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string(44) "uso-de-reguladores-de-crescimento-em-algodao"
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string(59) "Fernando Mendes Lamas, Embrapa Agropecuária Oeste"
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string(52) "Uso de reguladores de crescimento em algodão "
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string(366) "<p>O equilíbrio entre
as partes vegetativas e reprodutivas é fundamental para que o algodoeiro possa
produzir fibra com quantidade e qualidade adequadas às exigências do mercado.
Por isso a importância de gerenciar corretamente e levar em consideração todos
os aspectos do crescimento das plantas. </p>"
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string(12154) "<figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/26cd2e8a0e4ad4e445646437c5b6418c.JPG"></figure><p>O algodoeiro é uma planta
perene de hábito de crescimento indeterminado, ou seja, sempre na parte
terminal da haste principal tem-se uma estrutura reprodutiva.</p>
<p> O crescimento da planta é função da cultivar,
da população de plantas, do espaçamento entre fileiras, da fertilidade do solo
(aspectos físicos, químicos e biológicos), das condições climáticas: luz,
temperatura (noturna e diurna) e umidade. Já para assegurar uma boa
produtividade e que as fibras tenham qualidade que atendam às exigências das
indústrias têxteis, faz-se necessário gerenciar o crescimento das plantas.</p>
<p>A meta é que no momento da
colheita, as plantas meçam entre 1m, 20m e 1,30m, tendo na haste principal de
20 nós a 23 nós a partir do nó cotiledonar, com 12-15 ramos reprodutivos.
Quando por consequência de algum fator biótico (exemplo pragas) ou abiótico
(exemplo falta de luz) a retenção de estruturas reprodutivas nas primeiras
posições é baixa, ou seja, ocorre abscisão destas estruturas, as plantas tendem
a crescer e, por conseguinte, apresentar um maior número de nós e de ramos
reprodutivos.</p>
<p>Plantas mais compactas, com
comprimento de internódios entre 4cm e 4,5cm, ramos oblíquos em relação à haste
principal e com formato piramidal, são mais eficientes do ponto de vista
fotossintético. Nessas condições há uma maior penetração de luz ao longo do
dossel vegetal, permitindo assim que as folhas do terço inferior realizem
fotossíntese suficiente para prover com fotoassimilados os frutos dos terços
médio e inferior da planta.</p>
<p>Após a emergência, a
plântula tem um crescimento inicial muito lento. Na fase inicial, o crescimento
do sistema radicular é muito intenso. Somente após a fase VO é que a taxa de
crescimento da matéria seca da parte vegetativa (parte aérea) é incrementada
(Figura 1).</p>
<p>Entre o primeiro botão
floral (B1) e a primeira flor (F1) o algodoeiro apresenta um grande acúmulo de
matéria seca da parte aérea em consequência do crescimento vegetativo. Assim, o
gerenciamento do crescimento deve ter início imediatamente antes da fase B1,
desde que as plantas não estejam sob o efeito de qualquer tipo de estresse.
Normalmente, o primeiro ramo reprodutivo surge a partir do quarto ao sexto nó.
Os ramos vegetativos são observados em nós localizados abaixo dos primeiros
ramos reprodutivos.</p>
<h2>Reguladores de crescimento</h2>
<p>Os reguladores de
crescimento na cultura do algodoeiro são utilizados para proporcionarem o
equilíbrio entre as partes vegetativas e reprodutivas. Este equilíbrio é
fundamental para que o algodoeiro possa produzir fibra em quantidade e
qualidade. Os reguladores de crescimento são substâncias sintéticas que alteram
o balanço hormonal da planta de algodão, interferindo em seu crescimento
(Ferreira, 2014).</p>
<p>Diversos são os fatores que
interferem na ação dos reguladores de crescimento com destaque para a cultivar,
a temperatura, a umidade do solo, a população de plantas, a dose do produto e o
momento da primeira aplicação. (Zhao et al, 2017). O momento da primeira
aplicação é um dos fatores mais relevantes para que se obtenha uma planta com a
altura/arquitetura desejada (Lamas e Ferreira, 2015).</p>
<p>Assim, o momento em que se
faz a primeira aplicação de regulador de crescimento vai depender das condições
ambientais, do vigor das plantas, da cultivar e da altura das plantas. Quando
há cultivares de porte mais alto, normalmente de ciclo mais longo, a primeira
aplicação de regulador de crescimento deve ser realizada quando as plantas
atingirem entre 30cm e 35cm de altura. Para as de porte mais baixo, a primeira
aplicação deve ocorrer quando as plantas estiverem com 35cm de altura a 40cm de
altura. Recomenda-se também contar o número de nós da haste principal. Quando a
razão entre a altura das plantas e o número de nós da haste principal for
superior a 3,5cm, recomenda-se aplicar o regulador de crescimento. Também é
necessário monitorar o crescimento das plantas de maneira a se determinar a
taxa de crescimento, que não deve ultrapassar 1,5cm/dia. Exemplo: altura média
das plantas no dia A = 26 cm; no dia B = 35cm, intervalo de tempo entre os dias
A e B = 5 dias – ((35-26)/5= 1,8 cm/dia. Nestas condições, aplicar o regulador
de crescimento. Outro critério consiste em medir o comprimento médio dos cinco
últimos internódios, que deve ser de 3,5cm a 4cm. </p>
<p>A tomada de decisão sobre o
momento de aplicar o regulador de crescimento é função da altura das plantas.
