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string(190) "Saulo Fernando Gomes de Sousa, Rodolfo Glauber Chechetto, Alisson Augusto Barbieri Mota e Fernando Kassis Carvalho, AgroEfetiva, Botucatu/SP; Ulisses Rocha Antuniassi, FCA/Unesp, Botucatu/SP"
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string(1036) "<p>Pesquisa realizada por três safras consecutivas apresenta um panorama nacional dos fatores que reduzem a qualidade das aplicações, o rendimento operacional e o aproveitamento das melhores condições meteorológicas.</p>
<p>O Brasil é um dos países mais importantes do mundo na produção agrícola. A estimativa da produção na safra 2018/19, segundo a Conab (2019), é de 235,3 milhões de toneladas, um crescimento de 3,4% em relação à safra anterior. No entanto, para manter essa produtividade é necessário um manejo correto das culturas, em que podemos destacar a aplicação de defensivos agrícolas. Destas aplicações, pelo menos 75% são realizadas com pulverizadores terrestres. Por isso, é de suma importância que essas máquinas estejam reguladas, adequadas e com sua manutenção em dia.
</p>"
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string(12269) "<figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/45b8368597b7f53ed290360ffcb47ff4.jpg"></figure><p>Sabe-se que com o
avanço da idade ou uso, as máquinas e os implementos agrícolas tendem a sofrer
desgaste natural de peças e, por isso, necessitam de manutenções preventivas e
corretivas para manter a qualidade do trabalho.</p>
<p>Como as pulverizações
são realizadas em quase todo o ciclo da cultura, isso faz com que quando
ocorrem danos e quebras, sejam realizados apenas pequenos reparos nas máquinas,
que muitas vezes se tornam definitivos, provocando erros irreparáveis nas
aplicações. Além disso, cada uma das pulverizações deve ser realizada no
período mais curto possível, para aproveitar as melhores condições
meteorológicas, e essas paradas para manutenção corretiva comprometem muito a
janela de aplicação. </p>
<p>Por exemplo, em certas
épocas do ano é comum a existência de períodos de apenas quatro ou cinco horas
por dia com condições meteorológicas favoráveis. Um problema que exija uma hora
para ser resolvido, como uma conexão quebrada, pode tomar facilmente de 20% a 25%
dessa “janela de aplicação”. O que ocorre com frequência devido à falta de
manutenção adequada. </p>
<p>Esse erro, muitas
vezes, tende a ser compensado adotando estratégias que podem desfavorecer a
qualidade e a segurança da aplicação, como excesso de velocidade ou redução da
taxa de aplicação.</p>
<h2>AVALIAÇÃO
EM CAMPO<span></span></h2>
<p>Para avaliar itens
básicos de pulverizadores utilizados em algumas regiões brasileiras,
pesquisadores da AgroEfetiva, em parceria com a Fundação de Estudos e Pesquisas
Agrícolas e Florestais (Fepaf), e da Unesp/FCA – Botucatu/SP em parceria com a
Corteva AgriScience realizaram uma pesquisa in loco nas propriedades agrícolas
com intuito de avaliar itens relacionados com a manutenção das máquinas através
da metodologia da Inspeção Periódica de Pulverizadores (IPP), conduzida durante os anos de 2016, 2017 e
2018.</p>
<p>A pesquisa foi
realizada nos principais estados produtores de grãos e fibras do Brasil (Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato
Grosso, Goiás, Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão). Durante a realização do
trabalho, foram vistoriadas 142 máquinas, nas quais foram analisados os
seguintes itens: desgaste de pontas de pulverização; manutenção e limpeza de
filtros, presença e funcionamento de válvulas antigotejo e vazamentos.</p>
<p>Também foi analisada a
idade dos pulverizadores com intuito de verificar alguma correlação entre a
manutenção e o tempo de uso das máquinas.</p>
<p>Os resultados da
pesquisa demonstraram que a maioria das máquinas utilizadas (75,6%) está com
cinco anos ou mais de uso, sendo que a maior parte delas (46,7%) está na faixa
