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string(112) "Flavia Elis de Mello, Daniel Dias Rosa e Ricardo Desjardins Antunes, Syngenta Proteção de Cultivos"
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string(78) "Estratégias para manejo racional da ramulária em algodão "
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string(379) "<p>As estratégias
para enfrentar de modo racional doenças como a mancha de ramulária na cultura
do algodoeiro, de modo a alcançar melhores níveis de controle e manter altos
patamares de produtividade, além de proteger as escassas ferramentas de manejo
e garantir a continuidade e sustentabilidade do negócio. </p>"
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string(13059) "<figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/ac1eeecc67691080c32f1852b942bc7c.jpg"></figure><p>Na safra de 2018/2019, a
safra de algodão no Brasil, de acordo com estimativas da Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), teve produção 35,9% superior à safra anterior, atingindo
aproximadamente quatro milhões de toneladas em caroço e 2,7 milhões de
toneladas de pluma, principalmente estimulados pela taxa de câmbio favorável e
a evolução dos preços no mercado internacional que levaram ao aumento de área
plantada. Considerando o estado do Mato Grosso - maior produtor de algodão do
Brasil – foram semeados 1,072 milhão de hectares, sendo 159 mil hectares
cultivados na primeira safra e 913 mil hectares cultivados na segunda safra, o
que representa um acréscimo de 35% em relação à safra 2017/2018 (Conab, 2019).
Esse aumento pode ser atribuído, principalmente, ao preço atrativo da commodity,
às altas tecnologias utilizadas na cultura e ao investimento em qualidade de
fibra. A produtividade média de algodão em caroço nas principais regiões
produtoras de Mato Grosso, na safra 2018/2019, foi de 283 @/ha.</p>
<p>Com a expansão da área
cultivada com o algodoeiro, tem-se observado um aumento acentuado das doenças
que atacam a cultura, que estão ocorrendo com alta incidência e severidade,
aumentando a fonte de inóculo no campo (FMT, 2015). </p>
<p>Dentro desse contexto, as
doenças do algodoeiro estão ocorrendo de acordo com o sistema de manejo
utilizado na cultura e as cultivares que os produtores estão adotando em suas
lavouras. Algumas doenças que antes eram consideradas secundárias, que ocorriam
de forma esporádica, aumentaram significativamente sua importância e
tornaram-se epidêmicas. É o caso da mancha de ramulária (Ramulariopsis
pseudoglycines / Ramulariopsis gossypii), que no passado ocorria apenas no
final do ciclo da cultura e atualmente surge mais cedo no ciclo, sendo
considerada a principal doença foliar do algodoeiro, necessitando, portanto, de
um maior número de pulverizações com fungicidas (Embrapa, 2006), caso a
cultivar não seja tolerante à doença.</p>
<p>Adicionalmente a isso, as
condições climáticas do Cerrado, de forma geral, são favoráveis para o desenvolvimento
de doenças, apresentando altos índices pluviométricos, temperaturas diurnas
elevadas e noturnas mais amenas (FMT, 2015), o que remete à necessidade de um
manejo cada vez mais consciente de doenças.</p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/89c3baefa89dac26030fd4251b3d155d.jpg" alt="Atualmente a mancha de ramulária é a principal doença foliar do algodoeiro" title="Atualmente a mancha de ramulária é a principal doença foliar do algodoeiro"><figcaption>Atualmente a mancha de ramulária é a principal doença foliar do algodoeiro.</figcaption></figure><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/3e47e9e69b89e4b9d6f3b9c1b33c6445.jpg" alt="O uso de fungicidas com diferentes modos de ação é fundamental no correto manejo de doenças em algodão" title="O uso de fungicidas com diferentes modos de ação é fundamental no correto manejo de doenças em algodão"><figcaption>O uso de fungicidas com diferentes modos de ação é fundamental no correto manejo de doenças em algodão.</figcaption></figure>
<h2>A resistência dos patógenos
aos fungicidas e suas implicações</h2>
<p>A resistência é uma
alteração herdável e estável em um fungo em resposta à aplicação de fungicidas,
geralmente sítio-específicos, que resulta na diminuição da sensibilidade do
fungo ao fungicida utilizado. O uso indiscriminado e incorreto de fungicidas
registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para
o controle da mancha de ramulária contribui para a seleção de indivíduos menos
sensíveis, resultando em falhas de controle eficaz no campo. </p>
<p>Os fungicidas sítio-específicos
como os DMIs, QoIs e SDHIs, por atuarem apenas em sítios bioquímicos muito
específicos, representam um ponto de atenção, pois geralmente apenas uma
mutação neste sítio-específico, que é o alvo do fungicida, pode resultar em um
indivíduo resistente. O Fungicide Resistance Action Committee (Frac) classifica
os DMIs, QoIs e SDHIs como fungicidas de médio a alto risco para o
desenvolvimento de resistência e, portanto, segundo a recomendação, é para
evitar o uso desses produtos isoladamente.</p>
<p>Atualmente as recomendações
realizadas por empresas, pesquisadores e órgãos competentes baseiam-se na
utilização de várias táticas para controle da mancha de ramulária em cultivares
suscetíveis, sendo uma delas a rotação de grupos químicos e modos de ação como parte
do manejo de resistência.</p>
<h2>O bom manejo de doenças passa pelo manejo da resistência</h2>
<p>O uso de fungicidas com
diferentes modos de ação é o princípio básico e fundamental para o manejo
correto das doenças na cultura do algodão e, ao mesmo tempo, proporciona
