​1º Congresso de Bioenergia de Mato Grosso vai discutir potencial para bioeletricidade

O potencial bioenergético e as perspectivas do setor serão focos centrais das discussões do 1º Congresso de Bioenergia de Mato Grosso e 3º Congresso do Setor Sucroenergético do Brasil Central

19.08.2016 | 20:59 (UTC -3)
Cairo Lustoza

O potencial bioenergético e as perspectivas do setor serão focos centrais das discussões do 1º Congresso de Bioenergia de Mato Grosso e 3º Congresso do Setor Sucroenergético do Brasil Central – Canacentro. O evento é uma realização da Famato, Aprosoja e Senar-MT e já está com as inscrições abertas. O Bioenergia será realizado de 12 a 14 de setembro no Cenarium Rural, em Cuiabá (MT), reunindo entidades públicas e privadas, produtores, analistas, estudiosos e sociedade.

Para abrir a série de sete painéis temáticos, Plínio Nastari vai abordar a importância, a situação atual e as perspectivas do setor sucroenergético. Nastari é doutor em economia agrícola pela Iowa State University, nos Estados Unidos, e presidente da Datagro, uma das mais renomadas consultorias especializadas na cadeia sucroalcooleira.

Segundo ele, durante o painel será feita uma ampla abordagem do cenário mostrando, entre outros, as tendências e o potencial do setor sucroenergético na geração de bioeletricidade. “Também vou mostrar a capacidade do setor sucroenergético em gerar renda local que impulsiona o comércio e a pequena indústria nas regiões em que se instala e como está a situação hoje no Centro-oeste e no Brasil”, afirma Nastari, maior referência do setor no país.

O setor sucroenergético, especificamente, detém hoje 7% da potência outorgada na matriz elétrica do Brasil e representa quase 77% da fonte biomassa, sendo a terceira fonte de geração mais importante (atrás da fonte hídrica e termelétricas com gás natural), conforme a União da Indústria de Cana-de-açúcar. Atualmente das 10 usinas de cana-de-açúcar instaladas em Mato Grosso, apenas três vendem energia elétrica para o sistema, segundo dados do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool).

“Apesar de todas as usinas de Mato Grosso gerarem a própria energia por meio do bagaço (biomassa), a produção para o sistema elétrico num todo ainda é baixa. Mas pode e deve ser melhor aproveitada havendo a junção de interesse entre a atividade produtiva, o Governo e os concessionários de energia. Acredito que o Congresso de Bioenergia vai despertar para a possibilidade da produção de energia para outras atividades”, afirma o presidente do Sindalcool, Piero Parini, que será o mediador do painel “O setor sucroenergético no Centro-Oeste – importância, situação atual e perspectivas”.

Para o diretor-executivo do Sindicato, Jorge dos Santos, dois fatores principais mostram como o aumento da produção de energia elétrica por meio da biomassa de cana trazem benefícios: a capacidade de desafogar a produção hídrica durante períodos de seca e a proximidade das usinas com as linhas de transmissão.

“Energia é um insumo que sempre teremos imensa necessidade. O crescimento agroindustrial vai demandar cada vez mais energia e o estado de Mato Grosso precisa inaugurar a próxima fase produtiva que é a verticalização da produção. A cadeia num todo precisa ver que existe um mercado potencial para se explorar”, afirma o presidente do Sindalcool.

Biocombustível – Mato Grosso é o sexto colocado na produção de cana, com 231.461 hectares plantados na safra atual, sendo que a produção de biocombustível (etanol) alcança números sólidos e atende os mercados de Rondônia, Acre, Amazonas e Pará, além de Mato Grosso. Na última safra a produção atingiu 1.078.600 m³ de etanol e 337.162 toneladas de açúcar.

Inscrições – As inscrições para participar do evento podem ser feitas pelo site www.sistemafamato.org.br/bioenergiamt. A entrada será 1 kg de alimento não perecível que deve ser entregue no dia do evento.

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