linhas de plantio. Esta decisão
pode dificultar o tráfego de máquinas, mas, por outro lado, o sombreamento
gerado pelas cortinas auxilia na supressão das plantas invasoras. Em relação à
capina mecanizada, o rendimento operacional é muito maior que a capina manual,
embora seja dependente da topografia do terreno, não sendo indicada para áreas
muito declivosas.</p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/7f3d7fbad0ea74b958a046c349938b20.jpg"></figure><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/438e58e93c6d67bfb5b020b49f99eb95.jpg" alt="Presença de plantas invasoras em lavoura de maracujazeiro azedo" title="Presença de plantas invasoras em lavoura de maracujazeiro azedo"><figcaption>Presença de plantas invasoras em lavoura de maracujazeiro azedo</figcaption></figure>
<h2>Controle
químico<span></span></h2>
<p>O método químico de
controle das plantas invasoras caracteriza-se por permitir a intervenção em
grandes áreas com pouca dependência de mão de obra e rapidez na aplicação
(Silva <i>et al</i>., 2012). O uso intensivo de herbicidas, associado à
ausência de outros métodos de controle, tem resultado em diversos problemas,
como a seleção de biótipos de plantas invasoras resistentes a herbicidas.
Diante disso, a adoção do controle químico no manejo de plantas invasoras
possui tanto vantagens como desvantagens (Tabela 1); embora essencial nos
sistemas de produção contemporâneos, deve ser sempre adotado em um esquema integrado
com os outros métodos de controle (Silva <i>et al.</i>, 2018).</p>
<p>Apesar de muitos
produtores utilizarem herbicidas no controle de plantas invasoras em lavouras
de maracujazeiro, ainda não existem produtos registrados no Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para esta cultura. Em estudo
conduzido por Paiva <i>et al.</i> (2015), foram testados 21 herbicidas de
diferentes mecanismos de ação em mudas de maracujazeiro recentemente
transplantadas (Tabela 2). Os herbicidas glifosato, imazapic, metsulfuron-methyl
e amonioglufosinate causaram reduções no ganho em altura das plantas. Os
herbicidas atrazine, linuron, metribuzin, diuron, tebuthiuron e bentazon
reduziram a matéria seca da folha, caule e total das plantas. Dentre as opções
de herbicidas, os produtos oxadiazon, fenoxaprop-ethyl, tembotrione,
chlorimuron-ethyl e isoxaflutole não prejudicaram o crescimento e não
intoxicaram as mudas, sendo os mais promissores para aplicação em área total.</p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/2bc8cebda5300012061963d2bed517fd.jpg" alt="Coroamento das mudas na fase de crescimento vegetativo e controle de plantas invasoras por meio de roçadeira tratorizada" title="Coroamento das mudas na fase de crescimento vegetativo e controle de plantas invasoras por meio de roçadeira tratorizada"><figcaption>Coroamento das mudas na fase de crescimento vegetativo e controle de plantas invasoras por meio de roçadeira tratorizada</figcaption></figure>
<figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/82bfa8e115bb29e18171dbab9a481159.jpg" alt="Coroamento das mudas na fase de crescimento vegetativo e controle de plantas invasoras por meio de roçadeira tratorizada" title="Coroamento das mudas na fase de crescimento vegetativo e controle de plantas invasoras por meio de roçadeira tratorizada"><figcaption>Coroamento das mudas na fase de crescimento vegetativo e controle de plantas invasoras por meio de roçadeira tratorizada</figcaption></figure><h2>Controles
alternativos</h2>
<p>A ação preventiva deve
ser prioridade no manejo de plantas invasoras, como limpar cuidadosamente
máquinas e implementos agrícolas; usar adubos orgânicos, como esterco de
curral, somente depois que estiver totalmente fermentado; manter as bordas dos
canais de irrigação sempre limpas; manter áreas contínuas às lavouras livres da
presença de plantas invasoras, para que não produzam sementes e repovoem a área
cultivada; e eliminar focos de infestação (Silva <i>et al.</i>, 2018).</p>
<p>A cobertura morta é uma
excelente opção para manejar as plantas invasoras nas entre linhas, segundo
Silva <i>et al.</i> (2019), a utilização de cobertura morta em lavoura de
maracujazeiro no semiárido melhorou as características hidrotérmicas do solo,
reduziu a temperatura do solo e estimulou o crescimento do diâmetro caulinar. A
utilização de cobertura morta antecipou a colheita dos frutos em comparação ao
cultivo em solo descoberto (Uchôa <i>et al.</i>, 2018). Outra opção que vem
sendo testada é a utilização de cobertura plástica (<i>mulching</i>). Existe
também a viabilidade técnica e econômica do cultivo de maracujá em ambientes
protegidos como estufas, porém está relacionado à escolha de materiais
altamente produtivos com genética superior. O ambiente favorece o
desenvolvimento da cultura, pois diminui a interferência de pragas e doenças.</p>
<h2>Box - Maracujá no Brasil</h2>
<p>O Brasil é o maior
produtor mundial de maracujá, e apesar da produtividade média não superar 15t/ha/ano,
alguns polos produtores têm alcançado excelentes produtividades, como ocorre em
Santa Catarina, com rendimento de 21,03t/ha, e no Distrito Federal, atingindo
34,60t/ha em 2017. Lima et al. (2009) analisaram a rentabilidade do maracujá em
seis polos produtivos brasileiros (Benevides-PA, Araguari-MG, Itapuranga-GO,
Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno-Ride, Bom
Jesus da Lapa-BA e Vera Cruz-SP) e observaram que a cultura do
maracujazeiro-amarelo é viável economicamente quando a produtividade é superior
a 19t/ha/ano. Maiores produtividades retratam o resultado de um conjunto de
ações que vão desde a escolha da variedade, preparo do solo, sistema de
condução, adubação, controle de pragas, doenças e plantas invasoras, até a polinização
e colheita. </p><p><br></p><p>Uirá do Amaral, Malaquias Pereira da Costa Junior, Luann de Barros Silva, Pedro Henrique Martins Almeida, Instituto Federal de Brasília</p>"
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