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string(30) "O que esperar da safra de soja"
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string(247) "<p>Que desafios podem ser aguardados para a safra que está sendo plantada e como o produtor precisa realizar bem o trabalho de base para enfrentar pragas, doenças, nematoides e outros problemas que rondam as lavouras.</p>"
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string(10857) "<figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/62822a3959f95eb5ac53e36cff810684.jpg"></figure><p>A cada nova
safra que se inicia, renovam-se as expectativas de sucesso e bons resultados, e
o desejo comum entre os produtores é de um andamento tranquilo e sem problemas.
Porém, o início desta safra já não se deu como o esperado, principalmente na
Região Sul, onde a falta e a irregularidade de chuvas resultaram no atraso da
semeadura das lavouras de soja. Por outro lado, nas regiões Centro-Oeste e
Norte, a estabilidade na ocorrência das chuvas se deu mais cedo, de forma que a
semeadura ocorreu em fluxo melhor e mais adiantado, em comparação com a Região
Sul. </p>
<p>Além de afetar a
semeadura, o clima exerce influência sobre as pragas e doenças que estão sendo
encontradas a campo, e que vão ser problema ao longo da safra. Por exemplo, nas
lavouras de soja que receberam maiores precipitações e nas que, devido à
cobertura do solo, a umidade se manteve, as primeiras pragas a marcarem
presença foram as lagartas <i>Agrotis ipsilon </i>e <i>Spodoptera frugiperda</i>.
Ambas as pragas que atuam no corte das plântulas, comprometendo o estande
inicial e interferindo nos componentes de rendimento. Em contrapartida, nas
regiões onde a estiagem prevaleceu, a primeira praga a causar danos foi a <i>Elasmopalpus
lignosellus</i>, também provocando a redução do estande de plântulas. O dano
dessas pragas é maior ou menor, principalmente em função da qualidade do
tratamento de sementes realizado pelo sojicultor.</p>
<p>Mais adiante no
ciclo, os desafios serão as desfolhadoras, como a <i>Chrysodexis includes</i>,
a <i>S. frugiperda</i> (Figura 1), a <i>S. eridania</i> e a <i>S. cosmioides</i>,
as quais formam um complexo de lagartas de difícil controle, que exigirá
monitoramento por parte do produtor. Outra praga de importância na cultura da
soja nesta safra serão os percevejos, dando origem a outro complexo com alto
potencial de dano e de controle complicado. Na região do Cerrado, em locais de
alta temperatura, é a mosca-branca que pode também se mostrar uma praga
causadora de problemas. </p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/a8f3c0bcdd75b9a397106483a2bc7384.jpg" alt="Figura 1 - Primeiro instar de S. frugiperda" title="Figura 1 - Primeiro instar de S. frugiperda"><figcaption>Figura 1 - Primeiro instar de S. frugiperda</figcaption></figure><p>A cada safra,
observa-se que a dificuldade no controle das pragas advém do sistema de
produção escolhido, pois esses insetos se adaptam cada vez mais a diversos
hospedeiros de importância econômica, permanecendo na lavoura por muito mais
tempo, de forma que é preciso manejar o sistema de produção de maneira
integrada, considerando todas as culturas e igualmente a entressafra,
realizando o monitoramento frequente para se ter eficiência no controle e danos
menores. Ainda há as pragas secundárias, que se mostram mais danosas a cada
safra, causando surtos problemáticos, como tripes e ácaro-rajado.<br></p>
<p>Também atrelado
ao retardo na semeadura, há o nível de severidade das doenças a serem
enfrentadas na safra. À medida que se atrasa a semeadura, se aumenta a pressão
de inóculo nas fases mais sensíveis da soja, ou seja, do florescimento até 20%
a 30% da formação de grãos. Portanto, nesta safra será importante realizar o
controle precoce, já no início da safra, e de qualidade, reduzindo também os
intervalos de aplicação, para que se tenha segurança e efetividade na proteção
da planta de soja. O quanto o controle destas doenças será facilitado ou
dificultado, depende do quanto o sojicultor faz sua lição de casa.</p>
<p>Tendo em vista
os problemas já citados e que são esperados para a safra atual, percebe-se que
é essencial que o produtor faça o trabalho de base. Para isso, é preciso que o
produtor conheça intimamente sua lavoura, e antes mesmo de iniciar a semeadura,
avalie quais são os problemas recorrentes e quais são as ações que impactam
sobre esses problemas, que podem ser aplicadas tanto no início desta safra, ao
decorrer dela e, do mesmo modo, na entressafra. Um exemplo consiste em conhecer