de cinco a seis anos, como mostra a Tabela 1. A pesquisa também concluiu que as
máquinas mais novas estão no estado do Paraná e as mais antigas se encontram no
Rio Grande do Sul, com médias de idade de 4,5 e 9,8 anos, respectivamente
(Figura 1).</p>
<p>É possível observar uma
tendência entre a idade das máquinas e a porcentagem de erros encontrados no
estudo. No Rio Grande do Sul, por exemplo, estado onde foi encontrada a maior
média de idade, com 9,8 anos, apareceram os piores índices de conformidade
quando avaliados vazamentos, desgaste e entupimento de pontas. Porém, essa
correlação não é fiel em todos os casos. Santa Catarina possui pulverizadores
relativamente novos quando comparado a outros estados avaliados, com média de
idade de cinco anos, porém foi observado o pior cenário para o item válvulas
antigotejo, com 77% de inconformidade. Ter uma máquina antiga não deve
significar que a mesma esteja em mau estado de conservação. </p>
<p>Na Tabela 2 é possível
observar que 64,5% dos pulverizadores estão com as pontas apresentando algum
tipo de problema, entupidas ou desgastadas, o que ocasiona falta ou excesso de
produto aplicado em uma determinada área e/ou planta, prejudicando a qualidade
do depósito e da cobertura dos alvos, tendo como um dos resultados, por
exemplo, a aceleração da seleção de um indivíduo resistente entre pragas,
doenças e plantas daninhas, e a qualidade ruim da aplicação.</p>
<p>Na Figura 2 pode-se
observar que o pior cenário para as pontas de pulverização está no Rio Grande
do Sul, com 100% de não conformidade, enquanto os melhores índices foram
encontrados no Tocantins, com 17% de não conformidade. </p>
<p>No item manutenção e
limpeza de filtros, em 38,8% do total de pulverizadores avaliados foram
constatados problemas. O pior cenário foi encontrado no Tocantins, com 67% de
não conformidade (Figura 3). Os estados de Mato Grosso e Bahia, com 16%, foram
os melhores resultados para esse item. </p>
<p>Esse tipo de problema
também diminui o rendimento operacional das máquinas e a janela de aplicação.
Paradas não programadas para a limpeza desses dispositivos prejudicam o
planejamento da operação, levando à realização das aplicações em situações
desfavoráveis, como excesso de vento, alta temperatura e baixa umidade. </p>
<p>No caso das válvulas
antigotejo, 47,2% dos pulverizadores resultaram em problemas. O pior cenário
foi verificado em Santa Catarina, com 77% de inconformidade. O cenário mais
próximo do ideal foi encontrado no Mato Grosso e na Bahia, ambos com 13% de não
conformidade (Figura 4). </p>
<p>Em 54,5% dos
pulverizadores avaliados houve algum tipo vazamento de calda, sendo estes em
mangueiras, bicos, conexões, tanque etc. O estado do Rio Grande do Sul
demonstrou os piores cenários, onde 100% dos pulverizadores avaliados
apresentavam algum tipo de vazamento (Figura 5). Já os pulverizadores dos
estados do Mato Grosso e da Bahia geraram os melhores resultados, com 39% de
inconformidade.</p>
<p>Esses vazamentos também
tendem a ocasionar paradas durante as operações, e deveriam ser corrigidos
antes disso, para evitar paradas desnecessárias. Além disso, são fontes de
variação da dose aplicada, resultando em menor qualidade da aplicação e
desperdício de produtos. Não deveriam, portanto, ser negligenciados.</p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/373f1a38a12e9f6de970c57eff49e5df.jpg"></figure><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/c5699502a44b48c6b3ad9817ae9ab0cb.jpg" alt="Filtros apresentando falta de manutenção e limpeza" title="Filtros apresentando falta de manutenção e limpeza"><figcaption>Filtros apresentando falta de manutenção e limpeza.</figcaption></figure><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/fd5da18700f012363d20a1deef3ccc81.jpg" alt="Vazamentos variados detectados durante as inspeções nas máquinas" title="Vazamentos variados detectados durante as inspeções nas máquinas"><figcaption>Vazamentos variados detectados durante as inspeções nas máquinas.</figcaption></figure><h2>CONSIDERAÇÕES