gerenciar a resistência dos principais patógenos aos fungicidas. Atualmente, na
cultura do algodoeiro, os principais e mais efetivos grupos químicos
disponíveis para controle do complexo de doenças e da mancha de ramulária estão
descritos na Tabela 1.</p>
<h2>O manejo deve ser consciente! </h2>
<p>A adaptação dos fungos aos
fungicidas, suas habilidades de superar genes de resistência da planta de
algodoeiro e sua capacidade de sobreviver durante o ano todo na presença de
hospedeiros alternativos ou em restos culturais demonstram que apenas o uso de
fungicidas para o controle das doenças do algodoeiro não é suficiente. É
preciso mudar o manejo de doenças no cultivo do algodoeiro. Um exemplo de
inciativa que pode ser citado, neste sentido, é o da Syngenta, em parceria com
diversas instituições de pesquisa, que apresentou na safra 2019 o programa
Manejo Consciente na Cultura do Algodão (Figura 1), focado em garantir um
manejo adequado e sustentável para as doenças na cultura. Entre os pilares do
Manejo Consciente, se destacam cinco relacionados a características dos
produtos e cinco focados nas práticas agronômicas. Quando utilizados em
associação pelos cotonicultores podem proporcionar controle mais eficaz das
doenças.</p>
<h2>Os resultados dos ensaios da
Rede Embrapa/Ramulária (2018/2019)</h2>
<p>Embora os ensaios
cooperativos de rede para algodão/ramulária conduzidos pela Embrapa explorem os
produtos em usos sequenciais e isolados, os resultados da safra 2018/2019
indicam que o uso de produtos como Mertin, Adepidyn + difenoconazole (A20259E)
e difenoconazole + clorotalonil (A16976A) é fundamental para a composição de um
programa de controle que endereça manejo de resistência associado ao controle
de doenças. Os resultados da Figura 2 indicam que a diversidade de ativos e
modos de ação em um programa de manejo são fatores críticos de sucesso.</p>
<p>Mertin (organoestânico),
Adepidyn + difenoconazole (combinação de carboxamida (SDHI) com triazol) e
difenoconazole + clorotalonil (triazol em combinação com multissítio) são
fungicidas fundamentais para o controle e manejo de resistência de ramulária no
cultivo do algodoeiro.</p>
<h2>As opções de manejo químico ao alcance
dos produtores de algodão</h2><p><span></span></p>
<p>Mas
afinal, qual seria a melhor forma de se manejar a resistência e as doenças na
cultura do algodoeiro? A incorporação dos pilares do Manejo Consciente (Figura
1) nas propriedades por parte dos produtores e a utilização adequada das
tecnologias disponíveis para o cultivo do algodoeiro são fundamentais para o
sucesso do manejo das doenças e da resistência. Atualmente, apesar da mancha de
ramulária ser a principal doença que ataca a cultura do algodoeiro, as
primeiras pulverizações, logo nos primeiros dias do ciclo da cultura, têm sido
realizadas com foco principalmente em ramulose (Colletotrichum gossypii var.
cephalosporioides). Nesse contexto, fungicidas registrados no Mapa à base de
estrobilurinas são altamente eficazes e contribuem, dentro do sistema de manejo,
como uma alternativa excelente para o controle da doença. A utilização de
fungicidas à base de estrobilurina é recomendado para o controle da ramulose e
o Priori Top (azoxystrobina + difenoconazole), além de controlar eficazmente a
doença, é uma alternativa considerando o princípio da alternância dos modos de
ação dos fungicidas.</p>
<p>Em relação ao controle
químico eficaz da mancha de ramulária, foram ofertados ao produtor fungicidas à
base de carboxamidas, como A20259E (AdepidynTM + difenoconazole), produto de
alta performance para o controle da doença. Recomenda-se no máximo três
pulverizações durante o ciclo da cultura, realizadas até os 100 Dias Após a
Emergência (DAE). Sugere-se que essas pulverizações sejam intercaladas com
Mertin (hidróxido de fentina, que é um organoestânico) em intervalos de 14 dias
para o controle do patógeno. Adicionalmente, Score (difenoconazole, um triazol)
associado a Bravonil 720 (clorotalonil, um multissítio) é excelente opção para
compor as últimas aplicações do ciclo do algodoeiro, onde a pressão e a
ocorrência de ramulária são elevadas. Essa combinação é evidenciada nos dados
de controle apresentados por A16976A (difenoconazole + clorotalonil) nos
ensaios de Rede Algodão/Ramulária 2018/2019. </p>
<p>Seguindo os princípios do
Manejo Consciente, os cotonicultores não apenas atingirão os melhores níveis de
controle e manterão altos patamares de produtividade, mas também protegerão as
poucas e tão necessárias ferramentas para o manejo das doenças do algodoeiro,
garantindo a continuidade e sustentabilidade do seu negócio.</p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/fdeb23aef4fd47b53f07b6cf0cb7dd18.jpg" alt=" Figura 1 - Manejo consciente da cultura do algodão. Syngenta 2019" title=" Figura 1 - Manejo consciente da cultura do algodão. Syngenta 2019"><figcaption> Figura 1 - Manejo consciente da cultura do algodão. Syngenta 2019</figcaption></figure><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/5241651771ebc14688e77baadc071c9f.jpg" alt=" Figura 2 - Resultados da Rede Ramularia, safra 208/2019" title=" Figura 2 - Resultados da Rede Ramularia, safra 208/2019"><figcaption> Figura 2 - Resultados da Rede Ramularia, safra 208/2019.</figcaption></figure><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/c3fdf9ad2f20a932561f0db51f285e21.jpg"></figure><p>Flavia Elis de
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para enfrentar de modo racional doenças como a mancha de ramulária na cultura
do algodoeiro, de modo a alcançar melhores níveis de controle e manter altos
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