qual a espécie de nematoide está causando prejuízos e quais são as principais
pragas e doenças que ocorrem em toda safra de soja. Manter um histórico das
lavouras é outro ponto fundamental e que permite, por exemplo, relacionar o ano
agrícola com tais características de clima, com a concorrência de determinada
doença ou praga. Fazer a lição de casa também é a adequação da genética da
cultivar ao ambiente produtivo e à utilização de sementes de qualidade; assim
como dar atenção à nutrição e à condição do solo, buscando os melhores níveis
de pH, de macro e micronutrientes, em vistas, sempre, do equilíbrio
nutricional.</p>
<h2>Perfil do solo <span></span></h2>
<p>Quando se pensa
em fazer a lição de casa, é preciso pensar também no solo, que é a base
produtiva da agricultura (Figura 2). E em termos de solo, há dois gargalos
significativos: o manejo do solo e a construção de um perfil adequado. Esses
dois aspectos permitem que a cultivar escolhida tenha as condições necessárias para
expressar seu potencial produtivo e gerar a produtividade que o sojicultor
almeja a cada início de safra. Todavia, esses gargalos não são resolvidos
rapidamente em uma safra ou possuem uma solução pronta; é preciso conhecimento,
planejamento e paciência. </p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/27f5e4e2650b08fdfd8bcd3d563b3509.jpg" alt="Figura 2 - É preciso conhecer o solo quando o objetivo é atingir altos patamares" title="Figura 2 - É preciso conhecer o solo quando o objetivo é atingir altos patamares"><figcaption>Figura 2 - É preciso conhecer o solo quando o objetivo é atingir altos patamares</figcaption></figure><p>A construção do
perfil do solo é um desafio por si só. Essa construção objetiva dar as
condições para o crescimento da raiz da planta, que poderá explorar um volume
de solo maior, e assim aproveitar tanto a fertilidade como a maior
disponibilidade de água. Entretanto, nessa construção, é preciso considerar as
partes física, química e biológica do solo. Ou seja, não somente adubar com
fertilizantes NPK, mas conhecer os níveis de nutrientes em cada camada do solo,
trabalhar a correção da acidez, avaliar a resistência à penetração das raízes e
a existência de camadas compactadas (Figura 3), observar e manter a fauna do
solo, entre muitos outros aspectos que juntos resultam no perfil de solo
adequado.</p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/ac2b4363908dcdd8b29fbae6d4f8c06b.jpg" alt="Figura 3 - Sinais no sistema radicular da cultura da soja de compactação do solo" title="Figura 3 - Sinais no sistema radicular da cultura da soja de compactação do solo"><figcaption>Figura 3 - Sinais no sistema radicular da cultura da soja de compactação do solo</figcaption></figure>
<h2>Nematoides<span></span></h2>
<p>Investir em
condições para o melhor desenvolvimento radicular auxilia ainda na mitigação
dos danos causados pelos nematoides, problema esse que vem se intensificando ao
longo dos anos (Figura 4). Atualmente, o que se observa é uma mudança no padrão
das espécies mais comuns, de forma que conhecer a espécie que está presente na
lavoura é fundamental para definir as estratégias de manejo a serem adotadas.
Estratégias essas que devem ir muito além do ciclo da soja, projetando as
medidas que serão tomadas na entressafra e em todo o planejamento da propriedade.
Ou seja, evidencia-se, mais uma vez, a importância do trabalho de base.</p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/a74a958e4eb398b99e58fd5fcc1d91ac.jpg" alt="Figura 4 - Amarelecimento nas extremidades das folhas devido ao ataque do nematoide-das-galhas (Meloidogyne javanica) e formação das galhas em raízes de soja" title="Figura 4 - Amarelecimento nas extremidades das folhas devido ao ataque do nematoide-das-galhas (Meloidogyne javanica) e formação das galhas em raízes de soja"><figcaption>Figura 4 - Amarelecimento nas extremidades das folhas devido ao ataque do nematoide-das-galhas (Meloidogyne javanica) e formação das galhas em raízes de soja</figcaption></figure><p>Por fim, fica
claro que os desafios são muitos, alguns deles variáveis de região para região,
outros são os mesmos para todo sojicultor. Porém, para enfrentar todos eles, é
preciso aprender a enxergar o sistema como um todo e conhecer a lavoura,
fazendo uso desse conhecimento para antever os problemas e evitá-los ou
abordá-los em estágios iniciais, quando a taxa de sucesso é maior e a solução
mais simplificada.<br></p>
<p> </p><p>Caroline Maria Rabuscke, Ricardo Balardin, Tatiane Lobak, Paulo dos Santos e Larissa Tormen, Phytus Group</p>"
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