FINAIS<span></span></h2>
<p>Os dados da pesquisa
são preocupantes, pois, de modo geral, mais da metade dos pulverizadores
analisados apresentou algum tipo de inconformidade. Isso mostra que a
manutenção está sendo deixada em segundo plano, o que poderá provocar, no
futuro, perda de tempo e de dinheiro, quando necessariamente terão que ser
realizadas manutenções corretivas, além, é claro, da perda indireta ocasionada
pela falta de qualidade da aplicação. </p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/3ba6b78d448e33b7011b8c9ef45faf36.jpg" alt="Figura 1 - Idade média dos pulverizadores detalhando os estados pesquisados" title="Figura 1 - Idade média dos pulverizadores detalhando os estados pesquisados"><figcaption>Figura 1 - Idade média dos pulverizadores detalhando os estados pesquisados.</figcaption></figure><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/68f8ef3232805dde6296e0b9ae7d429d.jpg" alt="Figura 2 - % de não conformidade no desgaste e/ou entupimento de pontas dos pulverizadores" title="Figura 2 - % de não conformidade no desgaste e/ou entupimento de pontas dos pulverizadores"><figcaption>Figura 2 - % de não conformidade no desgaste e/ou entupimento de pontas dos pulverizadores.</figcaption></figure><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/f929586519c827bfed8d86049d0f06b1.jpg" alt="Figura 3 - % de não conformidade na manutenção e limpeza de filtros dos pulverizadores" title="Figura 3 - % de não conformidade na manutenção e limpeza de filtros dos pulverizadores"><figcaption>Figura 3 - % de não conformidade na manutenção e limpeza de filtros dos pulverizadores.</figcaption></figure><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/2c4f4efd370e73119a9c1f4f32b0fdac.jpg" alt="Figura 4 - % de não conformidade na presença e funcionamento de válvulas-anti gotejo dos pulverizadores" title="Figura 4 - % de não conformidade na presença e funcionamento de válvulas-anti gotejo dos pulverizadores"><figcaption>Figura 4 - % de não conformidade na presença e funcionamento de válvulas-anti gotejo dos pulverizadores.</figcaption></figure><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/68e7371bd5f7588d9ae80f94cfa30dc2.jpg" alt="Figura 5 - % de não conformidade no item vazamentos dos pulverizadores avaliados" title="Figura 5 - % de não conformidade no item vazamentos dos pulverizadores avaliados"><figcaption>Figura 5 - % de não conformidade no item vazamentos dos pulverizadores avaliados.</figcaption></figure><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/850f1d700557f5f476045b8088b52b25.jpg"></figure><p>Saulo Fernando Gomes de Sousa, Rodolfo Glauber Chechetto, Alisson Augusto Barbieri Mota e Fernando Kassis Carvalho, AgroEfetiva, Botucatu/SP; Ulisses Rocha Antuniassi,
FCA/Unesp, Botucatu/SP</p>"
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Saulo Fernando Gomes de Sousa, Rodolfo Glauber Chechetto, Alisson Augusto Barbieri Mota e Fernando Kassis Carvalho, AgroEfetiva, Botucatu/SP; Ulisses Rocha Antuniassi, FCA/Unesp, Botucatu/SP
Pesquisa realizada por três safras consecutivas apresenta um panorama nacional dos fatores que reduzem a qualidade das aplicações, o rendimento operacional e o aproveitamento das melhores condições meteorológicas.
O Brasil é um dos países mais importantes do mundo na produção agrícola. A estimativa da produção na safra 2018/19, segundo a Conab (2019), é de 235,3 milhões de toneladas, um crescimento de 3,4% em relação à safra anterior. No entanto, para manter essa produtividade é necessário um manejo correto das culturas, em que podemos destacar a aplicação de defensivos agrícolas. Destas aplicações, pelo menos 75% são realizadas com pulverizadores terrestres. Por isso, é de suma importância que essas máquinas estejam reguladas, adequadas e com sua manutenção em dia.