Da razão entre altura das plantas e número de nós da haste principal e da taxa
de crescimento. Os produtos atualmente existentes no mercado brasileiro são
cloreto de mepiquat e cloreto de clormequat. Ambos possuem mecanismos e modos
de ação muito semelhantes, interferem na síntese e velocidade de translocação
do hormônio giberelina, que é atual no alongamento e multiplicação celular, ou
seja, no crescimento das plantas. Sendo observados esses critérios,
recomenda-se entre 15g e 20g de cloreto de mepiquat ou de cloreto de
clormequat. As demais aplicações serão realizadas quando da retomada do
crescimento das plantas, avaliadas com o uso dos mesmos critérios mencionados. Considerando
que a taxa de crescimento aumenta até F1, as doses subsequentes também devem
ser crescentes. Importante destacar que o crescimento vegetativo do algodoeiro
é inversamente proporcional à retenção de estruturas reprodutivas. Assim,
quando nos primeiros ramos reprodutivos há uma boa retenção, especialmente nas
duas primeiras posições dos ramos, as plantas terão um menor crescimento
vegetativo. O contrário se verifica quando por algum motivo a retenção de
estruturas reprodutivas é pequena. Nesta situação, as plantas tendem a crescer,
e o manejo com regulador de crescimento deve ser reconsiderado. É provável que
haja necessidade de aumento da dose as ser aplicada. </p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/b3b24f34197cb51eaa68ca936c5a3805.JPG" alt=" Flores abertas no ponteiro (quarto nó de cima para baixo), indicando que a taxa de crescimento do algodoeiro está muito reduzida" title=" Flores abertas no ponteiro (quarto nó de cima para baixo), indicando que a taxa de crescimento do algodoeiro está muito reduzida"><figcaption> Flores abertas no ponteiro (quarto nó de cima para baixo), indicando que a taxa de crescimento do algodoeiro está muito reduzida.</figcaption></figure>
<figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/0278cd744bfd4a57c6a588e638b31bde.jpg" alt="Detalhe dos últimos cinco internódios da haste principal" title="Detalhe dos últimos cinco internódios da haste principal"><figcaption>Detalhe dos últimos cinco internódios da haste principal.</figcaption></figure><p>O correto gerenciamento do
crescimento do algodoeiro é algo que exige monitoramento constante,
especialmente a partir do aparecimento dos primeiros botões florais. Uma
ferramenta muito importante para isso reside no mapeamento de plantas. Rafael <i>et
al</i>, 2019, apresentam de forma clara e objetiva as formas para se realizar o
mapeamento de plantas. Vale destacar que se trata de uma ferramenta importante
não só para o gerenciamento do crescimento do algodoeiro, mas também para
outras práticas de manejo.<br></p>
<p>Ainda é um desafio definir a
dose de regulador de crescimento para evitar crescimento excessivo em
cultivares de algodoeiro, tanto para cultivares precoces como tardias,
preservando-se a produtividade e a qualidade da fibra (Echer; Rosolem, 2017).</p>
<p>Cultivares de porte médio
como BRS 430 B2RF, TMG 44 B2RF, TMG 61 RF e TMG62 RF são menos exigentes em regulador
de crescimento. O contrário se verifica com as cultivares TMG 42 B2RF, FM 985
GLTP, FM 975 WS; BRS 432 B2RF e 433 FL B2RF, e IMA 5801 B2RF, que são de porte
médio/alto</p>
<p>Doses elevadas de regulador
de crescimento podem interferir negativamente no índice Micronaire,
aumentando-o, o que é indesejável, pois a indústria demanda fibra com índice
Micronaire entre 3,9 e 4,2.</p>
<p>Independentemente do produto
comercial, a dose total deve ser aplicada de forma parcelada, sendo a primeira
aplicação realizada conforme indicado anteriormente. Em cada uma das
aplicações, utilizar doses crescentes, levando-se em consideração o aumento da
biomassa da parte érea do algodoeiro.</p>
<p>Quando acima da flor mais
alta, na haste principal, a planta apresentar de três a quatro nós, significa
que a taxa de crescimento está reduzida, devido à boa retenção de frutos nos
terços inferior e médio. Nestas condições a maior parte dos fotoassimilados
produzidos é utilizada para o crescimento dos frutos. Assim, nestas condições,
não há mais necessidade de se aplicar regulador de crescimento. Se as
aplicações foram realizadas de forma adequada, as plantas estarão com altura
dentro da meta estabelecida entre 1,20m e 1,30m.</p>
<p>Preferencialmente os
reguladores de crescimento devem ser aplicados de forma isolada. Em caso de
ocorrência de chuvas até quatro horas após a aplicação recomenda-se uma nova
pulverização, utilizando-se a mesma dose do produto comercial. As aplicações
subsequentes devem ser realizadas quando da retomada do crescimento, o que é determinado
através do monitoramento das plantas. Levar em consideração as características
da cultivar no estabelecimento da dose a ser aplicada. </p><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/f40b22a5e5d9e13ab71f968698e3e1b4.jpg" alt="Figura 1 - Crescimento inicial do algodoeiro. Fonte: Echer et al. (2013)" title="Figura 1 - Crescimento inicial do algodoeiro. Fonte: Echer et al. (2013)"><figcaption>Figura 1 - Crescimento inicial do algodoeiro. Fonte: Echer et al. (2013)</figcaption></figure><figure><img src="http://www.grupocultivar.com.br/ativemanager/uploads/plugin/imagens/c19e27f934b19ce9afda5279e3cef6b5.jpg"></figure><p><br></p><p>Fernando Mendes
Lamas, Embrapa
Agropecuária Oeste</p>"
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Por isso a importância de gerenciar corretamente e levar em consideração todos
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